Já é um consenso que a inovação se tornou um elemento necessário para a perenidade dos negócios – assim como a implementação de estratégias que, no longo prazo, levem em consideração as externalidades negativas das empresas.
Nos últimos 5 anos, tem sido mais comum ouvir que é preciso gerir e liderar os negócios sob a lente do ESG e da inovação. Dentro disso, uma das dúvidas que mais ouço de executivos é como equilibrar tantas mudanças e transformações à medida que o planejamento estratégico possui o foco no curto prazo.
Leia também
Lamento dizer, mas, honestamente, não existe uma única resposta certa. A maioria das empresas que tenho a oportunidade de acompanhar creditam seu sucesso em trabalhar com inovação a uma série de iniciativas.
A característica que observo ser unânime entre todas as organizações é a habilidade de fomentar uma liderança ambidestra. Exemplificando: uma liderança ambidestra tem a habilidade de lidar com as questões operacionais, eficiência do negócio e ao mesmo tempo ter desenvolvido um olhar para o futuro, inovação, poder testar novos formatos, mercados e produtos. É liderar uma empresa que olha para o futuro sem negligenciar o presente.
Proponho três pontos de reflexão.
Precisaremos liderar times diversos. Não só porque estudos já provaram que times mais diversos são mais eficientes no longo prazo, mas porque esses mesmos estudos já evidenciaram que times diversos são mais criativos e inovadores por essência.
Um segundo elemento é manter um controle da gestão. A gestão clássica se abastece de planilhas, métricas e controles para garantir que está indo no caminho certo. Isso não está de todo errado, contudo, para criarmos mercados e inovar no nosso setor é preciso certa flexibilidade. Qual o espaço que você está de fato dando para a inovação acontecer no seu time?
Líderes precisam ser profissionais com capacidade de inspirar e engajar times
A lista de elementos poderia ser infinita mas trago o que entendo ser fundamental. A inovação precisa ser tangível tanto da visão estratégica quanto do ponto de vista das metas trimestrais. Lideranças que desenvolvem essa habilidade saem na frente.
O importante neste momento é percebermos que o papel da liderança no mundo corporativo está mudando. Precisam ser profissionais com capacidade de inspirar e engajar seus times, mas também pessoas bem versadas em gestão humanizada e cultura de inovação. São contribuintes de uma cultura organizacional ágil, forte e ambidestra.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.