Tesla tem lucro de US$ 5,5 bi e fecha 2021 como melhor ano da história da empresa

Após revelar balanço financeiro do último ano ao mercado, montadora afirma que 'não há mais dúvidas sobre a viabilidade e lucratividade de veículos elétricos'

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Foto do author Guilherme Guerra
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Tesla aumentou entrega de veículos em 2021, segundo ano consecutivo em que a empresa registra lucro Foto: Lucy Nicholson/Reuters

A Tesla fechou o ano de 2021 com lucro inédito de US$ 5,5 bilhões, revelou a montadora americana de carros elétricos em balanço apresentado ao mercado financeiro nesta quinta-feira, 26. O valor é 665% maior do que a cifra apresentada no acumulado de 2020, quando a companhia de Elon Musk registrou seu primeiro ano fechando no azul.

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A companhia declarou a entrega de 936 mil veículos no período, alta de 87% em relação ao ano retrasado. Os modelos mais populares foram o sedã Tesla 3 e o mini-SUV Tesla Y, com 911 mil carros indo para as ruas. No total, a receita da empresa foi de US$ 53,8 bilhões, alta de 71% na comparação com 2020. 

O quarto trimestre de 2021 da montadora também trouxe recordes: o lucro foi de US$ 2,3 bilhões (760% maior do que no mesmo período de 2020), com receita de US$ 17,7 bilhões.

“O ano de 2021 foi um divisor de águas para a Tesla. Não deve haver mais dúvidas sobre a viabilidade e a lucratividade dos veículos elétricos”, disse a empresa no balanço financeiro.

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O resultado positivo vem em um cenário adverso: a Tesla enfrenta a escassez de componentes, como de semicondutores, em que a indústria automotiva é uma das mais afetadas pelo uso intensivo de chips em diversas partes dos carros. Desde a pandemia, quando cresceu a necessidade por dispositivos eletrônicos, as fabricantes têm dificuldades em atender à demanda alta, afirmando que a situação deve se regularizar a partir do segundo semestre de 2022.

Ao mesmo tempo, a Tesla, pioneira ao apostar na eletrificação de veículos, começa a lidar com respostas de montadoras centenárias do setor, como Ford, General MotorsVolkswagen e BMW, entre outras. As rivais têm colocado seus carros elétricos nas ruas e têm trazido mais opções de preços, modelos e potências para a indústria.

Para o analista Dan Ives, da consultoria americana WedBush, os números apresentados são impressionantes. “Com a escassez de chips ainda pendente no setor automotivo e dificuldades logísticas no mundo, esses números apontam para uma demanda por carros elétricos bastante robusta em 2022”, escreveu em comunicado a investidores após o resultado financeiro desta quinta.

A Tesla afirma que o foco da companhia está em aumentar a capacidade de produção de suas fábricas nos Estados Unidos e na China. Além disso, a montadora afirma que quer inaugurar neste ano as megaplantas em Austin, no Texas (EUA), e em Berlim, na Alemanha — esta última será a primeira oficina da americana na Europa.

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“Acreditamos que a competitividade no mercado de veículos elétricos será determinada pela habilidade em aumentar a capacidade na cadeia de suprimentos e em aumentar a produção”, afirmou a companhia, cuja única projeção para o ano de 2022 é de um crescimento de 50% em entrega de automóveis elétricos.  Ives, da WedBush, projeta que, até o final do ano, esse número pode ser de até 2 milhões com as novas fábricas.

Após o pregão, as ações da montadora subiam a 2% por volta das 20h05 do horário de Brasília na Bolsa americana.

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