Você se sente frustrado por não conseguir se manter informado no vasto palheiro digital da web? Não arruma tempo para visitar diariamente todos os sites de notícias, informações, vídeos e fotos, assim como os blogs, que considera essenciais? Se a resposta for sim, é sinal de que ainda não adota um recurso bem útil para organizar sua movimentada vida online: o RSS. O sistema – que traz até o internauta de forma automática e em tempo real o conteúdo de seus sites e serviços preferidos – não é novidade. Começou a despontar em meados de 2004 e, desde então, tem tido uma aceitação mista. Por um lado, segundo estudo recente da Forrester Research, cerca de 50% dos sites já disponibilizam códigos RSS para que leitores mais assíduos assinem seus feeds (algo como fonte, em inglês). Mas, por outro lado, apenas 11% dos internautas utilizam o RSS. O motivo seria o fato de muitos internautas ainda não terem percebido a real utilidade da tecnologia, além de uma certa dificuldade em garimpar e assinar os feeds mais interessantes. Nesta edição, o Link revisita o tema com a proposta de desfazer esse mal-entendido. JORNAL PERSONALIZADO Sem mágicas, o RSS (Really Simple Syndication, ou distribuição simplificada de conteúdo, em tradução livre) transmite, automaticamente, informações de seus sites e blogs preferidos no momento em que elas são publicadas na rede. A principal vantagem é que o internauta não precisa visitar aquele site ou blog. As notícias vêm até ele, reunidas em um único local: o seu agregador de feeds RSS. Além disso, é possível selecionar, em um site ou serviço, o tipo de informação que se quer receber. Por exemplo: o internauta pode assinar o feed apenas de uma seção de um determinado jornal. Assim, é possível criar um jornal personalizado somente com as notícias que lhe atraiam, provenientes das fontes de informações de sua preferência. E, para embarcar nesse mundo da informação "on demand", não é preciso ser maníaco pela rede. Qualquer um pode escolher um serviço de RSS e reunir nele, de forma fácil e rápida, seus primeiros feeds. Basicamente, há três opções de serviços de RSS. Os leitores online (como o Google Reader e o Netvibes) são como um site e podem ser acessados de qualquer computador conectado à rede. Já os RSS integrados aos navegadores – como o Firefox e o Internet Explorer – são mais simples e não permitem o acesso remoto, mas, como estamos sempre como o browser aberto, as notícias que chegam estão sempre à mostra. Por fim, os softwares de RSS (como o Feedreader) devem ser instalados na máquina. A vantagem é que eles trazem a notícia até a tela do internauta mesmo que o navegador esteja fechado. A desvantagem é que o software só funciona no equipamento onde está instalado. Após escolher um serviço de RSS, o próximo passo é reunir os feeds mais relevantes para você. Em geral, os próprios agregadores já oferecem um cardápio de fontes, mas sites e serviços da web trazem em suas páginas um ícone referente ao RSS. Basta clicar lá, copiar a informação do feed e colar no agregador. O publicitário Gabriel Tonobohn, de 22 anos, do blog Oito Passos (www.oitopassos.com), já experimentou o FeedReader e o Google Reader, mas prefere o Netvibes. "Além de poder personalizá-lo, ele oferece uma série de serviços embutidos, o que agiliza muito minha vida. Não é só um agregador de feeds", diz. Já a analista de sistema Cynara Peixoto, de 27 anos, do blog Mundo Tecno (www.mundotecno.info), conta que "após anos usando o Netvibes, resolvi migrar para o Reader, que é bem mais prático". Os dois concordam em uma coisa: não seria possível acompanhar tudo que desejam na rede (cada um assina mais de cem sites) não fosse o RSS.
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