Após sucessivos anos operando no vermelho, o Uber começa a apresentar sinais positivos para investidores, conforme balanço financeiro da empresa revelado nesta quarta-feira, 9. Os bons números, porém, não foram suficientes para fazer com que a empresa de mobilidade terminasse o ano de 2021 no azul: a companhia reportou prejuízo de US$ 496 milhões no período.
O resultado seria pior, não fosse a recuperação vista pelo Uber no 4.ºtrimestre de 2021. Nesses três meses, a empresa reportou lucro de US$ 892 milhões, enquanto o mesmo período de 2020 representou prejuízo de US$ 968 milhões.
Principal métrica utilizada por investidores para entender a operação do Uber, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de US$ 86 milhões no último trimestre do ano passado. Na comparação com igual trimestre de 2020, o EBITDA foi negativo em US$ 454 milhões.
O EBITDA positivo no trimestre passado repetiu a promessa do Uber, que havia afirmado há um ano que apresentaria resultado positivo até o final de 2021. Foi só no terceiro trimestre que o feito foi atingido: a companhia reportou número de US$ 8 milhões nessa métrica.
O Uber reportou que existem 118 milhões de usuários mensais ativos na plataforma, com 1,77 bilhão de viagens feitas — ambos os números mostraram crescimento de 8% na comparação trimestral.
“No quarto trimestre, mais consumidores estiveram ativos na nossa plataforma do que nunca”, escreveu em nota Dara Khosrowshahi, presidente executivo do Uber, citando que o serviço de viagens já retomou o nível pré-pandêmico. “Embora a variante ômicron tenha começado a impactar nosso negócio no final de dezembro, as viagens estão voltando, com crescimento da reserva bruta de 25% no mês a mês.”
A receita do Uber foi de US$ 5,8 bilhões nos três meses finais de 2021, alta de 83% na comparação com o ano retrasado. A cifra foi impulsionada por um aumento generalizado nas operações de viagens de carro e de entregas, que somaram, respectivamente, US$ 2,2 bilhões e US$ 2,4 bilhões. A categoria de fretes registrou crescimento de 245% no ano a ano, somando US$ 1,0 bilhão — o serviço chegou recentemente ao Brasil, após o fim do Uber Eats no País por mau desempenho diante dos rivais iFood e Rappi.
No mundo, a região da América Latina foi a que apresentou menor crescimento, de 39% no quatro trimestre de 2021 em relação a igual período do ano retrasado, totalizando US$ 419 milhões. O maior mercado segue sendo a América do Norte, onde o salto foi de 99% (somando US$ 3,6 bilhões em receita), seguida da Europa, Oriente Médio e África (US$ 995 milhões) e Ásia (US$ 751 milhões).
Após a divulgação do balanço, as ações do Uber subiam a 6% por volta das 19h10 do horário de Brasília.
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