A Apple vai aumentar seu investimento na China. Segundo Tim Cook, presidente executivo da empresa, que visita a China pela segunda vez em um período de quatro meses, a empresa vai construir seu primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento na região da Ásia & Pacífico no país – um dos mercados mais difíceis e importantes para a Apple hoje em dia.
Depois de alguns anos de boas vendas na China, a demanda por iPhones caiu no país asiático. Além disso, o governo local tem uma atitude vigilante a respeito da entrada de tecnologia estrangeira no país.
Segundo Cook, o novo centro de pesquisas da Apple será construído na China no final do ano, disse o executivo ao vice-premier chinês Zhang Gaoli. As informações são da CCTV, a TV estatal chinesa.
O anúncio vem meses depois que a principal autoridade chinesa disse que a Apple poderia aprofundar sua cooperação com o país em pesquisas e desenvolvimento, melhorando questões relacionadas à segurança da informação.
Procurada pela Reuters, a Apple não respondeu imediatamente aos comentários da agência.
Vendas. Já consideradas como um dos grandes motores de crescimento da Apple, a venda de iPhones na China caíram um terço nos últimos resultados trimestrais da empresa, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foi um resultado frustrante – especialmente se comparado com o fato de que a empresa havia dobrado suas vendas no período entre abril e junho de 2015, na comparação com 2014.
A redução preocupou investidores, ainda mais depois do fato de que as lojas da empresa para livros e filmes foram fechadas na China. Além disso, a empresa também perdeu batalhas sobre propriedade intelectual no país asiático, e enfrenta por lá um forte sentimento anti-americano, sendo preterida por muitos consumidores por marcas locais como Xiaomi, Huawei e Oppo.
É a segunda vez que Tim Cook vai à China este ano: em maio, o presidente executivo da empresa foi ao País e anunciou um acordo de US$ 1 bilhão para investir no aplicativo Didi Chuxing, principal app de transportes do país asiático.
A Apple, no entanto, não é a primeira empresa a investir na China enquanto enfrenta dificuldades no país: estratégia semelhante foi utilizada pela Microsoft e pela Qualcomm, também com resultados medianos.
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