Em nova fase, Moovit testa serviço de carona

Quatro anos após fundação, startup faz ajustes na estratégia para se manter relevante nos próximos dez anos

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Colaboração. Para manter mapa atualizado, Erez criou rede com 6,5 mil editores no mundo Foto: Claudia Tozetto/Estadão

Os mais de 40 milhões de usuários do aplicativo de rotas de transporte público Moovit terão, em breve, a opção de pegar uma carona com um desconhecido para chegar mais rápido em casa, após enfrentar o aperto do metrô no horário de pico. O serviço de carona compartilhada, que está em testes em Israel desde o início de abril, deve chegar a outros países em breve. Com mais de 10 milhões de usuários do Moovit, o Brasil deve ser um dos primeiros a ter acesso a nova modalidade do serviço que, segundo os cálculos da empresa, deve ter preços equivalentes a 30% do custo de uma viagem de táxi.

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A informação foi revelada pelo israelense Nir Erez, cofundador e presidente executivo do Moovit, durante uma visita do Estado à sede da startup em Ness Ziona, cidade localizada na região metropolitana de Tel Aviv. Amplo e com visual moderno, semelhante ao de gigantes como Google e Facebook, o escritório fica num prédio recém-construído no coração de uma área residencial. Lá trabalha a maior parte da equipe de 90 funcionários, que mantém o serviço funcionando em mais de 65 países em todo o mundo.

“Estamos numa transição em que o Moovit não será apenas uma solução para o transporte público, mas uma solução para mobilidade urbana”, explica Erez. “Daqui a dez anos, as pessoas não vão se importar com o tipo de transporte que vão utilizar, mas só em chegar de um lugar a outro da maneira mais eficiente possível.”

Os motoristas interessados em usar o serviço de carona do Moovit terão de se cadastrar e informar o trajeto que vão percorrer de carro. Com esses dados, o sistema passa a considerar a carona como mais uma opção de locomoção ao traçar rotas para os usuários de transporte público. O próprio app calcula o custo da carona – com base na distância, gasto de combustível e valor do seguro, além da comissão do Moovit – e mostra o total na tela para motorista e passageiro antes de ambos aceitarem compartilhar a viagem.

O serviço é bastante similar ao oferecido pela francesa BlaBlaCar em vários países, entre eles o Brasil. A diferença é que no Moovit as caronas acontecem dentro de uma mesma cidade, enquanto o serviço francês que só permite viagens intermunicipais. Ao contrário dos aplicativos de carona paga, como Uber, o motorista não pode lucrar com a carona, apenas dividir seus custos. O valor é debitado no cartão de crédito do passageiro, assim que a carona é encerrada no aplicativo.

Potencial. A nova modalidade de serviço, que amplia o alcance do Moovit, promete valorizar ainda mais o aplicativo, que já conseguiu levantar mais de US$ 83 milhões em quatro rodadas de investimento – a última aconteceu em novembro do ano passado. “Com o ritmo de crescimento que temos registrado, acreditamos que vamos superar a marca de 100 milhões de usuários no início de 2017.”

O grande desafio agora, segundo o executivo, é mapear o transporte público no mundo inteiro. “Quando começamos, só 10% estava mapeado”, diz Erez. “Hoje, quatro anos depois de muito trabalho duro, mal chegamos a 50%.” 

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