O X, rede social de Elon Musk, voltou a ser avaliado em US$ 44 bilhões, o mesmo valor pago pelo bilionário na aquisição do então Twitter, em outubro de 2022. A nova avaliação representa uma recuperação significativa em relação a setembro de 2024, quando a Fidelity Investments estimou o valor da empresa em menos de US$ 10 bilhões.
A avaliação de US$ 44 bilhões foi registrada em um acordo secundário no início deste mês, no qual investidores negociaram participações existentes na empresa, segundo o jornal Financial Times. O X também busca levantar cerca de US$ 2 bilhões em uma rodada primária de captação, destinada a pagar parte da dívida contraída na aquisição de 2022.
Desde que assumiu o controle da plataforma, Musk adotou uma política de moderação mais flexível, o que resultou na saída de diversos anunciantes. Essa perda de receita levou a avaliações sucessivamente menores, com a Fidelity reduzindo sua estimativa ao longo de 2023. Em setembro do ano passado, a empresa de investimentos avaliou o X em cerca de US$ 9,4 bilhões, um corte significativo em relação ao valor original da compra.
O novo valor reflete a recuperação da plataforma e pode estabelecer a base para futuras negociações. Entre os investidores do X estão nomes como Andreessen Horowitz, Sequoia Capital, 8VC, Goanna Capital e a própria Fidelity. O ajuste na avaliação ocorre em um momento em que Musk tenta diversificar as fontes de receita da empresa.
Apesar da perda inicial de anunciantes, o X registrou cerca de US$ 1,2 bilhão em lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 2024, de acordo com o jornal The Guardian.
A redução de despesas operacionais e o aumento da receita com assinaturas e parcerias contribuíram para a recuperação financeira da X. No entanto, há ressalvas quanto à transparência dos números apresentados, com alguns especialistas apontando ajustes contábeis que podem inflacionar os resultados.
A recuperação do valor de mercado também está ligada ao fortalecimento da relação de Musk com o ex-presidente Donald Trump. Desde a vitória de Trump nas primárias republicanas, investidores passaram a ver o X como um ativo estratégico no cenário político dos EUA, impulsionando o interesse pela plataforma.
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Por que o valor da plataforma aumentou?
Os credores do X, incluindo bancos como Morgan Stanley, Bank of America e Barclays, venderam quase toda a dívida de US$ 12,5 bilhões usada para financiar a compra do Twitter, segundo a Forbes. Nos últimos meses, esses empréstimos foram renegociados, dando à empresa mais tempo para levantar capital sem pressão imediata de pagamento.
Outro fator que contribuiu para a nova avaliação foi a integração entre o X e a xAI, startup de inteligência artificial (IA) fundada por Musk. No início de 2024, Musk concedeu 25% da xAI aos investidores do X, o que deu mais segurança aos credores e ajudou a elevar o valor da plataforma.
O X também tem investido na expansão de novos negócios. A CEO da empresa, Linda Yaccarino, anunciou recentemente o X Money, um serviço de carteira digital e pagamentos peer-to-peer, que será lançado ainda este ano em parceria com a Visa.
A plataforma também está incorporando IA para otimizar sua oferta publicitária. Em fevereiro, a empresa lançou o Grok 3, a nova versão do seu chatbot de IA, para usuários premium. A tecnologia desenvolvida pela xAI deve ser usada para personalizar anúncios e melhorar o engajamento dos usuários.
Com a nova avaliação e os planos de expansão, o X tenta se reposicionar no mercado e recuperar a confiança de anunciantes que abandonaram a plataforma após as mudanças promovidas por Musk. Empresas como Amazon voltaram a investir em publicidade na rede, enquanto outras marcas seguem cautelosas.
