Ao longo da semana, as falas de Mark Zuckerberg sobre o futuro da Meta repercutiram. Mas o CEO da gigante não gostou nada disso. Entre o que foi anunciado para funcionários a portas fechadas na empresa, chamou a atenção a tentativa de “ressuscitar” a relevância do Facebook, a calma de Zuckerberg diante dos modelos de inteligência artificial (IA) chineses, e a história de que a empresa vai demitir quem apresentar “baixo desempenho”.
Esses temas foram discutidos por Zuckerberg na quinta-feira, 20, em uma reunião interna um dia após a divulgação dos resultados fiscais da companhia. É costume que o executivo responda perguntas enviadas por funcionários durante a transmissão. Entre uma resposta e outra, o bilionário aproveitou para avisar que não tolera mais vazamentos e caso eles não parem vai acabar com esse tipo de feedback com os funcionários. “Tentamos ser muito abertos e, então tudo o que eu digo acaba vazando”, disse. “É uma droga”.
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Após esses assuntos da reunião terem vazado o diretor de segurança da informação da Meta, Guy Rosen, enviou um documento com o aviso de que os responsáveis pela divulgação de informações serão demitidos.
“Levamos vazamentos a sério e tomaremos providências”, diz o Rosen no documento. “Quando informações são roubadas ou vazadas, há repercussões além do impacto imediato na segurança. Nossas equipes ficam desmoralizadas e todos nós desperdiçamos tempo que seria melhor utilizado trabalhando em nossos produtos, em nossos objetivos e em nossa missão”.
O executivo também afirmou que a Meta “tomará as medidas adequadas, incluindo demissão” se identificar os responsáveis pelos vazamentos e que “recentemente encerramos relações com funcionários que vazaram informações confidenciais da empresa de forma inapropriada e extraída de documentos sensíveis.”
Em um outro documento chamado “Let’s Fix Meta” (vamos consertar a Meta) para funcionários, o CTO (ou diretor de produtos, em português) Andrew Bosworth anexou links de vários matérias publicadas sobre as novidades da Meta anunciadas na reunião.]
Fora dos temas de governança, o bilionário reiterou suas previsões sobre IA e os óculos inteligentes. Ele deu mais detalhes da parceria com a Ray-Ban, que disse ter vendido mais de 1 milhão de unidades em 2024.
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Sobre o alinhamento de Zuckerberg com Donald Trump, o executivo respondeu que vislumbra uma “parceria produtiva com o governo dos EUA” e que aproveitar isso. “Acho que é a coisa certa a fazer porque existem várias áreas onde temos uma causa comum”.
Em janeiro, a Meta tomou medidas que alinham ideologicamente a empresa com o novo governo de Trump. E além de chamar o republicano de “durão” quando ergueu o punho para a multidão depois de ser alvo do atentado em um comício na Pensilvânia, o executivo encerrou o programa de diversidade e inclusão e relaxou as políticas de moderação de conteúdo nas redes da Meta.
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Quanto ao assunto da moda: chatbots movidos a IA, Zuckerberg disse que o esforço é aumentar a base de usuários do Llama, o modelo de código aberto de IA da companhia. Atualmente, segundo o CEO, o Llama tem cerca de 700 milhões de usuários mensais, e o objetivo é chegar em 1 bilhão de acessos todo mês em 2025.
“Será um ano intenso, então apertem os cintos”, avisou Zuckerberg. “Temos muito a fazer e estou animado com isso”.