Desde seu lançamento em 2007, o Kindle tem se destacado como um dos dispositivos de leitura digital mais populares do mercado. Desenvolvido pela Amazon, o e-reader utiliza a tecnologia e-Ink, projetada para simular a aparência do papel impresso e proporcionar uma experiência de leitura confortável, mesmo sob luz solar direta. Apesar de suas evoluções ao longo dos anos, incluindo modelos com maior resolução, iluminação embutida e até resistência à água, uma questão persiste: é possível transformar um Kindle tradicional em um dispositivo com tela colorida?
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Tecnologia por trás das telas e-Ink
Os Kindles utilizam a tecnologia de tinta eletrônica para exibir texto e imagens. Diferente das telas LCD ou Oled, que emitem luz diretamente, as telas e-Ink refletem a luz ambiente, proporcionando uma experiência visual mais próxima da leitura em papel. Essa característica reduz o cansaço visual e é um dos motivos que tornaram o Kindle tão popular. No entanto, as telas e-Ink foram historicamente limitadas à exibição em preto e branco.
A limitação está relacionada à maneira como a tinta eletrônica funciona. As telas são compostas por milhares de microcápsulas contendo partículas pretas e brancas que, ao serem eletricamente carregadas, formam imagens e textos. Para a inclusão de cores, seria necessário incorporar novas tecnologias que preservem a eficiência energética e a legibilidade em diferentes condições de luz. Essa barreira tecnológica dificultou a adoção de cores até este ano.
A introdução da cor
Em 2024, a Amazon lançou o Kindle Colorsoft, o primeiro modelo da linha com tela colorida. Essa inovação marcou um avanço significativo na tecnologia de tinta eletrônica. A tela de 7 polegadas do Colorsoft combina um painel de óxido com ondas personalizadas para proporcionar maior contraste e transições de página mais rápidas. A resolução atinge 300 pixels por polegada (ppi) para conteúdos em preto e branco e 150 ppi para conteúdos coloridos, como quadrinhos, livros infantis e revistas.
Essa nova abordagem permite a reprodução de cores sem comprometer as características que tornaram os e-readers populares, como a baixa emissão de luz e o consumo reduzido de energia. No entanto, é importante ressaltar que o Colorsoft é um modelo específico, e não há possibilidade de adaptar outros dispositivos Kindle para incorporar a tela colorida.
Alterar a coloração de modelos existentes é inviável
Muitos usuários de Kindles tradicionais se perguntam se seria possível atualizar ou modificar seus dispositivos para suportar cores. A resposta é não. Os dispositivos Kindle existentes, independentemente do modelo, não foram projetados para essa funcionalidade. O hardware necessário para uma tela colorida é completamente diferente daquele presente nos Kindles anteriores ao Colorsoft.
Modificar um Kindle para torná-lo colorido exigiria a substituição da tela inteira, além de ajustes no software e na eletrônica interna do dispositivo. Esses fatores tornam a conversão inviável tanto tecnicamente quanto economicamente.
As diferentes versões do Kindle e suas características
Atualmente, a linha Kindle oferece modelos que atendem a diferentes necessidades. O modelo básico apresenta funcionalidades essenciais, como uma tela e-Ink antirreflexo e armazenamento suficiente para milhares de livros. Já o Kindle Paperwhite inclui uma tela de alta resolução com iluminação embutida e resistência à água, ideal para leitura em ambientes de baixa luminosidade.
Para quem busca uma experiência ainda mais sofisticada, o Kindle Oasis se destaca com um design ergonômico, botões físicos para troca de página e ajustes de temperatura de cor. Apesar das diferenças entre os modelos, todos eles compartilham a característica de exibir conteúdo em preto e branco, com exceção ao já citado Colorsoft.
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