iPhone 15 tem Ilha dinâmica e USB-C como atrações, mas celular da Apple vale a pena? Leia análise

Aparelho chegou ao Brasil no início de outubro com preços a partir de R$ 7,3 mil

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Foto do author Bruna Arimathea
Atualização:

Talvez você não seja daquelas pessoas que troca de iPhone todos os anos para sempre ter o modelo mais novo. Ou você pode ser uma pessoa mais prática: daquelas que compra um celular quando está precisando e dá aquela esticadinha no uso até fazer sentido — materialmente e financeiramente. Se esse é o seu ano da mudança de celular, o iPhone 15 pode ser um bom candidato se você estiver disposto a pagar o preço.

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O aparelho da Apple trouxe algumas mudanças de design e desempenho em relação aos modelos do ano passado relevantes o suficiente para considerar a compra.

A principal novidade é a presença da ilha dinâmica em todos os aparelhos da linha de 2023. Ou seja, a Apple trouxe para os modelos populares o recurso que era exclusivo da linha Pro. A ferramenta que combina software e hardware parece inofensiva, mas pode facilitar a vida em várias funções como acompanhar uma gravação de áudio, visualizar direções de mapa direto na tela central e ter acesso rápido a outros apps em funcionamento. É o fim definitivo da “franjinha” nos iPhones - para quem gosta de ostentar, serve também como selo de que é um modelo mais novo.

Todos os modelos de iPhone 15 possuem a "franja" no modelo Ilha dinâmica Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Outra experiência que melhora consideravelmente no iPhone 15 é o conjunto de câmeras. Com a adição de uma lente de 48 Megapixels (MP), as fotos saem mais detalhadas e com a possibilidade de ativar o modo retrato mesmo depois da imagem ter sido clicada — essa foi uma das principais diferenças, já que mesmo com o aumento de resolução da câmera, é preciso seguir uma série de configurações para ter um arquivo de maior qualidade.

No ajuste padrão, a câmera salva os arquivos com 12 MP, que podem ser alterados para 24 MP. A lente de 48 MP faz sua vez na hora de captar mais detalhes e no zoom, que melhorou consideravelmente desde o último modelo básico da empresa. Agora, com zoom de até 5 vezes, é possível registrar com um pouco mais de qualidade paisagens e objetos mais distantes (a qualidade ainda não é excelente, mas é um upgrade considerando as lentes antigas).

Um detalhe importante, porém, precisa ser pontuado: apenas as versões Pro possuem a câmera macro, algo que faz falta na linha básica.

Lente de 48 MP do iPhone 15 ajuda na hora de ampliar campo de visão da foto Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Nos iPhones 15 Pro, a Apple trouxe um acabamento em titânio que deixou os celulares mais leves. Para quem vem de gerações mais antigas do celular, é possível notar diferença até no iPhone 15 “comum”. A reportagem comparou o novo aparelho com um outro modelo bastante popular no país: o iPhone 11.

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Nessa troca, a mudança foi perceptível: o iPhone 11 chega a ter 194 gramas em comparação a 171 gramas do modelo de 2023. Assim, o iPhone 15 surge como candidato a ocupar o posto de campeão de vendas no futuro.

A tela de Oled também é um ponto forte: com 1.000 nits, é a tela mais brilhante de um iPhone, segundo a Apple, o que ajuda bastante em ambientes muito claros. A resistência também se consolidou no aparelho, com vidro externo que aguenta maior impacto sem quebrar ou rachar a tela — uma melhoria que a Apple vem fazendo em seus últimos modelos e que tem feito muita gente se livrar das películas para celular.

Outro recurso que provou utilidade no novo iPhone foi a entrada USB-C. A Apple foi obrigada pela União Europeia a adotar o conector padrão de outras marcas a contragosto — com direito a uma apresentação bem discreta da mudança no lançamento. Mas a troca, no final das coisas, tem o seu valor: com o cabo USB do tipo C, é possível usar outro dispositivo para carregar o seu iPhone.

Na experiência da reportagem, o recurso foi útil mais de uma vez, tanto com o iPhone sendo uma bateria externa para outro aparelho quanto para carregar o próprio celular. Mas é importante lembrar que o fluxo de carga sempre funciona do maior para o menor. Ou seja, não é possível escolher quem vai receber a carga, é sempre o aparelho com menos bateria que será beneficiado.

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O recurso é importante considerando que a empresa não fez mudanças significativas na capacidade ou no tamanho da bateria. No iPhone 15, a Apple afirma apenas que o componente é capaz de suportar 26 horas de reprodução de vídeo, o mesmo valor estabelecido para o ano passado. No site especializado GSMArena, a diferença entre as baterias do iPhone 15 Plus (testado pela reportagem) e iPhone 14 Plus é pequena: 4383 mAh contra 4323 mAh, respectivamente.

Nos nossos testes, para um iPhone 15, a vida média da carga é suficiente para passar um dia inteiro com o celular longe da tomada, desde que não seja extremamente exigido. Se o uso for mais frequente, é possível passar cerca de 20 horas sem depender do carregador.

Ainda, para tentar prolongar a vida útil da bateria, a Apple adicionou um recurso que permite que o carregamento seja interrompido assim que atingir 80%. Esse é um artifício para adiar ciclos completos de carga e fazer com que o tempo de durabilidade do componente seja maior.

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Pontos a considerar

O iPhone 15 vem com o iOS 17 de fábrica, mas o novo sistema operacional da Apple ainda não parece estar bem acertado, diferente de suas versões anteriores. Em setembro, logo após o lançamento dos novos celulares, um problema de software fez com que os aparelhos esquentarem consideravelmente ao acessar alguns aplicativos e enquanto estavam carregando — nos testes da reportagem, o iPhone 15 apresentou os mesmos “sintomas”.

Outra característica que tem atrapalhado a experiência do aparelho é a falta de fluidez do sistema operacional. Em alguns momentos, a navegação tem alguns “engasgos”, uma quebra no ritmo de rolagem, por exemplo, que não é rotineira dos aparelhos da Apple.

Em uma situação específica, a reportagem ainda encontrou um outro problema: ao conectar o cabo USB-C para carregar o iPhone 15, a tela travou e escureceu o plano de fundo, com manchas na imagem do papel de parede. O problema foi registrado diversas vezes e a tela só voltou ao normal após o desbloqueio do celular.

As questões, porém, parecem ser relacionadas apenas ao sistema operacional, o que torna o aparelho em si ainda um bom dispositivo — principalmente considerando a evolução da linha em relação aos anos anteriores. A atualização de tela, porém, é algo que poderia ter sido levado em conta: enquanto parte do mercado adota taxas de mais de 120Hz de atualização, o iPhone continua com os mesmos 60Hz. Isso impacta diretamente na suavidade da navegação do celular e — talvez — pode ter ajudado na sensação de um aparelho mais travado na hora de mexer.

Enquanto parte do mercado adota taxas de mais de 120Hz de atualização, o iPhone continua com os mesmos 60Hz Foto: Bruna Arimathea/Estadão

O que o consumidor já está acostumado é o preço alto dos aparelhos. Neste ano, embora a média de valores do iPhone 15 esteja ligeiramente mais baixa que o iPhone 14 no ano passado, o modelo mais simples da linha fica a partir de R$ 7,3 mil.

Algumas funções relacionadas ao iOS 17 mas que estão apenas disponíveis no iPhone 15 também valem menção. Uma delas é a possibilidade de receber um direcionamento quase exato de um outro usuário de iPhone pela ferramenta “Buscar”. Com o recurso ativado, o celular fornece um mapa para encontrar um outro dispositivo que conta com um guia em tempo real para orientar o usuário. Isso graças ao chip de banda ultralarga que foi incluído no iPhone 15.

Mesmo com alguns poréns, o iPhone 15 ainda pode ser a melhor escolha de upgrade se você não for uma pessoa super exigente com as suas fotos (as versões Pro têm desempenho melhores). A versão básica atende bastante a necessidade de um aparelho rápido, com boas câmeras, design atualizado e, claro, um tempo de vida maior. Se o upgrade foi a partir de um dispositivo mais antigo — como o iPhone 11 que usamos de exemplo — a troca pode surpreender ainda mais: peso, tamanho e qualidade de tela prometem fazer o celular durar tanto ou mais que o seu anterior.

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