A startup brasileira Fazenda Futuro, pioneira no País em “hambúrgueres vegetais” (que imitam o gosto de carne, mas são feitos à base de plantas), lançará no mês que vem seu mais novo produto. Trata-se da Linguiça do Futuro, que tentará imitar a carne suína a partir de ingredientes como ervilha, soja, grão de bico e beterraba. Segundo a startup, o produto chegará a cerca de 6 mil estabelecimentos a partir de abril, entre restaurantes e varejo.
O preço final ainda não foi definido, mas de acordo com o presidente executivo Marcos Leta, o pacote com 300 gramas de linguiça vegetal custará em torno de R$ 17 nas prateleiras de supermercado – entre as redes parceiras da empresa, estão St. Marché, Carrefour e Pão de Açúcar. Já no que diz respeito a restaurantes, os produtos da Fazenda Futuro, que também incluem carne moída e almôndegas vegetais, estão no cardápio de locais como Bob’s, Lanchonete da Cidade e Spoleto.
Segundo Leta, que também fundou a empresa de sucos Do Bem, a Linguiça do Futuro abre uma porta para a empresa. “É a primeira vez que buscamos recriar a proteína suína. Usamos uma beterraba mais rosada, não tão vermelha, por exemplo, para encontrar a cor certo”, explica o executivo. Nas estimativas da empresa, a expectativa é de que a linguiça se torne responsável por pelo menos 15% de seu faturamento em 2019.
Além de vegetais no recheio, o alimento também conta com um ingrediente vegetal na sua pele: no lugar de tripas, a linguiça da Fazenda Futuro é envolta por uma camada de algas marinhas – e a empresa promete que a consistência dela é muito similar à qualquer linguiça de pernil. “Dá para fazer na churrasqueira, na panela ou na frigideira”, afirma o presidente executivo da startup.
Linguiça também vai para a Holanda
Além de ser lançada no mercado brasileiro, a Linguiça do Futuro também chegará em abril ao mercado da Holanda, onde a Fazenda Futuro já opera desde janeiro. “O Brasil é hoje um dos maiores exportadores de carne. Faz sentido que também sejamos um dos maiores exportadores de alimento de base vegetal”, explica Leta.
Desde o começo do ano, a startup já tem alguns parceiros de varejo e restaurantes que utilizam seus hambúrgueres e almôndegas no país europeu, bem como um escritório em Amsterdã, com três funcionários. De acordo com o executivo, o plano é chegar a Inglaterra e Alemanha nos próximos meses.
Questionado pelo Estado sobre uma possível rodada de aportes, Leta desconversou – disse que os US$ 8,5 milhões captados pela empresa em 2019, junto a fundos como Monashees e Go4it, permitirão o prosseguimento de seu plano de expansão. Na ocasião, a startup foi avaliada em US$ 100 milhões no mercado. Hoje, a Fazenda Futuro tem cerca de 110 funcionários, entre os que estão no Brasil e na Europa.
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