A SpaceX não será a única a ir à Lua se os funcionários da Nasa tiverem seu desejo atendido. Isso pode ser uma benção para os sonhos espaciais de Jeff Bezos.
Como parte do Artemis, o programa da Nasa para enviar astronautas mais uma vez à Lua, a agência espacial americana em 2019 considerou contratar duas empresas para fornecer os aterrissadores que levariam seus astronautas da órbita lunar à superfície da Lua. Mas com recursos financeiros insuficientes do Congresso americano, a NASA decidiu em abril do ano passado fechar contrato com apenas uma empresa, a SpaceX.
Segundo funcionários da Nasa, outras empresas teriam a oportunidade de concorrer em futuras missões.
Em março, Bill Nelson, administrador da Nasa, disse que a agência espacial anunciaria em breve uma licitação para desenvolver um segundo aterrissador lunar. “Prometi que haveria concorrência, aí está ela”, disse Nelson.
A segunda empresa compartilharia as missões lunares da Nasa (em torno de uma por ano ao longo de uma década ou mais) com a SpaceX. “Estas não são missões isoladas”, disse Nelson. “Cada uma vai se basear nos progressos realizados anteriormente.”
Assim como no contrato da SpaceX de 2021, a segunda empresa receberia verba para dois pousos – um sem tripulação para demonstrar as habilidades da espaçonave e, depois, uma segunda missão espacial com astronautas.
Jim Free, administrador associado da Nasa para o Desenvolvimento de Sistemas de Exploração, disse que o objetivo seria uma missão tripulada ocorrer em 2026 ou 2027.
Os projetos de aterrissadores lunares obedecem à estratégia recente da Nasa de buscar contratos de preço fixo, estabelecendo certos requisitos, mas incentivando a inovação ao permitir que empresas privadas criem seus próprios designs para atender às necessidades da agência oferecendo preços competitivos. Essa tática levou à cápsula da SpaceX que transporta astronautas tanto para ir como para voltar da Estação Espacial Internacional.
No passado, a Nasa costumava liderar o desenvolvimento de foguetes e espaçonaves, e as empresas eram pagas para executar os planos, geralmente com custos maiores.
Entretanto, o plano para um segundo aterrissador lunar depende de o Congresso oferecer verba para o projeto. Nelson disse que não comentaria quanto o programa poderia custar antes da proposta de orçamento do presidente para o ano fiscal de 2023 ser divulgada. / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA
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