Quem é o investidor que perdeu US$ 160 bi ao desistir da Nvidia?

Masayoshi Son, dono do Softbank, venceu cerca de 5% da Nvidia em um momento de baixa da empresa e se arrepende de ter deixado ‘peixe grande’ escapar

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Por Christiaan Hetzner (Fortune)

Se você se arrepende de ter perdido a grande alta das ações da Nvidia, saiba que está em boa companhia. Até mesmo o mais experiente dos investidores em tecnologia pode se enganar. Masayoshi Son, fundador do lendário Softbank Vision Fund, perdeu o maior negócio de sua história, embora estivesse diretamente ao seu alcance.

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O homem mais rico do Japão possuía 5% da fornecedora de chips por trás da revolução da inteligência artificial (IA), uma posição que atualmente vale cerca de US$ 160 bilhões. Em vez disso, ele se desfez de toda a participação há mais de cinco anos, quando ela valia menos de US$ 4 bilhões, depois que uma queda perigosa nas ações ameaçou o desempenho de seu fundo.

“Tive que vender as ações com lágrimas nos olhos”, disse Son aos acionistas da Softbank em uma reunião anual da empresa nesta sexta-feira, 21, de acordo com comentários citados pelo jornal americano Wall Street Journal. “O peixe que escapou era grande.”

Masayoshi Son possuía 5% da fornecedora de chips Nvidia Foto: Yuichi Yamazaki/YUICHI YAMAZAKI

Se ele tivesse mantido as ações, elas seriam mais valiosas do que seu investimento no Alibaba, no qual sua holding, a Softbank, chegou a ser a maior acionista.

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Son é mais conhecido por ter sido um dos primeiros investidores na plataforma chinesa de comércio eletrônico de Jack Ma, quando o Softbank investiu US$ 20 milhões no AliBaba em 2000. O valor de sua participação acabou chegando a US$ 60 bilhões quando a rival da Amazon abriu seu capital em 2014, a maior IPO da história até a Saudi Aramco.

Son aproveitou esse sucesso em seu próximo empreendimento - a criação, três anos depois, do Vision Fund da Softbank. Até então, ninguém tinha tido a audácia de tentar levantar US$ 100 bilhões em um único veículo de investimento que aplicaria seu capital em tecnologia disruptiva.

Armado com esse poder de fogo sem precedentes, ele fez apostas de bilhões de dólares no Uber, líder em transporte de passageiros, no Slack, fornecedor de software empresarial, e, com menos sucesso, no WeWork, empresa de compartilhamento de escritórios.

Uma das empresas que o fundo investiu imediatamente foi a Nvidia, que estava ganhando dinheiro na época vendendo placas de vídeo para mineradores de criptomoedas até uma “ressaca” prolongada, como descreveu o CEO Jensen Huang. A oscilação de sentimento levou a uma queda brutal de 50% no valor em um espaço de quatro meses, e Son acabou vendendo suas ações, o que viria a se revelar muito prematuro.

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Em fevereiro de 2019, o Softbank revelou que havia saído totalmente de sua posição quando ela valia cerca de US$ 3,6 bilhões. Se Son tivesse continuado, ele teria ganhado muito mais dinheiro para o Softbank e seus investidores do Vision Fund do que com a Amazon.

“É frustrante lembrar os que perdi”, admitiu Son.

Para se redimir, o fundador da Softbank está trabalhando em um novo fundo de US$ 100 bilhões para superinteligência artificial (ASI), cujo nome é uma homenagem ao deus xintoísta da criação Izanagi. Questionado sobre os planos, Son se recusou a entrar em detalhes, mas prometeu que seria tão grandioso quanto o nome indica e até sugeriu que foi por isso que ele foi colocado nesta Terra.

Referindo-se a si mesmo na terceira pessoa, ele disse: “Acredito seriamente que a razão pela qual Masayoshi Son nasceu é fazer com que a ASI se torne realidade”.

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Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

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