IBM, União Europeia e Disney retiram anúncios do X, de Elon Musk, por preocupação com antissemitismo

Rede social perde grandes anunciantes após várias polêmicas envolvendo discursos de ódio na plataforma

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Por AP

Os anunciantes estão fugindo da rede social X por conta de preocupações com a exibição de seus anúncios ao lado de conteúdo pró-nazista e discursos de ódio no site em geral, com o proprietário bilionário Elon Musk inflamando as tensões com suas próprias publicações, endossando uma teoria da conspiração antissemita.

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A IBM disse esta semana que parou de anunciar no X depois de um relatório ter afirmado que seus anúncios estavam aparecendo ao lado de material que elogiava os nazistas - um novo revés para a plataforma anteriormente conhecida como Twitter, que tenta reconquistar as grandes marcas e seus dólares de anúncios, a principal fonte de receita do X.

A organização Media Matters disse em um relatório na quinta-feira, 16, que anúncios da Apple, Oracle, da rede Bravo e da Comcast (ambos da NBCUniversal) também foram colocados ao lado de material antissemita no X.

Elon Musk tem sido duramente criticado por suas posições e por permitir a propagação de discurso de ódio no X Foto: Kirsty Wigglesworth / AP

“A IBM tem tolerância zero para discurso de ódio e discriminação e suspendemos imediatamente toda a publicidade no X enquanto investigamos essa situação totalmente inaceitável”, disse a empresa em um comunicado.

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A Apple, a Oracle, a NBCUniversal e a Comcast não responderam imediatamente aos pedidos de comentários sobre seus próximos passos.

O poder executivo da União Europeia disse separadamente na sexta-feira, 17, que está interrompendo a publicidade no X e em outras plataformas de redes sociais, em parte por causa de um aumento no discurso de ódio. No final do dia, a Disney, a Lionsgate e a Paramount Global também disseram que estavam suspendendo ou interrompendo a publicidade no X.

Musk provocou protestos esta semana com seus próprios tuítes respondendo a um usuário que acusou os judeus de odiar pessoas brancas e de professar indiferença ao antissemitismo. “Você disse a verdade”, Musk tuitou em uma resposta na quarta-feira.

Musk tem enfrentado acusações de tolerar mensagens antissemitas na plataforma desde que a adquiriu no ano passado, e o conteúdo do X tem sido cada vez mais examinado desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

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“Condenamos com veemência essa promoção abominável do ódio antissemita e racista, que vai contra nossos valores fundamentais como americanos”, disse o porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, na sexta-feira, em resposta ao tuíte de Musk.

A CEO da X, Linda Yaccarino, disse que “o ponto de vista do X sempre foi muito claro: a discriminação por parte de todos deve ser PARADA em todos os aspectos”. “Acho que isso é algo com que todos nós podemos e devemos concordar”, ela tuitou na quinta-feira.

Linda Yaccarino, em evento com Elon Musk: a CEO do X afirma que plataforma é frontalmente contra posições racistas  Foto: Rebecca Blackwell/AP

Yaccarino, ex-executiva da NBCUniversal, foi contratada por Musk para reconstruir os laços com os anunciantes que fugiram depois que ele assumiu o controle, preocupados com o fato de que a flexibilização das restrições de conteúdo estava permitindo que discursos odiosos e tóxicos florescessem e que isso prejudicasse suas marcas.

“Quando se trata desta plataforma, o X também tem sido extremamente clara sobre nossos esforços para combater o antissemitismo e a discriminação. Não há lugar para isso em nenhum lugar do mundo - é feio e errado. Ponto final”, disse Yaccarino.

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As contas que a Media Matters encontrou postando material antissemita não serão mais monetizáveis e as postagens específicas serão rotuladas como “mídia sensível”, de acordo com uma declaração do X. Ainda assim, Musk criticou a Media Matters como “uma organização maligna”.

Promoção de teorias

O chefe da Liga Antidifamação (ADL) também rebateu os tuítes de Musk nesta semana, no mais recente confronto entre a proeminente organização judaica de direitos civis e o empresário bilionário.

“Em um momento em que o antissemitismo está explodindo nos Estados Unidos e aumentando em todo o mundo, é indiscutivelmente perigoso usar a influência de alguém para validar e promover teorias antissemitas”, disse o CEO da ADL, Jonathan Greenblatt, no X.

Musk também tuitou esta semana que estava “profundamente ofendido com as mensagens da ADL e de qualquer outro grupo que promova o racismo antibranco de fato, o racismo anti-asiático ou qualquer tipo de racismo”.

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O grupo já havia acusado Musk de permitir que o antissemitismo e o discurso de ódio se espalhassem na plataforma e amplificassem as mensagens de neonazistas e supremacistas brancos que querem banir a ADL.

A Comissão Europeia, por sua vez, disse que está suspendendo todos os seus esforços de publicidade nas mídias sociais devido a um “aumento alarmante da desinformação e do discurso de ódio” nas plataformas nas últimas semanas.

A comissão, o braço executivo da UE com 27 países, disse que está aconselhando seus serviços a “abster-se de anunciar nesta fase em plataformas de mídia social onde tal conteúdo está presente”, acrescentando que o congelamento não afeta suas contas oficiais no X.

A UE adotou uma postura rígida com novas regras para limpar as plataformas de mídia social e, no mês passado, fez um pedido formal à X para obter informações sobre como ela lida com discurso de ódio, desinformação e conteúdo terrorista violento relacionado à guerra entre Israel e Hamas.

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O X não é o único a lidar com conteúdo problemático desde o conflito. Na quinta-feira, o TikTok removeu a hashtag #lettertoamerica depois que os usuários do aplicativo publicaram vídeos simpáticos à carta de Osama bin Laden de 2002, justificando os ataques terroristas contra os americanos em 11 de setembro e criticando o apoio dos EUA a Israel.

O jornal The Guardian, que publicou a transcrição da carta que estava sendo compartilhada, retirou-a do ar e a substituiu por uma declaração que direcionava os leitores a um artigo de 2002 que, segundo ela, fornecia mais contexto.

Os vídeos atraíram a atenção de usuários do X que criticavam o TikTok, que pertence à ByteDance, sediada em Pequim. O TikTok disse que a carta não era uma tendência em sua plataforma e culpou uma publicação no X do jornalista Yashar Ali e a cobertura da mídia por atrair mais engajamento para a hashtag.

O aplicativo de vídeos curtos tem enfrentado críticas de membros do Partido Republicano, nos EUA, e de outros que dizem que a plataforma não tem protegido os usuários judeus contra assédio e tem empurrado conteúdo pró-palestino para os espectadores. O TikTok rebateu agressivamente, dizendo que está retirando conteúdo antissemita e que não manipula seu algoritmo para tomar partido.

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