Apesar de trabalhar no desenvolvimento de carros autônomos desde 2015 e pretender integrá-los a seu serviço de transporte, o Uber não funcionará sem motoristas parceiros “nas próximas décadas”, garantiu ontem o diretor de tecnologias avançadas da companhia, Eric Meyhofer. Apenas no Brasil, 600 mil pessoas trabalham como motoristas cadastrados na empresa.
Segundo o executivo, a oferta de mão de obra hoje é baixa comparada com a demanda e tem limitado o crescimento do Uber. Daí, a necessidade de incorporar o carro autônomo. “Vemos esse veículo como um adicional”, destacou. A ideia, segundo Meyhofer, é que os carros autônomos circulem em áreas de acesso “mais fácil”, deixando as rotas mais difíceis e que pagam mais aos trabalhadores.
“Será uma rede híbrida, com parceiros e veículos autônomos por muito tempo. Talvez para sempre. Os motoristas parceiros são um ativo gigante para nós”, disse Meyhofer, em evento da empresa em Washington (EUA).
Novo modelo
Nesta quarta-feira, 12, a empresa apresentou um novo protótipo do carro autônomo desenvolvido em parceria com a Volvo, com quem trabalha desde setembro de 2016. É o terceiro veículo criado pelas duas companhias e o primeiro que dispensa integralmente o motorista.
O carro tem sistemas de freio e direção projetados para serem controlados por computador. Se algum equipamento falhar, um sistema também eletrônico para o automóvel imediatamente.
Segundo Meyhofer, o acidente ocorrido em março de 2018, no Arizona (EUA), quando um carro autônomo da empresa matou uma pedestre enquanto circulava, tem influenciado todo o desenvolvimento do veículo. “Se as pessoas não acreditarem que esse veículo é seguro, não entrarão nele. O que construímos é o veículo mais seguro que podemos ter.” O Uber não tem previsão de quando o carro autônomo será oferecido em seu aplicativo.
*A repórter viajou a convite do Uber.
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