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Realidade virtual ganha ‘lan house’ em São Paulo

Ainda distantes dos brasileiros, aparelhos como PSVR e HTC Vive podem ser testados; por R$ 30, joga-se meia hora

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Ação. Na VR Gamer, é possível jogar títulos como Batman: Arkham VR e Rez Infinite Foto:

Quando era criança, no início dos anos 1980, Leandro Sarubbi era o único menino da rua a ter um Atari. “Fazia fila de gente na sala para ter uma chance de jogar Enduro”, lembra ele, que não tinha preferência nas jogatinas caseiras por ser “o dono da bola”. Três décadas depois, a divisão dos videogames virou negócio: há cerca de dois meses, Sarubbi abriu a VR Gamer, espaço no qual é possível pagar para curtir, por algumas horas, uma das tecnologias do momento: a realidade virtual.

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“No começo do ano, comprei um HTC Vive e meus amigos faziam fila para jogar, como na infância. Eu tinha acabado de perder o emprego e decidi tentar algo novo”, diz Sarubbi, de 38 anos.

Na VR Gamer, sediada em uma casa em uma rua residencial da Vila Mariana, ele tem sete óculos de realidade virtual à disposição dos clientes – são cinco dispositivos HTC Vive, que funcionam com um computador potente, e dois PlayStation VR, que roda acoplado ao PS4.

Para cada sessão de jogo de 30 minutos, a casa cobra R$ 30 – o valor cai pela metade durante as tardes de dias de semana, das 13 horas às 18 horas. É um preço até módico, se comparado aos R$ 10 mil necessários para um computador com configurações potentes o suficiente para rodar games em realidade virtual no HTC Vive. Hoje, os principais óculos de realidade virtual não são vendidos no País – nos EUA, o PSVR é vendido a US$ 399, enquanto o HTC Vive sai por US$ 799. Já o Oculus Rift, do Facebook, custa US$ 599.

Viagem ao passado. Se por um lado o estabelecimento oferece uma tecnologia do futuro, por outro lado entrar nele é fazer uma viagem ao passado, nos tempos em que era possível alugar videogames e cartuchos em locadoras, nas décadas de 1980 e 1990. Como se estivéssemos a bordo de um DeLorean, também é possível fazer uma escala no meio dos anos 2000, no auge das lan houses, quando jovens se juntavam virando madrugadas na frente de computadores em disputas animadas de Counter-Strike e Battlefield.

O tempo das locadoras e das lan houses já ficou para trás, mas Sarubbi não tem medo de seu negócio ter prazo de validade quando os óculos de realidade virtual ganharem escala de mercado e seguirem o caminho de consoles de casa e computadores pessoais para jogos. “Começamos pensando em atingir os fãs de games, mas o jogador casual também está vindo aqui”, diz o empreendedor. “Quem é jogador nato pode gastar dinheiro na realidade virtual, mas o casual não. Ele vai vir aqui e se divertir, como faz em uma pista de boliche ou no fliperama.”

Para Sarubbi, o principal atrativo da realidade virtual é a sua facilidade de usar. Ao contrário dos videogames contemporâneos, com controles que têm mais de uma dezena de botões, os joysticks da nova tecnologia são simples, como bastões com apenas uma ou duas teclas e gatilhos.

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“Você não precisa de mais do que 30 segundos para explicar os controles para quem nunca jogou na vida. Em alguns jogos, é só pegar um bastão e balançá-lo para imitar uma espada. Não tem erro”, diz, como quem lembra da simplicidade do controle do Atari de tantos anos atrás.

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