Grupos questionam código de acesso em HDs

O código pode ser usado para evitar a pirataria, mas grupos de privacidade alegam que as empresas não têm o direito de controlar o conteúdo gravado nos micros

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma nova tecnologia, desenvolvida por um consórcio entre a IBM, Intel, Toshiba e Matsushita, poderá mudar a forma como discos rígidos, DVDs e aparelhos de MP3 são fabricados. A aprovação do sistema antipirataria deve ser votada no mês que vem, por uma equipe técnica do Comitê Nacional para Padrões de Tecnologia da Informação. Caso o padrão seja aceito, terá que passar pelo aval do próprio comitê, para então ser implementado em meados deste ano. Grupos defensores da privacidade mostraram preocupação em torno da tecnologia, que pode evitar a cópia não autorizada de músicas e filmes digitais, codificando os arquivos para bloquear o acesso a seu conteúdo. Os grupos questionam, principalmente, a autoridade das empresas em determinar qual conteúdo pode ou não ser gravado no disco rígido de uma pessoa. Isso porque, sem a chave para a música ou o filme criptografado, não é possível distribuir ou copiar material protegido por direitos autorais on-line, por meio de serviços como o Napster, por exemplo. O consórcio, porém, garante que o método só será usado em unidades de disco portáteis e placas de memória, usadas geralmente em aparelhos de MP3, e jamais será usado em discos rígidos. No entanto, como o design de dispositivos como gravadores de vídeo digital e aparelhos de MP3 é semelhante ao de discos rígidos de computadores, o código que ativa o software antipirataria também pode ser incluído neles. Tanto o consórcio quanto a Associação Americana de Cinema, que também apóia o projeto, querem ampliar as ofertas aos usuários e não complicar suas vidas. Os estúdios de cinema e outros provedores de conteúdo dizem que desejam apenas distribuir seus produtos de maneira segura e poder cobrar por eles, garantindo o respeito aos direitos autorais. Segundo Andre Hedrick, que faz parte da equipe técnica do Comitê Nacional, é provável que a proposta seja aprovada, pois serão levados em conta apenas os aspectos técnicos. ?Se for tecnicamente correto, não há motivo para objeção.? Mesmo se o novo padrão for implantado, as fabricantes não serão obrigadas a incluir o código antipirataria em seus dispositivos, mas é provável que sejam favoráveis a um padrão que foi aprovado pela indústria.

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