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Montblanc entra na briga dos relógios inteligentes

Em parceria com o Google, marca suíça de luxo lança o Montblanc Summit, com sistema operacional Android e que pode chegar a € 15 mil

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Por Jamil Chade
Mostrador do relógio é coberto por cristal de safira curvo Foto: Jamil Chade/Estadão

A tradicional marca Montblanc lançou ontem seu primeiro relógio inteligente, em colaboração com o Google. Trata-se do primeiro aparelho de luxo com essas características que deve chegar ao mercado brasileiro – a data prevista é o segundo semestre de 2017. Com o novo produto, a Montblanc entra na briga dos relógios inteligentes, um mercado que deve atingir US$ 10 bilhões até o final do ano.

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Jérôme Lambert, presidente executivo da Montblanc International, acredita que o produto abre uma “nova era” para os produtos de luxo. Em entrevista ao Estado, o executivo disse que “rapidamente” os relógios inteligentes podem chegar 10% das vendas da marca. 

Para ele, não existe contradição entre a tradição de uma das marcas mais famosas do luxo e o novo produto, que combina a relojoaria fina com o Android Wear 2.0, o mais recente sistema operacional do Google e um processador avançado.

Para um produto que vai custar entre € 890 e € 15 mil, coube a Zaim Kamal, diretor criativo da Montblanc, o desafio de dar a sensação de um relógio real no pulso e incorporar a tecnologia. Para isso, o mostrador do relógio é coberto por um cristal de safira ligeiramente curvo.

“Queremos um sentimento de familiaridade, mas com novas funções”, disse o criador. “Estamos sendo bombardeados por informações e precisamos de sinais que nos deem equilíbrio. O relógio pode ser um deles.”

Outra preocupação foi a de manter a identidade do relógio, chamado de Montblanc Summit. O modelo foi inspirado na tradicional coleção 1858, com uma caixa de 46 mm.

Sensores. Uma das principais inovações dos relógios inteligentes é o uso de sensores para medir os batimentos cardíacos. Para o Google, porém, a transformação do relógio em um eletrônico está apenas começando e seria “inconcebível” que, nos próximos anos, um relógio inteligente não tivesse a capacidade de alertar seu usuário sobre um problema de saúde, como um ataque cardíaco.

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“Estamos só no início. Muito vem pela frente ainda”, disse ao Estado o vice-presidente de engenharia da gigante americana, David Singleton. Para ele, o futuro é de “múltiplas telas”, com uma pessoa acessando informação em diferentes formatos. O relógio, portanto, seria uma das peças fundamentais nessa próxima revolução.

“Já em 2011 víamos que a tendência seria a de levar toda uma tecnologia ao pulso”, disse Singleton, lembrando que os engenheiros da empresa fizeram um teste caminhando pelo escritório por dias com telas nos pulsos para testar o que, na época, parecia impossível. “Nos primeiros protótipos, pensamos que era uma loucura”, admitiu.

A “loucura” se transformou em uma realidade bilionária em todo o mundo. Dados da consultoria CCS Insight, publicados ontem, estimam que 43 milhões de relógios inteligentes serão vendidos em 2017. Em 2021, o número passará a 86 milhões de unidades. Até o final do ano, o mercado deve movimentar US$ 10 bilhões, segundo estudo da Canalys, que prevê a queda nas vendas de relógios tradicionais. 

A aliança entre os tradicionais relojoeiros suíços e o Vale do Silício não se limita à Montblanc. A Tissot já indicou que também terá um produto a partir de 2018. A esperança é de que, até lá, a tecnologia exija menor espaço de bateria. No início da semana, foi a vez da LVMH lançar um relógio inteligente com a marca TAG Heuer e equipado também com Android.

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