3 exemplos de como a internet das coisas já é usada no Brasil

Aplicações foram demonstradas por pesquisadores durante a Futurecom 2017, que acontece em São Paulo até a próxima quinta-feira, 5

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Por Carolina Ingizza
Futurecom, maior feira de telecomunicações da América Latina, acontece até a próxima quinta-feira, em São Paulo Foto: Futurecom

O governo revelou na última terça-feira, 3, o estudo que vai embasar o Plano Nacional de Internet das Coisas, que tem previsão para sair até o final do ano, em forma de decreto presidencial. As conclusões, que incluem a estimativa de que o mercado de internet das coisas pode gerar US$ 200 bilhões para o Brasil em 2025, foram reveladas durante a Futurecom, maior evento de telecomunicações da América Latina, realizado até a próxima quinta-feira, 5, em São Paulo. Durante o evento, pesquisadores dos principais centros de excelência na área do País apresentaram algumas das aplicações de internet das coisas -- revolução que vai conectar à internet todos os objetos à nossa volta.

Confira, na lista abaixo, alguns dos principais exemplos de uso mostrados na feira:

1. Irrigando o campo à distancia

O instituto Cesar, do Recife, apresentou na Futurecom um monitor de irrigação como um dos principais exemplos de aplicação de internet das coisas na agricultura. Entenda como funciona:

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Desenvolvido para monitorar a irrigação em grandes plantações, o dispositivo opera por meio de tecnologias sem fio, como redes 3G/4G e rádio, e envia informações sobre a irrigação para um centro de dados e, depois, para um painel de controle acessível via internet. Além disso, é possível acionar o equipamento à distância.

Segundo os pesquisadores, os sistemas tradicionais de irrigação não oferecem todo o potencial de produtividade, pois é difícil monitorar a quantidade de água usada e detectar falhas é complexo e caro. Com o uso do novo sistema, a expectativa é de multiplicar a produtividade do agronegócio em quatro vezes.

2. Indústria ao gosto do freguês

Hoje, fabricar itens personalizados é muito caro. Com a internet das coisas, porém, a tarefa pode se tornar mais simples e barata. A Fundação Centros de Referência de Tecnologias Inovadoras (Certi), de Santa Catarina, tem trabalhado em criar tecnologias que permitam ajustar máquinas pela internet, sem parar a produção industrial.

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A tecnologia, que eles chamam de mecanismos de customização industrial em massa, permite que as fábricas possam produzir lotes pequenos, sem que os operadores tenham que ajustar manualmente o maquinário a cada processo. 

O sistema permite enviar as configurações das máquinas e começar a produção remotamente, reduzindo o tempo de ajuste em até 30%. Segundo a Certi, quatro clientes já estão usando as tecnologias – a maior parte deles é fabricante de eletrônicos.

3. Trator conectado à internet

Em parceria com a Usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e com apoio do BNDES, o CPqD instalou sensores em máquinas agrícolas, que enviam dados sobre posição e desempenho dos equipamentos via rádio em frequência de 250 MHz para as estações instaladas nas torres da fábrica.

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Todos os dados sobre equipamentos como tratores e caminhões são enviados para uma plataforma que pode ser acessada por meio de dispositivos móveis. 

“O projeto atual começou em 2016. No primeiro ano, desenvolvemos os equipamentos e agora no segundo estamos corrigindo e melhorando os produtos”, disse Rafael Moreno, diretor de sistemas sem fio do CPqD. Por enquanto, 20 terminais foram instalados na usina. Até o fim do ano, o total de unidades deve chegar a 108.

*É estagiária, sob supervisão da editora Claudia Tozetto

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