Pouco mais de um mês após fazer barulho ao se lançar no mundo dos eletrônicos, Roberto Gaviria, irmão do traficante Pablo Escobar, está de volta com um novo celular de tela flexível. A Escobar Inc., empresa que representa os interesses da família, anunciou nesta segunda, 3, o Escobar Fold 2.
Assim como a primeira versão, o novo Escobar Fold quer ganhar no preço, que variam de US$ 400 a US$ 550. O Galaxy Fold, da Samsung, é vendido a US$ 1.980 nos EUA. A comparação com o aparelho da Samsung, porém, vai além do preço. O novo Escobar Fold parece ter se inspirado bastante no dispositivo da gigante coreana: tem tela aberta de 7,3 polegadas e uma tela auxiliar quando fechado, além de ter entalhe e posicionamento das câmeras bastante semelhantes.
A acusação de cópia também não é novidade para a Escobar Inc: a primeira geração do telefone foi comparado ao FlexPai, da americana Royole, primeiro celular de tela flexível lançado. Fora a semelhança desconfortável com a concorrência, o novo Escobar Fold promete algumas especificações interessantes: processador Snapdragon 855, bateria de 4.380 mAh, conjunto de câmera com 5 lentes, tela principal com resolução de 2.152 x 1.536 e Android 10.
A entrada no mundo tecnológico da Escobar Inc. ocorreu há dois anos, quando decidiu trabalhar no seu próprio smartphone. “Pablo e Roberto sempre se interessaram por inovação”, disse em dezembro ao Estado Olof Gustafsson, que se apresenta como presidente executivo da Escobar Inc..
De fato, desde dezembro, a empresa ampliou o portfólio. Além dos celulares, agora a companhia conta com caixas de som, fones de ouvido, power banks com o logo do traficante estampado.
Repetição de campanha sexista
No retorno, a Escobar Inc. repetiu a estratégia de marketing sexista, que teve bastante repercussão, quase nenhuma positiva, no lançamento do primeiro aparelho. Novamente, a companhia postou fotos e vídeos de mulheres usando lingeries enquanto interagem com o dispositivo. No lançamento do primeiro aparelho, Gustafsson justificou ao Estado a escolha pelo tipo de material.
“Essas moças são uma boa representação da nossa marca. Se você quer comprar um ‘Pablo Escobar’, você quer algo legal, sexy e novo”, diz. “Poderíamos ser ‘profissionais’ e ter um vídeo simples do telefone, mas a diferença é que somos a Pablo Escobar e podemos fazer o que quisermos. Tínhamos muitas garotas, pegamos as melhores e fizemos acontecer, meu amigo”, afirmou.
A Escobar Inc. também voltou atacando a Samsung: em um dos vídeos lançados pela empresa, garotas em trajes mínimos aparecem destruindo um Galaxy Fold. A gigante coreana não se manifestou.
Para quem se animar, é bom correr: segundo a companhia, apenas 200 mil unidades do aparelho foram produzidas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.