A nova geração do iPhone já está entre nós. Para apresentar os celulares ao mundo, a Apple realizou, nesta terça-feira, 12, seu principal evento do ano, batizado de “Wonderlust”. O lançamento trouxe a família do iPhone 15 com quatro novos modelos — repetindo a tradição dos últimos anos e, por aqui, os preços podem chegar até R$ 9,6 mil (iPhone 15), até R$ 10,6 mil (iPhone 15 Plus), até R$ 13,1 mil (iPhone 15 Pro) e até R$ 14 mil (iPhone 15 Pro Max). Ainda não há data para a disponibilidade dos aparelhos no Brasil.
Os novos celulares apresentaram mudanças esperadas há algum tempo pelo mercado, como a entrada de padrão USB-C, mas não surpreenderam muito nas configurações gerais. A mudança para a nova entrada, por exemplo, foi feita para ajustar o produto da empresa a uma exigência da União Europeia para os dispositivos eletrônicos na região. O empurrão forçou a Apple a abandonar a entrada Lightning no mundo inteiro. Reveja o evento:
Em vídeo pré-gravado no Apple Park (sede da empresa em Cupertino, Califórnia) e transmitido ao vivo, o presidente executivo da Apple, Tim Cook, falou sobre o sucesso dos produtos da Apple e também da nova linha de computadores MacBook, que vêm recebendo o novo processador M2, desenvolvido pela empresa. O executivo ressaltou que com os últimos lançamentos, a empresa conseguiu migrar, com sucesso para seus próprios chips, deixando de usar os componentes fornecidos pela Intel.
iPhone 15
O iPhone 15 foi o primeiro celular apresentado em Cupertino, no ápice do evento. O modelo chega nas cores preto, rosa, azul, verde e amarelo, excluindo a tradicional versão branca. Aqui no Brasil, o iPhone 15 vai custar a partir de R$ 7,3 mil e o iPhone 15 Plus, a partir de R$ 8,3 mil.
Depois de pressões da União Europeia, a Apple mudou a entrada de carregamento para o formato USB-C, abandonando a entrada Lightning depois de 11 anos. Após se curvar às autoridades europeias, a companhia disfarçou a mudança, dizendo que o USB-C faz parte de aparelhos da Apple, como os MacBooks e iPads, há alguns anos.
Com o USB-C, a Apple vai permitir que o iPhone 15 “abasteça” a bateria de outros produtos, como os AirPods. A empresa afirmou que vai mudar também a entrada dos fones de ouvido com fio para nova entrada, assim como de seus outros produtos, incluindo o cabo de conexão por indução MagSafe, que segue o padrão Qi.
Recursos
O iPhone 15 traz a Ilha Dinâmica, recurso que reúne no topo da tela o leitor biométrico de rosto (Face ID) e a câmera de selfie, ao mesmo tempo em que notificações são integradas ao entalhe da tela. A ferramenta foi lançada no ano passado, com o iPhone 14 Pro.
A versão “básica” do iPhone 15 tem 6,1 polegadas, enquanto o iPhone 15 Plus vem com 6,7 polegadas. Além disso, o iPhone 15 e o irmão Plus trazem tela de 2 mil nits, com promessa de maior luminosidade para o usuário.
A câmera principal das versões tradicionais também aumentou. Agora, a lente principal passa a ter 48 megapixels (MP), em comparação aos 12 MP da versão passada. A lente de 48 MP já havia sido antecipada para a versão “Pro” do iPhone 14, revelado no ano passado.
A câmera do iPhone 15 vai ter um zoom óptico de 2x na lente telefoto, com maior resolução (12 MP, 52 mm). O recurso também poderá ser utilizado em vídeos, diz a Apple.
Nas fotos, não vai ser necessário mudar para o modo retrato para fazer uma foto com o fundo desfocado. A partir de agora, o sistema de câmeras do iPhone vai identificar quando é necessário ativar o Modo Retrato, sem precisar que o usuário selecione manualmente o modo no aplicativo. A funcionalidade vai ser ativada por meio de aprendizado de máquina.
As câmeras frontais devem continuar com a mesma resolução dos celulares do ano passado, de 12 MP.
De acordo com a empresa, o aparelho também é feito com materiais reutilizados: são 75% de alumínio reciclado e 100% de cobalto reciclado na bateria.
O iPhone 15 e iPhone 15 Plus vão trazer o “antigo” processador A16 Bionic, até então exclusivo do iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro. O chip tem dois núcleos de alta performance e quatro núcleos de alta eficiência. A GPU é composta de cinco núcleos.
O iPhone 15 recebeu também o U2, processador de localização precisa para encontrar pessoas e objetos. A Apple promete que, com isso, pessoas consigam se “encontrar” de forma mais precisa na rua.
iPhone 15 Pro
O iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max ficaram pro final do evento, abusando do suspense para revelar o que a empresa considera como o seu modelo mais avançado de todos os tempos. E a Apple quis colocar o conceito nos mínimos detalhes do celular.
Agora, os modelos Pro da marca vão receber um acabamento em titânio na lateral, tornando o dispositivo mais leve que o antecessor — uma diferença de cerca de 20 gramas. Os aparelhos chegam nas cores preto, prata, azul e chumbo. Por aqui, o iPhone 15 Pro vai começar com preços a partir de R$ 9,3 mil, e o iPhone 15 Pro Max, a partir de R$ 11 mil.
Assim como as versões tradicionais, as versões mais sofisticadas acompanham os tamanhos padrões, com 6,1 polegadas no iPhone Pro e 6,7 polegadas no Pro Max. Além disso, as dimensões da tela do iPhone estão maiores, sem que a Apple tenha que alterar o tamanho do dispositivo. Isso porque a empresa diminuiu as bordas escuras, espaço entre a tela e a carcaça do aparelho. Essa novidade vai permitir que o usuário ganhe um display maior.
A companhia também mudou o botão que silencia os ruídos. Com a troca, o comando na lateral do iPhone agora funciona por pressão e não mais no modo chave, como nos modelos até o ano passado. Ele representa uma mudança no design clássico do iPhone, que, desde 2007, tem um botão de “liga/desliga” na lateral para silenciar ou aparelho.
Chamado de Botão de Ação, ele tem a mesma função que no Apple Watch Ultra: um “faz-tudo” na lateral do aparelho, pelo qual o usuário pode acionar rapidamente uma funcionalidade única.
Os celulares da linha mais avançada vão receber o novo chip A17 Pro, com tecnologia de 3 nanômetros. Ao todo, o processador vai ter 19 bilhões de transistores, com 6 núcleos de CPU, 2 núcleos de performance, quatro núcleos de eficiência e 16 núcleos de Neural Engine. Isso torna o celular 10% mais rápido que o iPhone 14 Pro.
Esses avanços no processador também vão permitir que o aprendizado de máquina do aparelho seja mais veloz, tornando funcionalidades como o uso de ferramentas da câmera e de resposta do teclado mais refinadas. O chip também permite um melhor desempenho da porta USB-C na transferência de dados. A empresa estima que essa ação seja, agora, 20 vezes mais rápida que na versão USB2 — aposentada por grande parte das fabricantes.
A lente principal do iPhone 15 Pro continua com 48 MP, no conjunto de três câmeras que caracteriza a linha avançada da empresa. As câmeras poderão tirar fotos em 24 mm, 28 mm e 35 mm.
A lente telefoto do iPhone 15 Pro Max vai ter zoom óptico de 5x, um avanço em relação ao limite de 3x do modelo anterior. A ferramenta, porém, não é nova no mercado. O Galaxy S23, da Samsung, por exemplo, tem zoom óptico de 10x. A lente vai ter o equivalente ao tamanho de uma câmera telefoto de 120 mm.
A Apple afirma que o conjunto de câmeras do iPhone vai permitir, também, a captura de “vídeos espaciais”, que apresentam tridimensionalidade ao serem exibidos nos óculos Vision Pro, revelados pela Apple em junho passado e planejados para chegarem às lojas em 2024.
Apple Watch
A nova geração do Apple Watch, chamada Series 9, deve incluir uma nova cor: rosa. A linha fica completa com opções em prata, preto, dourado e vermelho. O produto traz um novo processador S9, com 5,6 bilhões de transistores, 60% mais que o antecessor (S8). É a primeira atualização de processador do Apple Watch desde o Series 6, lançado em 2020. O Series 9 chega no Brasil a partir de R$ 5 mil.
A Apple promete que o novo processador vai tornar o relógio mais rápido, principalmente para tarefas que não exigem conexão com a internet, como funções de ditado, por exemplo.
A empresa também lançou uma função em que os usuários poderão perguntar por configurações de saúde para a assistente virtual Siri. Assim, com o armazenamento de informações pelo aplicativo de saúde, a Siri poderá interagir por meio de perguntas e respostas com os usuários.
O display do novo Apple Watch também recebeu um aumento na sua luminosidade e agora consegue ir de 2.000 mil nits a 1 nit no modo “Tela Sempre Ligada”, poupando bateria ao reduzir a luz na tela do aparelho.
Outro recurso no relógio é o Double Tap, pelo qual o usuário pode dar comandos com o dedo indicador e o polegar da mão, fazendo um gesto semelhante ao de pinça. Dessa forma, o toque pode comandar o dispositivo, sem que o dedo esteja entre em contato com a tela. Um exemplo apresentado pela Apple foi a possibilidade de aceitar chamadas com dois toques entre os dedos. De acordo com a empresa, é o novo processador do relógio que permite a navegação sem contato com o dispositivo.
Ainda, a Apple anunciou que não vai mais usar nenhum material de couro em seus produtos. Para substituir pulseiras do Apple Watch, a companhia afirma que desenvolveu um tecido batizado de FineWoven, com 68% de sua composição de materiais reciclados.
Apple Watch Ultra 2
A Apple apresentou também a segunda geração do seu relógio de alta performance, o Apple Watch Ultra 2. Segundo a empresa, o Ultra tem capacidade para até 36 horas de bateria com apenas uma carga. Em modo de economia de energia, a bateria pode chegar a 72 horas. O Apple Watch Ultra 2 chega ao mercado a partir de R$ 9,7 mil.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.