O aplicativo de caronas Uber anunciou nesta segunda-feira, 30, que encerrou o seu programa de caminhões autônomos, que dirigiam sem motorista. O projeto começou quando a empresa comprou a startup Otto, dois anos atrás. A empresa afirmou que, a partir de agora, vai concentrar esforços no projeto de carros autônomos, que retomaram os testes de veículos na semana passada, com controles feitos por humanos.
O Uber Freight, aplicativo lançado em maio do ano passado que conecta caminhoneiros a empresas que precisam transportar cargas, continuará funcionando da mesma forma. Esse serviço é considerado um negócio promissor para a empresa e vem crescendo nos últimos meses. O serviço já está disponível em várias regiões dos Estados Unidos e tem escritórios especializados em São Francisco e Chicago.
O site TechCrunch teve acesso a um e-mail enviado por Eric Meyhofer, diretor do grupo de tecnologias avançadas do Uber, aos funcionários da empresa. Nele, o executivo afirma que “em vez de ter dois grupos trabalhando lado a lado, focando em diferentes plataformas de veículos, quero que funcionemos como um só time”. Turbulência. Desde o começo, o projeto do Uber de caminhões autônomos conviveu com problemas. Em um primeiro momento, foi dito que o Uber comprou a startup Otto, fundada pelo ex-engenheiro do Google Anthony Levandowski, por US$ 680 milhões em agosto de 2016. Meses depois, reportagens afirmaram que o acordo custou menos que US$ 220 milhões.
Ainda em 2016, um feito chamou a atenção do mundo para os caminhões autônomos do Uber: um deles percorreu quase 200 km transportando 50 mil latas de cerveja.
Mas, o momento de glória não foi suficiente para esconder as controvérsias envolvendo a aquisição da Otto. Levandowski foi acusado de roubar tecnologia de carros autônomos da Waymo, divisão de carros autônomos do Google, para o Uber. Como o engenheiro não colaborou com o caso judicial, o Uber o demitiu.
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