Em entrevista à imprensa em sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que “provavelmente” suas ameaças contribuíram para as mudanças na moderação de conteúdo da Meta, anunciadas por Mark Zuckerberg nesta terça-feira, 7.
Em 2021, Trump teve suas contas do Facebook e do Instagram suspensas após elogiar envolvidos nos atos violentos no Capitólio, em 6 de janeiro. Em 2024, Trump disse que mandaria Zuckerberg para prisão perpétua, pois, segundo o republicano, o dono da Meta teria colocado as redes sociais contra ele.
Perguntado se suas ameaças teriam ajudado na mudança de posicionamento do CEO da Meta, Trump respondeu dizendo “provavelmente”. “Honestamente, acho que a Meta percorreu um longo caminho”, disse Trump aos repórteres durante uma entrevista coletiva nesta terça.
Zuckerberg anunciou um pacote de mudanças nas redes sociais da companhia, incluindo o fim da checagem de informações. Segundo Zuckerberg, as novas regras impostas para o Facebook e para o Instagram são para “recuperar a liberdade de expressão”, mas a o executivo e a sua empresa receberam críticas de especialistas e autoridades que consideram o movimento prejudicial para usuários e processos democráticos.
O bilionário também disse que a Meta trabalhará junto com o governo Trump para lutar contra os governos de outros países que “censuram plataformas”. A decisão, elogiada por Trump, marca uma nova fase do relacionamento entre o dono do Facebook e o republicano, que já foi bem conturbada.
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Zuckerberg começou a sinalizar uma aproximação com o presidente eleito quando, após a reeleição, em novembro, doou US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Donald Trump.
As novidades agradaram Trump e seus aliados, muitos dos quais não gostam da prática da Meta de adicionar avisos de isenção de responsabilidade ou advertências a publicações questionáveis ou falsas. Durante muito tempo, Trump criticou Zuckerberg, alegando que o recurso de verificação de fatos tratava as publicações de usuários conservadores de forma injusta.
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