iFood demite 355 pessoas e cita dificuldades com cenário econômico

Gigante das entregas reduziu o quadro em 6,3%

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Foto do author Bruno Romani
Atualização:

O iFood é mais um “unicórnio”, startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão, a promover demissões em massa. Nesta quarta, 1, a companhia demitiu 355 pessoas do quadro de 5,1 mil funcionários, corte de 6,3%.

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Segundo apurou o Estadão, os cortes afetaram diferentes áreas da companhia - alguns times foram reduzidos em até 30%. As demissões reforçam um movimento que começou de forma faseado no ano passado. A startup diz que também já havia reduzido as contratações em 50% desde o ano passado.

Em nota, a companhia afirma que o momento econômico pesou na decisão.

“O iFood tomou hoje a difícil decisão de descontinuar algumas posições internas, impactando em postos de trabalho de colaboradores, que ajudaram a escrever a nossa história. O atual cenário econômico mundial tem exigido das empresas ações imediatas na busca por novas rotas para enfrentar essas adversidades”, diz a nota.

Os demitidos terão extensão de plano de saúde, auxilio alimentação, suporte para recolocação e doação dos equipamentos de trabalho (computadores e celulares).

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Além das dificuldades macroeconômicas, o iFood sofreu um revés no começo de fevereiro. O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) celebrou um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com a gigante para reduzir o número de restaurantes exclusivos na plataforma.

O acordo veda o estabelecimento de compromisso de exclusividade com redes que somem 30 restaurantes ou mais. O órgão argumentou que a medida se justifica porque essas cadeias são consideradas estratégicas na composição do portfólio de marketplaces de delivery online de comida.

A exclusividade de restaurantes é um dos fatores apontados para a saída do Brasil do Uber Eats, além de motivar a disputa entre iFood e Rappi.

Demissão nas startups

Ao contrário do período visto até 2021, as empresas de tecnologia vêm sofrendo pressão com a alta dos juros e o cenário inflacionário, que forçam os negócios de startups a se tornar mais eficientes e rentáveis diante de investidores avessos ao risco. Por isso, com objetivo de enxugar custos, demissões tornaram-se comuns em um mercado conhecido por contratar milhares de pessoas para manter o alto ritmo de crescimento.

Segundo levantamento do Estadão, somente no Brasil, cerca de 4 mil demissões em massa foram realizadas entre startups “unicórnios”, clube de elite do mercado que diz respeito a pequenas empresas de tecnologia de capital fechado com avaliação superior a US$ 1 bilhão.

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Entre outros unicórnios nacionais que já fizeram demissões em massa estão 99, Loggi, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, MadeiraMadeira, Mercado Bitcoin, Olist, Unico, Hotmart, Dock, Neon e Wildlife. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também fez cortes severos na operação brasileira.

O quadro, porém, também atinge o mercado de startups de modo geral. A healthtech Alice cortou mais de 170 pessoas até dezembro de 2022, enquanto a Buser enxugou em 30% o pessoal, cerca de 165 funcionários, e a Pier dispensou 111 pessoas. Em 2023, a startup de produtos para animais de estimação Petlove demitiu 94 pessoas e a Solfácil, de energia solar cortou 11% dos funcionários. Esses números, no entanto, não compõem o levantamento do Estadão.

Entre as grandes empresas de tecnologia, as demissões somam mais de 85 mil pessoas. Entre as Big Techs, realizaram cortes de milhares de pessoas a Microsoft, Google, Amazon e Meta.

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