Começa nesta terça-feira, 8, a Futurecom 2024, um dos principais eventos de tecnologia e inovação da América Latina. Neste ano, o tema central é “Brand New World on the Edge - A conectividade e as novas relações pessoas-máquinas”, que explora as fronteiras das interações entre humanos e tecnologias emergentes. Assim, os destaques da feira são os avanços da inteligência artificial (IA), a evolução das redes móveis e os avanços em diferentes formas de conectividade, incluindo internet via satélite e internet das coisas (IoT).
O Estadão é media partner oficial e estará presente durante os três dias do evento com cobertura em tempo real dos principais acontecimentos. Cerca de 800 palestrantes e 32 mil visitantes se reunirão no São Paulo Expo entre os dias 8, 9 e 10 deste mês. São esperados representantes de diferentes setores, incluindo mineração, agronegócio, varejo, indústria, saúde e governo. Nesta terça, participam da abertura Juscelino Filho, ministro das comunicações, Felicio Ramuth, vice-governador de São Paulo e Hermano Barros Tercius, secretário nacional de telecomunicações.
Ainda no dia 8, será possível discutir o impacto da IA em áreas fundamentais da sociedade brasileira, como na saúde e no agronegócio. A capacidade transformação de algoritmos na esfera pública federal também estará em pauta no dia inaugural da feira.
Na quarta, 9, um das palestras mais aguardadas vai trazer um panorama do mercado nacional de internet via satélite, atualmente dominado pela Starlink, serviço que pertence à SpaceX, do bilionário Elon Musk. Nicholas Galano, diretor de vendas de Starlink na SpaceX, estará presente no evento, marcando a primeira vez que um funcionário da companhia falará publicamente após a disputa de Musk com o STF, que congelou bens do serviço no País no imbróglio pelo bloqueio da rede social X. Na época, segundo o jornal The Wall Street Journal, a SpaceX retirou seus funcionários do Brasil e alertou outros para não viajarem ao País.
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No mesmo dia, duas palestras devem discutir o impacto da IA generativa, como o ChatGPT, para corporações e trabalhadores.
No último dia, a Futurecom acompanhará duas discussões regulatórias importantes para os próximos anos. Uma delas debaterá quem deve custear o investimentos em infraestrutura de rede. As operadoras de reclamam que empresas gigantes de tecnologia, como Netflix, Google e Meta, são responsáveis por mais de 60% do tráfego da internet brasileira. Esse aumento no consumo de banda exige investimentos das teles para aumentar a capacidade dos seus serviços de internet fixa e móvel e o setor quer repassar parte da conta para as gigantes.
Parte do argumento das gigantes, e de representantes do direito do consumidor, é de que uma eventual cobrança das big techs implicaria no repasse desses custos ao consumidor final.
Por fim, a Futurecom também deve retomar os debates sobre a regulação de IA no Brasil. O projeto de lei mais avançado do País, PL 2.338/2023, teve sua votação adiada três vezes na Comissão Temporária sobre Inteligência Artificial (CTIA) - a última delas foi em julho e não há sinal de que volte a pauta em breve. Para abordar o tema, a Futurecom terá a palestra “Regulação de IA e as interações entre pessoas e máquinas” na manhã de quarta.
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