Análise | Galaxy Ring, anel inteligente da Samsung, pode virar mania no Brasil; veja primeiras impressões

Mesmo sem data de previsão para chegar ao País, anel inteligente pode ser o primeiro dispositivo do tipo a chegar oficialmente no Brasil

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Foto do author Bruna Arimathea

ENVIADA ESPECIAL A PARIS - Após seis meses de suspense, o Galaxy Ring, primeiro anel inteligente da Samsung, foi lançado oficialmente nesta quarta-feira, 10, por US$ 400. O novo dispositivo pretende transitar entre um medidor de exercícios, bem estar e um acessório menos exigente que um relógio inteligente. Ele pode até virar mania se fizer alguns ajustes de design e funcionamento.

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O primeiro contato com o anel revela um aparelho muito leve - com no máximo 3 gramas - que tenta deixar a sensação mais discreta possível. Ao colocar o anel, é possível perceber uma pequena lombada na parte interna que os três sensores de monitoramento deixam no dispositivo e que faz com que seja necessário que o usuário saiba exatamente qual tamanho comprar para um uso confortável.

Isso porque o padrão não segue a numeração de joalherias tradicionais - nas lojas ou na compra online, é preciso experimentar uma espécie de molde de plástico que indica, dos números 5 ao 13, qual o melhor tamanho para cada usuário.

Samsung apresenta seu primeiro anel inteligente Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Depois de um tempo com o anel no dedo, o peso realmente não faz diferença, mas, ainda como uma primeira versão do produto, a Samsung vai precisar olhar para o público feminino com mais carinho. Mesmo com versões de diâmetro pequeno, a largura do anel ainda não é muito amigável para mãos menores. São 7 mm de largura e 2,6 de espessura, o que pode ser pouco natural para quem não está acostumado a usar acessórios maiores.

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Em três cores, o anel também não tem tantas variações. As versões preta e prata têm acabamento mate polido - o preto, inclusive, é bem semelhante ao famoso anel de “coquinho” que muita gente conhece como um item que foi febre nos anos 2010. Já a versão dourada possui um acabamento mais brilhante e polido, uma opção mais “fashion” para quem prefere ornar o dispositivo inteligente com outros acessórios.

A primeira versão do anel inteligente chega ao mercado para competir com outras marcas já estabelecidas, especialmente na Ásia e na América do Norte - Oura Ring, Ultrahuman, Evie Ring e Xiaomi possuem suas próprias versões do anel, mas nenhuma delas está disponível no Brasil.

Por aqui, os usuários ainda ficarão sem o produto por mais algum tempo. A Samsung afirmou que não tem data para que o dispositivo seja vendido e não forneceu preços para o produto no País. A chegada do Galaxy Ring, porém, deve acontecer até o final do ano.

Autonomia

De acordo com a Samsung, um uso moderado do Galaxy Ring pode render até sete dias de bateria com uma única carga. O estojo de carregamento, incluso na compra do anel, funciona como uma caixinha de fones de ouvido sem fio: repõe a bateria do dispositivo e pode ser conectada na tomada por meio de um cabo USB-C.

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Além disso, a própria caixinha tem um indicador do nível de bateria do dispositivo: por meio de um led, é possível ter uma ideia do quão carregado o anel está - a porcentagem exata pode ser vista pelo aplicativo de saúde da Samsung no celular.

Quem se interessou pelo anel precisa saber, porém, que ele só vai funcionar se você tiver um celular Samsung - de preferência um aparelho compatível com Galaxy AI. Grande parte das funcionalidades oferecidas pelo Ring funcionam, apenas, com a inteligência artificial da sul-coreana, o que torna seu uso limitado aos aparelhos mais novos. Quem tem um celular Samsung, mas que não recebeu atualizações de IA também pode usar o anel, mas a experiência não vai ser completa.

Além das funções de saúde e bem estar, a Samsung quer adicionar ao Galaxy Ring ferramentas para que o uso do anel possa trazer mais itens de lifestyle, sem que sua função seja, necessariamente, na área de saúde.

Galaxy Ring chega ao mercado em três cores: preto, prata e dourado Foto: Yuki Iwamura/AP

Nas configurações, por exemplo, é possível programar o anel para entender gestos das mãos e interpretar comandos. O gesto de dedos em pinça e dois pequenos toques - semelhante ao recurso de acessibilidade do Apple Watch - é capaz de disparar uma foto à distância. O mesmo gesto também pode ser utilizado para desligar um despertador sem precisar acessar o telefone - e deixando o modo soneca bem mais fácil.

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Sem parâmetros prévios, o Brasil pode ser um mercado interessante para a Samsung testar a adesão ao Galaxy Ring enquanto um dispositivo mais discreto e com várias das funcionalidades de um relógio. O fato de apresentar funcionalidades já popularizadas por relógio e pulseiras inteligentes abrem a oportunidade para o acessório se tornar mania - ainda que dentro de um nicho.

Lançado por US$ 400 (entre R$ 2,1 mil e R$2,2 mil) nos EUA, resta saber se o preço do dispositivo vai atender o mercado local.

*A repórter viajou a convite da Samsung Brasil

Análise por Bruna Arimathea

É jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP) e pós graduanda em História Contemporânea e Relações Internacionais pela PUC-PR. Repórter de Tecnologia no Estadão desde 2021 e coautora do podcast "Alcântara: o desastre espacial brasileiro".

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