A Apple lançou o iPhone em 2007, praticamente criando a indústria de smartphones e inaugurando a era de dispositivos móveis. Desde então, a companhia americana nunca passou um ano sem lançar uma nova versão do aparelho — e 2023 não deve ser diferente.
Na próxima terça-feira, 12, a Apple deve revelar o novo iPhone, batizado informalmente de iPhone 15. Segundo analistas de mercado, o aparelho deve ganhar entrada USB-C (exigência da União Europeia) e melhorias nas câmeras, principalmente em resolução. E pode ficar até US$ 100 mais caro.
Nestes 16 anos, o aparelho, objeto de desejo de alguns e alvo de críticas de outros, sempre fez barulho. Porém, nem todo iPhone é igual: alguns tiveram impacto na indústria de maneira mais ampla, enquanto outros apenas mudaram os rumos da Apple. Há ainda um grupo de modelos que simplesmente foram erros no caminho da gigante.
Assim, o Estadão ranqueou todos os modelos de iPhone já lançados (são mais de 30). No levantamento, porém, consideramos apenas as “famílias” — isto é, o iPhone 14 e seus irmãos (Plus, Pro e Max) compõem um único grupo.
Leia também
Com 22 “famílias”, o ranking analisa os saltos de um modelo para o outro, bem como o significado do modelo para a indústria quando foi lançado. Justamente por isso, o primeiro iPhone, de 2007, é o ponto zero dessa jornada e não ocupa lugar no ranking — afinal, não é possível comparar Pelé com o restante dos jogadores.
Abaixo, leia o ranking dos melhores modelos de iPhone da história, organizados do pior para o melhor.
21. iPhone 5C (2013)
Em 2013, a marca iPhone já estava consolidada e o smartphone da Apple era o celular mais popular do mundo — e um dos mais caros. Lançado naquele ano, o iPhone 5C foi o oitavo modelo da companhia e tinha um único objetivo: ser “barato”.
Era algo novo para a Apple, acostumada a disputar os segmentos mais caros do mercado - a ideia era tentar alcançar os mercados emergentes (como China e Índia). O iPhone 5C, porém, chegou às lojas por US$ 550 nos Estados Unidos (e R$ 2 mil no Brasil), preço alto demais para um aparelho envolto em plástico (material menos nobre que o alumínio ou o vidro dos modelos anteriores) e com processador antigo, lançado em 2012.
O resultado foi um encalhe do iPhone 5C na casa dos milhões em todo o mundo, com os consumidores preferindo desembolsar um pouco a mais em aparelhos topo de linha. Baixo custo? Que nada.
20. iPhone SE 3.ª geração (2022)
Lançado em março deste ano, o iPhone SE de 3.ª geração é o mais recente iPhone lançado pela Apple em 2022. Por isso, espanta que um modelo tão recente esteja tão ao pé desta lista.
O aparelho é praticamente igual ao iPhone SE de 2.ª geração (de 2020), com a exceção do chip A15 Bionic (do iPhone 13, de 2021). A bateria também é significativamente melhor, segundo os testes do Estadão.
Em termos de inovação, no entanto, o smartphone ainda traz o mesmo “visual” do iPhone 8 (2017), tela pequena para os padrões do mercado atual (de 4,7 polegadas) e painel LCD, ante o Oled visto em displays concorrentes e da própria Apple. Nada disso anima e, apesar de ser novato, o iPhone SE de 3.ª geração já nasceu velho.
19. iPhone XR (2018)
O iPhone XR é um primo do iPhone 5C. Trouxe o mesmo visual colorido, uma única câmera traseira e processador mais antigo (A12 Bionic, de 2017) para baixar custos. Como aspecto “inovador”, recebeu o leitor de rostos (o Face ID) revelado um ano antes. E, ainda hoje, o celular poderá ser atualizado para o futuro iOS 16, a ser lançado nas próximas semanas — sinal de que o aparelho tem vida longa.
Apesar disso, o iPhone XR não empolga nem trouxe grandes novidades. Naquela época, o novíssimo iPhone XS era lançado com câmera dupla, enquanto o iPhone 8 via o próprio preço despencar no mercado.
Apesar de novato, iPhone SE de 3ª geração (2022) já nasceu velho
18. iPhone 8 (2017)
Em 2017, quando o iPhone completava 10 anos, a indústria de tecnologia e os fãs aguardavam ansiosamente o que a Apple tinha na manga. O resultado foi o iPhone X, com tela de ponta a ponta, salto na qualidade da câmera e o leitor facial, o Face ID.
No mesmo evento, foi revelado o iPhone 8, que nasceu sob a sombra do contemporâneo. Embora tivesse abandonado o alumínio e adotado o vidro como acabamento, com possibilidade de carregamento sem fio, o modelo representou o “fim” dos celulares com Touch ID na linha da Apple. Ainda assim, não é um mau aparelho — e prova disso é que é um dos queridinhos dos brasileiros, bastante popular ainda hoje nas ruas.
17. iPhone XS, iPhone XS Max (2018)
O iPhone XS foi um aparelho apenas de evolução e não revolução, apostando em melhorias em diversos pontos (processador, bateria e câmera, principalmente). Além disso, deu início à linhagem “Max”, com smartphones com telonas maiores (de 6,5 polegadas).
Apesar disso, a Apple insistiu na marca “X” (número 10 em algarismos romanos), mesmo que não se tratasse de uma edição comemorativa — isso cabia ao iPhone X, de um ano antes. Na época, o branding confundiu as pessoas e o nome não pegou. Até hoje as famílias X são chamadas de “xis”, e não de “dez”.
16. iPhone 3GS (2009)
O iPhone 3GS é a terceira geração do aparelho e o primeiro a adotar o “S”, nomenclatura que seria utilizada por mais nove anos, dando a ideia de continuidade a uma mesma família - ou de poucas novidades.
Neste aparelho, a Apple dobrou a velocidade de processamento do aparelho, que se tornava cada vez mais útil para a conectividade móvel do dia a dia. Nada, porém, muito empolgante.
Mas vale dizer: o iPhone 3GS foi o primeiro smartphone da Apple a chegar ao Brasil. O preço chegava a incríveis R$ 1,9 mil, a depender da operadora de telefônica e da capacidade de armazenamento (de até 32 GB).
15. iPhone 6, iPhone 6 Plus (2014)
Sete anos depois do primeiro iPhone, o mercado de smartphones conseguiu finalmente alcançar a Apple e começava a ditar tendências. A Samsung e Motorola apostavam em telas cada vez maiores, com a popularização de uma nova categoria: phablet, junção das palavras phone e tablet.
Contrariando os dogmas de Steve Jobs (que não suportava telas grandes em celulares), a Apple rendeu-se à pressão da clientela. Naquele ano, a empresa apresentou pela primeira vez dois smartphones topo de linha, o iPhone 6 e o iPhone 6 Plus. E ambos traziam telas maiores: respectivamente, 4,7 polegadas (ante as 4 polegadas do modelo anterior) e 5,5 polegadas. Além do aumento em tela, o aparelho trouxe mais bateria, algo sempre muito bem-vindo quando se trata de iPhone.
Havia um grande empecilho para o smartphone ser um sucesso, porém. Logo após o lançamento, usuários notaram que o dispositivo dobrava no bolso, algo que gerou um escândalo conhecido como bendgate. O motivo? O iPhone 6 (e o irmão maior) eram finos e leves demais — uma das obsessões da Apple na época.
O iPhone 6 foi um salto. Porém, foi um salto bastante desastrado. E é por isso que ele não ocupa uma posição mais alta neste ranking.
14. iPhone 13, iPhone 13 mini, iPhone 13 Pro e iPhone 13 Pro Max (2021)
O iPhone 13 recebe todos os superlativos famosos da companhia: é a melhor bateria, é a melhor câmera, é a melhor tela. É um excelente celular, não há como negar.
Mas sejamos sinceros: nada nele é exatamente empolgante. É só mais uma edição evolutiva. A “franja” no topo da tela (onde fica abrigado o Face ID e câmera frontal) é um pouquinho menor, a câmera capta mais luz (útil para o Modo Noturno), bateria dura mais e há a possibilidade de turbinar o dispositivo com até 1 TB de memória.
Tudo isso, no entanto, soa cansado. O iPhone 13 (com quatro modelos) ainda usava carregador Lightning, enquanto o restante do mercado adotava USB-C e reguladores em todo o mundo pediam por um padrão único na indústria de tecnologia.
13. iPhone 6S, iPhone 6S Plus (2015)
Depois do escândalo do bendgate, o iPhone 6S e seu irmão grandão corrigiram a “moleza” do antecessor e vieram com os corpos metálicos mais pesados e grossos, algo inédito na linha de fabricação da Apple, que sempre se orgulhou da “finura” de seus aparelhos. Consequentemente, a bateria ficou mais potente.
Além disso, outra mudança foi a criação do 3D Touch, uma espécie de botão sob a tela que permitia interações inéditas com o sistema. A sacada pareceu bacana no início, mas nem a Apple nem os desenvolvedores souberam utilizar a função, e por isso muitos usuários sequer sabiam da existência dela. O recurso desapareceu de futuras famílias poucos anos depois, sem ninguém sentir falta.
12. iPhone SE 1ª geração (2016)
O iPhone SE, de Special Edition (edição especial, no inglês), tem nome glamoroso, mas o aparelho lançado pela Apple em 2016 foi mais uma tentativa da companhia em conquistar os mercados emergentes com menor custo. Dessa vez, mais bem-sucedida.
O aparelho trouxe o mesmo “corpo” do iPhone 5 (de 2013), mas a capacidade interna era do iPhone 6S (2015): processador A9, 2 GB de memória RAM, mais autonomia de bateria, melhorias nas câmeras traseira e frontal e mais capacidade de armazenamento. E a Apple aprendeu a lição com o fracasso do iPhone 5C, pois o preço foi de US$ 399 (R$ 2,7 mil no Brasil) no lançamento.
11. iPhone 12, iPhone 12 mini, iPhone 12 Pro e iPhone 12 Pro Max (2020)
Durante o primeiro ano de pandemia de covid-19, a Apple apresentou o iPhone 12, com atraso de algumas semanas em relação ao calendário dos anos anteriores e superando analistas pessimistas que acreditavam que problemas na cadeia de suprimentos iriam atrasar ainda mais o lançamento do produto.
A companhia não só trouxe um novo dispositivo topo de linha com o saudoso design quadrangular e melhorias habituais na câmera, como também revelou quatro diferentes modelos, uma novidade até então inédita. A principal mudança em formato ficou com o iPhone 12 mini, que provou que tamanho não é documento e, mesmo com menor tamanho, recebeu processador e câmera de ponta.
Ainda assim, a Apple desagradou o mercado ao inserir uma bateria inferior em toda a família do iPhone 12, que tinha menos autonomia do que antecessores.
10. iPhone 5 (2012)
Quando Steve Jobs (fundador da Apple e principal criador do iPhone) desenvolveu o smartphone, ele insistiu que toda a região da tela deveria ser alcançada com o toque de uma única mão. Motivo pelo qual o aparelho, originalmente, possuía 3,5 polegadas, tamanho agradável para a maior parte das pessoas.
Um ano após a morte de Jobs em 2011, o iPhone 5 foi o primeiro celular da Apple a ganhar mais tela e aumentar (um pouquinho) de tamanho — o que causou um rebuliço no mercado à época, já que a mudança era vista como um afronte às diretrizes do fundador recém-falecido. Ninguém imaginava que meia polegada poderia causar tanto barulho, mas a mudança tinha como objetivo atender a pressão dos consumidores por mais tela, enquanto fabricantes rivais cresciam o display.
Além disso, o iPhone 5 trazia um design elegante, conexão 4G no mercado dos Estados Unidos e apresentava pela primeira vez o cabo Lightning para carregamento, com a promessa de mais velocidade e segurança.
Leia mais: 10 anos da morte de Steve Jobs
9. iPhone 14, iPhone 14 Plus, iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max (2022)
Aqui, há duas grandes novidades da família de 2022: o tamanho “mini” foi eliminado, e a Apple ressuscitou o “Plus”, com tela de 6,7 polegadas e exatamente igual ao irmão “básico” de 6,1 polegadas.
Além disso, o outro grande destaque desse ano foi o aumento das diferenças entre o iPhone “normal” e o “Pro”. Agora, o iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max ganharam novo processador (o A16 Bionic), maior resolução nas câmeras (de 12 MP para 48 MP) e a famosa Ilha Dinâmica, que substituiu a “franja” no topo da tela e uniu hardware e software numa solução engenhosa criada pela Apple.
A família de 2022 representa importante passo para a estratégia de preços da Apple: cada vez mais, a empresa aposta numa “elitização” de recursos topo de linha, específicos da família Pro. Já os dispositivos mais básicos ganham menos recursos ou, ainda, novidades velhas, como processadores de anos anteriores.
8. iPhone 11, iPhone 11 Pro, iPhone 11 Pro Max (2019)
O iPhone 11 e seus outros dois irmãos chegaram com novo visual e três novos formatos. O modelo básico trouxe lentes maiores e melhores na câmera dupla traseira, avanço significativo que resultou em melhores fotos no Modo Noturno e na captação de vídeos, duas demandas já bem atendidas por competidores, como o Google Pixel.
Estranhamente, o iPhone 11 recebeu tela maior do que o iPhone 11 Pro (6,1 e 5,8 polegadas, respectivamente). Apesar disso, o “Pro” (nomenclatura nova) trouxe mais bateria, tela Oled e câmera tripla na traseira – principal atrativo, que resultou em fotos de maior qualidade.
Ainda à venda na loja da Apple, o iPhone 11 continua com ótimo custo-benefício, sem dever muito para os lançamentos seguintes.
7. iPhone SE 2ª geração (2020)
O iPhone SE de 2ª geração (2020, lançado pouco depois de a pandemia de covid-19 estourar) é o aperfeiçoamento máximo de uma fórmula que, desde 2013, vem sendo testada pela Apple. O aparelho veio com cara de iPhone 8 (2017), mas o interior era de celular topo de linha, do iPhone 11 (2019).
A Apple também acertou no preço, vendendo-o por R$ 3,7 mil no Brasil no modelo mais básico. O valor seguiu muito acima de concorrentes, mas o custo-benefício pareceu mais atraente, com a típica longevidade dos aparelhos da marca. Ou seja, um sucesso.
6. iPhone 4S (2011)
O iPhone 4S ganhou o coração dos brasileiros. Com a marca começando a ganhar espaço no País, foi o primeiro iPhone a receber mais de cinco atualizações de sistema (do iOS 5 ao iOS 9, de 2015), deixando-o com imensa longevidade no mercado.
Além disso, apresentou pela primeira vez a Siri (assistente de inteligência artificial acionada por voz), corrigiu o problema de antena do antecessor e melhorou a capacidade de armazenamento de memória de processamento.
Curiosamente, Steve Jobs morreu dois dias depois de o iPhone 4S ser apresentado por Tim Cook (recém-alçado ao posto de presidente executivo) na Califórnia, nos Estados Unidos.
5. iPhone 7, iPhone 7 Plus (2016)
O iPhone 7 causou um furdunço nas redes sociais. Não, ele não se dobrava, como o iPhone 6. Nem tinha problemas com antena, como o iPhone 4.
Na verdade, o aparelho veio sem entrada para fone de ouvido, forçando o usuário a adotar o adaptador Lightning que vinha na caixa ou a comprar fones sem fio, como os AirPods recém-lançados naquele mesmo ano.
Além disso, trouxe um salto gigante para fotografias e vídeos, que chegavam a resolução em 4K — e o modelo Plus estreou a câmera dupla traseira que, hoje, parece insuficiente para nós. Melhorias na bateria e processador também foram percebidas em relação a antecessores.
Para completar, ele abandonou o botão Início mecânico e adotou um componente com resposta tátil, o que deixou no passado a irritante situação de quando o botão quebrava.
Assim, o modelo perdeu atualização de sistema só em 2022, seis anos após o lançamento, o que tornou ele no Brasil uma espécie de “fusquinha dos iPhones”, um aparelho bastante popular. Ele é até hoje um dos mais vendidos pela Apple no País, segundo varejistas e o “olhômetro” da rua.
4. iPhone 3G (2008)
Imagine um smartphone sem conexão móvel, que funcione apenas por Wi-Fi. Complicado.
Foi esse o grande salto do iPhone 3G, a segunda geração do smartphone da Apple. Como diz o próprio nome, o aparelho podia se conectar à rede de internet móvel, como GRPS, Edge e 3G. Era como ter um computador de bolso, eternamente online.
Além disso, uma grande mudança foi a chegada da App Store, loja de aplicativos que permitia que desenvolvedores criassem aplicações para o celular. Foi isso que ajudou na existência de serviços como Uber e iFood.
3. iPhone X (2017)
Com uma década de vida, o iPhone começava a se tornar desinteressante perto de outros smartphones da concorrência. Fabricantes como Samsung, LG e Motorola testavam novos modelos, com mais tela e sem botões. A Apple, por outro lado, seguia na mesma fórmula do iPhone 7.
Isso tudo mudou com o iPhone X (cujo nome vem de algarismos romanos). Assim como a concorrência, havia mais tela, enquanto o botão de Início, clássico da marca, foi abandonado. No lugar, a novidade era uma “franja” no topo da tela, que ditou o design dos aparelhos nos anos posteriores. A região abrigava a câmera de selfie (de 7 MP) e o inovador Face ID, leitor biométrico de rostos que, ao contrário da concorrência, não apresentou problemas – “a tecnologia simplesmente funcionava”, diria Steve Jobs.
Essas mudanças permitiram à Apple redesenhar o próprio produto e dar um salto enorme em bateria, em câmera (duas lentes traseiras de 12 MP), de tela (display Oled de 5,8 polegadas) e de processamento (inserção de aprendizado de máquina no chip), entre outros.
Para muitos, foi o iPhone mais bonito já lançado (e mais poderoso até então). E também o mais caro: o aparelho mais básico (com 64 GB de memória) foi vendido a partir de US$ 999 nos Estados Unidos – ou incríveis R$ 7 mil no lançamento no Brasil.
2. iPhone 4 (2010)
Foi por causa do iPhone 4 que muita gente em todo o mundo conheceu o que era um smartphone. Era o celular cujo design virou sinônimo de telefone inteligente. Ele aparecia com frequência em filmes e séries de televisão e era o favorito de celebridades e autoridades, que largavam o BlackBerry.
A Apple descobriu que uma das fórmulas para o sucesso de um smartphone era ter boas câmeras, até hoje o ponto forte da marca. Por isso, foi o iPhone 4 quem inaugurou a câmera frontal (então com 0,3 MP), o que levaria à criação da palavra “selfie”. Para a câmera traseira, o dispositivo ganhou uma lanterna para fotos com flash, possibilidade de vídeo em HD (720 pixels) e zoom digital – e 5 MP de resolução.
A Apple também inseriu um novo display LCD (batizada de tela retina), que ampliava a resolução do que era exibido. Pela primeira vez, um painel de celular tinha tantos pixels que não era possível vê-los a olho nu. Entre outras novidades, sensores foram incluídos, como giroscópio e acelerômetro. E o iPhone 4 trouxe o primeiro redesenho da marca, com formato quadrangular e acabamento em vidro – clássico que seria retomado em 2020, com iPhone 12.
A poucos dias do lançamento, no entanto, um protótipo do aparelho vazou na imprensa americana, o que enfureceu Steve Jobs, que guardava tudo a sete-chaves até a revelação no palco.
Além disso, o iPhone 4 foi alvo o primeiro escândalo do smartphone da Apple: o antennagate, um problema que causava interferência na antena do aparelho, impedindo ligações e conexão móvel, dependente de como o dispositivo se acomodava na mão. Acuada, a Apple forneceu capinhas gratuitas para os clientes como solução do problema.
Esse problema teria potencial para derrubar qualquer aparelho em rankings, mas o iPhone 4 já tinha se estabelecido como um gigante histórico.
1. iPhone 5S (2013)
O iPhone 5S acertou em muitas coisas, e por isso ocupa o primeiro lugar desta lista. O dispositivo consolidou os pontos fortes da marca e introduziu novidades que cimentariam os próximos anos de lançamentos da Apple.
A chegada do Touch ID (leitor biométrico de dedos) no botão de Início aumentou a distância do iPhone para a concorrência na época. Até então, smartphones forçavam o usuário a decorar senhas aleatórias para credenciais na internet. Com o novo sensor (que parecia vindo de um filme de ficção-científica), logar em aplicativos financeiros tornava-se mais fácil, mais rápido e mais seguro.
Outro ponto foi a chegada dos processadores A7 (de 64 bit, inédito para um smartphone) e M7, que permitiram saltos em navegação online e em processamento gráfico, com especial destaque para games, categoria que vinha ganhando força na época (lembra do Angry Birds?).
As câmeras melhoraram a abertura focal, permitindo mais luz, portanto maior qualidade de imagem. E vídeos poderiam ser gravados em 1080p, com a opção de filmar em câmera lenta.
O iPhone 5S estreou a cor dourada, saindo do branco e preto de modelos anteriores. Além do mais, foi o primeiro smartphone da Apple com tecnologia 4G a operar no Brasil, o que impulsionava as vendas no País e se tornava um dos dispositivos mais populares.
Foi um “S” que deu certo — e muito. Não à toa, seu design seria retomado no iPhone 12 mini.
Menção honrosa: iPhone (2007)
Aqui vale uma menção honrosa, é claro. O melhor iPhone continua sendo o primeiro, que representou uma revolução na indústria de tecnologia - não apenas de smartphones.
Um dos maiores saltos veio na chegada da tela multitouch, que permitia que o display respondesse imediatamente ao toque do usuário, o que desbancou os celulares que usavam canetinha para cliques, algo visto como “estiloso” para a época.
Como disse Steve Jobs durante o evento de introdução, tratava-se de um dispositivo com conexão celular para chamadas telefônicas, tocador de músicas (alô, iPod) e conectado à internet. Três em um, algo inédito no mercado. Nascia, enfim, o smartphone.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.