‘Uber do futuro’ terá de enfrentar rivais por todos os lados

Além dos concorrentes já conhecidos, americana vai passar a disputar espaço com quem já explora outros modais

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Vicente Pascual, presidente executivo do Cabify: carona é só a 'melhor' opção Foto: Cabify

Assim como no mercado de caronas pagas, onde o Uber viu rivais surgirem no mundo todo, a empresa terá de enfrentar uma série de concorrentes em diferentes segmentos conforme ampliar as opções de transporte oferecidas no aplicativo.

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Alguns desses rivais já são velhos conhecidos da empresa. É o caso da Maxi Mobility, holding controladora dos aplicativos Easy e Cabify, que vem “flertando” com outras opções. Na Espanha, adquiriu a startup Movo, que opera um serviço de compartilhamento de scooters em Madri.

“Carona em carros é, dentro de mobilidade como serviço, a opção mais conveniente para as pessoas”, disse, com exclusividade ao Estado, o presidente executivo do Cabify, Vicente Pascual. “Mas há muitas pessoas que precisam de outras opções, que podem incluir o aluguel de ativos, como bicicletas ou motos.”

Já a chinesa Didi, por sua vez, tem uma série de serviços na China – incluindo um transporte coletivo similar a um ônibus, mas privado. Sua dificuldade, porém, é transferir a tecnologia por trás desses sistemas para outros lugares. No Brasil, a 99, que foi adquirida pela chinesa em janeiro, ainda estuda novos modais. “Estamos focados nos serviços que temos hoje”, diz João Costa, diretor de produto. 

No campo das bicicletas compartilhadas, que cresce nos EUA e na Europa, o Uber enfrenta a competição das chinesas Ofo e Mobike. “Nos EUA, há muitos competidores. Precisamos ser rápidos”, diz Michelle Chan, diretora de produto da Ofo.

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Quanto à integração com transporte público, o principal concorrente do Uber é o Moovit, app israelense que já ganhou o apelido de “Waze do metrô e do ônibus”. Com 170 milhões de usuários, ele busca ser um agregador de transportes, integrando as redes públicas com apps de carona e bicicletas. “Queremos trabalhar com todo mundo”, diz Yovav Meydad, vice-presidente de produto da startup.

A maior ameaça, por incrível que pareça, pode vir de uma empresa que ainda ensaia sua entrada no segmento de transportes: a Waymo, da Alphabet, holding que controla o Google.

Pioneira no carro autônomo, a empresa já tem data marcada para começar a explorar comercialmente seu serviços, sem a necessidade de um motorista humano. Para analistas, o carro autônomo pode ser um substituto mais eficiente aos ônibus. “Leva vantagem no mercado quem chega primeiro. O próprio Uber fez isso”, explica Paulo Furquim de Azevedo, do Insper. 

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