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Ex-alunos da FGV criam rede de investidores-anjo

GV Angels reúne 60 executivos e empresários dispostos a colocar dinheiro em startups; meta é apostar em até oito novos negócios ainda este ano

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Fundador da aceleradora Ace, Mike é um dos líderes do GV Angels Foto: Divulgação

Um auditório da Fundação Getúlio Vargas, uma das principais instituições de ensino do País, ficou lotado na noite da última terça-feira. No grupo, executivos de terno e gravata dividiam espaço com empreendedores com visual despojado. Em comum, os olhos atentos de quem está prestes a entrar em um novo mundo: investir em startups. Eles decidiram se juntar ao GV Angels, um novo grupo de investidores-anjo que inclui apenas ex-alunos da FGV.

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Apesar de a maioria ali já ter uma carreira consolidada, como executivo ou como empresário, poucos estão familiarizados com a ideia de investir em novos negócios digitais. Apenas cinco ou seis levantaram as mãos, de forma tímida, quando perguntados sobre a experiência no ramo. Outros cinco sinalizaram que já venderam ou compraram empresas.

“Percebemos que há muitos empresários e executivos que têm capital, que querem investir em startups, mas não sabem como fazer”, explica o brasileiro Mike Ajnsztajn, ex-aluno da FGV e um dos líderes do GV Angels. Empreendedor serial, Ajnsztajn é filho do polonês Joseph Ajnsztajn, fundador da fabricante de preservativo Blowtex. Ele criou, em 2012, a aceleradora de startups Ace, uma das principais do País.

Para ele, a união com ex-alunos da instituição faz sentido, pois a formação de todos é parecida, embora eles atuem em segmentos diferentes. A diversidade de experiências foi destacada por vários membros na reunião como uma forma de enxergar oportunidades de investimentos em todos os mercados.

Jogo rápido. As regras são claras: para participar, é preciso ter dinheiro e tempo disponível. Apesar de investirem nas empresas de forma individual, a força do GV Angels reside no trabalho em grupo. Ao identificar uma nova startup com potencial, alguns membros serão destacados para auditar a empresa e recomendar (ou não) o investimento aos parceiros. Cada um deve investir cerca de R$ 25 mil, quando decidir apostar em uma empresa – eles não são obrigados a investir.

Outro pré-requisito é agilidade. Os organizadores do GV Angels querem acelerar o processo de investimento nas startups. A ideia de Ajnsztajn é terminar a auditoria de uma startup em 30 dias e levar entre 15 e 20 dias para concluir o aporte – hoje, investidores-anjo brasileiros demoram meses para tomar uma decisão.

“Se o investidor fica ‘namorando’ muito tempo a startup e não decide, acaba perdendo a oportunidade ou matando a empresa”, diz o fundador da Ace.

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A próxima reunião do grupo de executivos deve acontecer em abril, quando eles vão avaliar as startups que podem receber os primeiros aportes de investidores do GV Angels. Para Ajnsztajn, até o fim do ano, o grupo deve fazer aportes em seis a oito startups. No futuro, a ideia é criar um fundo do tipo sidecar, capitalizado pelo GV Angels e terceiros. “Será o primeiro do tipo no Brasil.”

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