Starship, foguetão de Musk, faz voo teste com presença de Trump, mas não repete sucesso; veja vídeo

Lançador Super Heavy e a nave principal tentam repetir sucesso de voo realizado em outubro deste ano

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Foto do author Bruna Arimathea
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Foto do author Mariana Cury
Por Bruna Arimathea, Bruno Romani e Mariana Cury
Atualização:

O Starship, maior foguete já construído pela SpaceX de Elon Musk, realizou seu sexto voo teste nesta terça-feira, 19, saindo da base de lançamento da empresa no Texas, EUA. A empresa não conseguiu repetir o sucesso do lançamento anterior e recuperar o Heavy Booster, propulsor do foguete, direto na base de lançamento - e foi preciso redirecionar o equipamento para cair no mar. O teste desta terça foi acompanhado por Musk e Donald Trump, presidente eleito dos EUA e aliado do dono da SpaceX.

O maior foguete da história da empresa, que pesa 5 mil toneladas, decolou de Boca Chica, no Texas, às 19h do horário de Brasília. Desta vez, a SpaceX incluiu um “tripulante” no teste: uma almofada em formato de banana está dentro do foguete para uma observação relacionada à gravidade durante o voo.

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No voo, o propulsor se separou do Starship às 19h02, com pouco menos de 3 minutos de voo, a uma altitude de 68 quilômetros. O Heavy Booster não conseguiu ser recapturado e fez um pouso no Golfo do México às 19h07, cerca de 7 minutos após o lançamento. O Starship fez seu pouso no Oceano Índico às 20h05, 1 hora e 5 minutos após deixar a base de lançamento no Texas.

Esse foi o segundo teste em que a SpaceX tentou fazer o Heavy Booster retornar à Starbase - a empresa já conseguiu realizar seu primeiro voo completo, com entrada e saída de órbita e recuperação do booster do foguete. Nas primeiras tentativas, o motor conseguiu retornar à Terra, mas a plataforma de recaptura não foi testada.

O retorno do propulsor é importante dentro das ambições da SpaceX. Para o Starship, é fundamental que o Heavy Booster possa ser reutilizado e a ideia original é que ele possa retornar para o mesmo ponto em que partiu.

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Starship fez um pouso nas águas do Oceano índico no seu sexto teste de voo Foto: Divulgação/SpaceX

Confirmado como parte do governo americano que assume em janeiro, Musk deve aparecer na base de lançamento ao lado de Trump, um reforço na união entre os dois bilionários após a campanha republicana. No ano que vem, Musk deve assumir o Departamento de Eficiência Governamental, que será criado por Trump.

Histórico

Em seu primeiro teste, o foguete decolou em abril do ano passado, mas explodiu quatro minutos depois do lançamento, a 39 quilômetros de altitude, por vazamento do propelente na parte traseira do propulsor Super Heavy, o que eventualmente cortou a conexão com o computador de voo principal do veículo. Segundo a Space X, isso levou a uma perda de comunicações com a maioria dos motores do propulsor e, finalmente, do controle do veículo.

À época, a explosão trouxe danos à região texana, fazendo “chover sujeira” em uma cidade próxima à decolagem, a 10 km do lançamento. O incidente chegou também a provocar um incêndio florestal, gerando uma investigação ambiental nos EUA.

Para voar novamente, a Space X teve de cumprir com 63 exigências feitas pela administração federal de aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) após a explosão. As mudanças incluíam uma relacionada ao processo de separação das naves, no qual o segundo estágio, a própria nave Starship, liga seus motores durante o mesmo processo de separação, e não depois, visando a obter mais potência.

Se tudo ocorresse como o planejado, o voo do Starship duraria 90 minutos, atingindo a órbita da Terra e dando uma volta quase completa ao redor do planeta.

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Foguete decolou às 19h, horário de Brasília, da base da SpaceX no Texas, EUA Foto: Divulgação/SpaceX

A quarta tentativa foi a primeira com 100% de sucesso em todas as etapas de voo, desde o trajeto até a recuperação do booster e o pouso da nave. A decolagem foi realizada apesar de um dos 33 motores do lançador ter falhado na subida. As temperaturas não passaram dos limites fatais e a descida, auxiliada pela atmosfera (o que desacelera o foguete), foi estável. Com isso, o Starship é o maior foguete da história a realizar integralmente um voo fora do planeta.

Já o quinto voo foi o primeiro a ter a recuperação do propulsor do foguete na Starbase. No teste, realizado em outubro, o Heavy Booster foi recapturado cerca de 7 minutos após o lançamento, pela própria torre de lançamento, com duas estruturas que simulam uma espécie de braço para segurar o propulsor, chamada Mechazilla. O Starship fez seu pouso no Oceano Índico 1 hora e 5 minutos após deixar a base de lançamento no Texas.

Conheça o foguete Starship

O Starship é o foguete reutilizável mais potente desenvolvido pela Space X. O objetivo é levar a Humanidade à Lua e, depois, à Marte, cuja viagem deve durar US$ 10 milhões e US$ 60 milhões. A companhia diz que o foguete pode ser utilizado para transporte de até 150 toneladas de carga na Terra, com viagens de até uma hora e meia para qualquer parte do mundo.

“A Starship poderá transportar até 100 pessoas em voos interplanetários de longa duração”, diz em seu site a Space X sobre a espaçonave. “A Starship também ajudará a possibilitar a entrega de satélites, o desenvolvimento de uma base lunar e um transporte ponto a ponto aqui na Terra.”

O Starship é apelidado de “foguetão” porque é muito maior que o antecessor da Space X, o Falcon 9, de 70 metros. O irmão mais recente, no caso, mede 120 metros de altura, tem 9 metros de diâmetro e pesa 1,3 mil toneladas.

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A espaçonave traz o propulsor Super Heavy (de 69 metros de altura), responsável por levar o Starship até a órbita da Terra em cerca de 170 segundos. O lançador traz 33 motores Raptor, com empuxo de 72 meganewtons (o dobro do motor da Falcon 9, o Merlin). Assim como a nave principal, o lançador pode ser reutilizado para novos voos.

Já a nave Starship tem altura de 50 metros, é equipada com três motores Raptor e mais três motores Raptor Vacuum, modelo com escape maior para maximizar a eficiência no espaço. O veículo traz também um tanque de metano líquido e outro tanque de oxigênio líquido para combustão.

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