Google cooperou com regimes autocráticos para retirada de conteúdos desfavoráveis, diz jornal

De acordo com a publicação, companhia removeu vídeos de manifestantes contra os governos após pedidos da China e da Rússia; o Google não quis comentar

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Por Redação

O Google cooperou com regimes autocráticos, incluindo os governos da Rússia e da China, com o objetivo de facilitar pedidos de retirada de conteúdos desfavoráveis. A informação foi divulgada neste sábado, 15, pelo The Observer, do jornal The Guardian.

De acordo com a publicação, o Google removeu, por exemplo, vídeos contra os governos após pedidos da China e da Rússia. Procurada, a empresa não quis comentar.

Na reportagem, o The Guardian destacou que o Google tem relações com 150 países desde 2011 para responder a pedidos sobre remoção de conteúdo, incluindo governos acusados de violar direitos humanos.

Prédio do Google em Pequim, na China Foto: Greg Baker/AFP

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Em todo o mundo, o Google soma 5,6 milhões de itens de conteúdo “indicados para remoção” com base em pedidos de vários governos. São vários os motivos que podem levar conteúdos a serem removidos, como violação de direitos autorais e invasão de privacidade.

Um levantamento realizado pelo Observer mostrou que, desde 2020, a maior parte dos pedidos de remoção de conteúdo envolve alegações de direitos autorais, privacidade e segurança, mas há várias demandas classificadas como outras, segundo a publicação, sem que o Google forneça mais detalhes.

Em quatro anos e meio, a Rússia foi responsável por 60% dos pedidos para remoção de conteúdo. Um dos conteúdos retirados mostrava ucranianos queimando uma bandeira da Rússia. Segundo a publicação, em 2022, o Google também censurou vídeos no YouTube que convocavam protestos contra Vladmir Putin.

Em relação à China, foram removidos mais de 200 vídeos depois de pedidos do Ministério da Segurança Pública. A companhia também tirou do ar perfis que imitavam o presidente Xi Jinping.

A reportagem destaca ainda que a empresa interagiu com a polícia do Afeganistão. Foram 19 contatos com o Google em 2023, o que representa um aumento de 180% em relação ao ano anterior.

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A reportagem apontou que a companhia destaca em seu relatório de transparência que as equipes analisam cada pedido de remoção de conteúdo para avaliar se ele deve ser removido por violar a legislação local ou a política de conteúdo da empresa.

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