Reino Unido planeja punir Facebook e Google por conteúdos inapropriados

Governo analisa opções de punição como multas e bloqueio de acesso a sites; a ideia é criar uma autoridade regulatória para forçar empresas de tecnologia como Google e Facebook a remover conteúdos inapropriados da internet

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:
Conteúdos inapropriados da internetincluem postagens violentas, desinformação, bullying, exploração de crianças e conteúdo de automutilação e suicídio Foto: David Paul Morris/Bloomberg News

O Reino Unido planeja criar uma autoridade regulatória para forçar empresas de tecnologia como Google e Facebook a remover conteúdos inapropriados da internet, que incluem postagens violentas, desinformação, bullying, exploração de crianças e conteúdo de automutilação e suicídio. A proposta, revelada pelo site BBC, também estabelece que o regulador possa punir as empresas que quebrarem as regras de moderação das plataformas. 

PUBLICIDADE

Nas próximas semanas, o governo analisará que tipo de punições o novo regulador vai aplicar. Entre as opções, estão multas e bloqueio de acesso a sites.

“As multas disponíveis para o Comissário de Informação em torno das regras do GDPR podem ser de até 4% do faturamento da empresa”, disse à BBC nesta segunda-feira Jeremy Wright, secretário de Cultura, Mídia e Esportes do Reino Unido, em referência à lei de privacidade europeia. “Achamos que deveríamos estar olhando para algo comparável aqui".

A primeira-ministra britânica Theresa May apoiou a proposta. “A internet pode ser brilhante em conectar as pessoas ao redor do mundo, mas há muito tempo essas empresas não têm feito o suficiente para proteger usuários, especialmente crianças, de conteúdos inapropriados”, disse ela, em comunicado. “É hora de mudar as coisas. Ouvimos ativistas e pais, e estamos colocando como dever legal o cuidado em empresas de internet para manter as pessoas protegidas”. 

A preocupação com a disseminação de conteúdo inapropriado na internet tem aumentado: uma série de episódios recentes evidenciam a fragilidade das plataformas. No ano passado, o debate aumentou após o suicídio da jovem britânica Molly Russell – seus pais afirmam que a morte da adolescente foi incentivada por imagens que estavam nas redes sociais Instagram e Pinterest. Um caso mais recente foi a transmissão ao vivo pelo Facebook do massacre em Christchurch, na Nova Zelândia – o vídeo foi visto cerca de 4 mil vezes antes de ser removido.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.