Mottu, que aluga motos para entregadores, ronca os motores para chegar ao México

Em entrevista ao 'Estadão', Rubens Zanelatto, fundador da empresa, conta quer expandir as regiões de atuação

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Foto do author Bruna Arimathea

Em meio ao mar de veículos de São Paulo, a Mottu, startup de aluguel de motos, é uma presença constante — as motos pintadas de verde e as mochilas com a marca da empresa denunciam os seus clientes. Com foco na prestação de serviços para entregadores de aplicativos, restaurantes e lojas, a Mottu, fundada em 2019 por Rubens Zanelatto, quer entrar no terceiro ano de operação com o motor roncando alto.

A empresa, que possui planos de aluguel de motos por menos de R$ 50 reais por dia, tinha no seu primeiro ano de operação uma frota de mil motos - hoje, multiplicou por cinco esse número. A ideia, porém, é ir além das fronteiras da capital paulista. Em entrevista ao Estadão, Zanelatto contou que, além de outras praças no Brasil, a Mottu está pronta para embarcar para a Cidade do México ainda no primeiro semestre de 2022.

Rubens Zanelatto, presidente e fundador da Mottu, aposta em expansão geográfica para 2022 Foto: Felipe Rau/Estadão

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A visão da empresa também é conseguir consolidar outros produtos para atender ao entregador, como planos de seguro e oferta de crédito. Além disso, a empresa passou a operar uma modalidade de entregas própria — a Mottu Entregas. Assim, segundo Zanelatto, a meta para este ano é dobrar o número de funcionários. Veja os melhores momentos da entrevista:

A Mottu recebeu um investimento no meio de 2021. Como a empresa cresceu depois dessa captação?

Toda rodada de investimento vem para ajudar o negócio crescer exponencialmente. No nosso primeiro ano de operação, terminamos com mil motos alugadas e isso proporcionou que a gente levantasse uma rodada série A de investimentos. Em 2021, conseguimos terminar com mais de 5 mil motos alugadas e o time, que eram 50 pessoas no final do primeiro ano, agora já bateu 250 pessoas. Acho que a gente teve um primeiro momento que foi entender a dor do nosso usuário, como a gente podia ajudar com o nosso produto. Depois, como transformar isso em processo mais escaláveis com tecnologia.

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Além do aluguel de motos, como o serviço evoluiu?

A gente decidiu montar uma plataforma de last mile (última milha), que hoje chama Mottu Entregas e já fazemos maisde 100 mil entregas por mês. O objetivo é ajudar os varejistas e marketplaces que precisam de um bom nível de serviço de logística, conectando eles com nossos entregadores. Então, além de dar a ferramenta de trabalho, a gente proporciona a essas pessoas acesso a renda e trabalho. Nosso negócio é 100% pautado em criar o melhor produto para que todo mundo que queira trabalhar como gigworker (fazendo 'bicos') prefira estar na Mottu.

Qual é o papel da tecnologia na Mottu?

O nosso negócio envolve muito controle sobre toda a nossa frota de motos, controle sobre o usuário. Usamos tecnologia em todas as etapas do projeto,desde a aquisição do usuário, e preparação da moto com internet das coisas (IoT) até monitoramento de rota e utilização de inteligência para a parte de manutenção.

Em um mercado grande, como o de mobilidade, como a Mottu se diferencia de outras empresas?

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A gente tem um desafio de gradualmente agregar mais produtos. Acho que é dessa forma que a gente se diferencia. Todas as empresas têm um público alvo. No caso da Mottu, nós nascemos e somos centrados em ajudar o motoboy. A gente entende que é uma profissão difícil, é uma jornada difícil e de muito trabalho, no sol, na chuva, por longas horas. E isso é um problema que a gente quer ajudar a resolver. 

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Vocês seguirão o caminho de outras startups brasileiras no caminho da internacionalização? Como será isso? Em 2022, o desafio é usar a tecnologia para trazer mais produtividade e permitir nossa expansão geográfica. Nós já estamos com time e produto sendo desenvolvidos no México. Devemos chegar por lá no segundo trimestre deste ano, mas, por enquanto, vamos apenas chegar com o produto de aluguel de motos. 

Há planos de expansão no Brasil?

Estamos lançando a operação em Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Manaus já em janeiro. São polos onde podemos crescer, com hipóteses diferentes. Acho que também são mercados em que a gente consegue testar o nosso negócio. O foco é muito importante na vida dos empreendedores para escolher poucas coisas e fazer bem feito para conseguir escalar. Temos um componente que traz complexidade que é a questão de operar um ativo. Não é software. Zelar pela moto e pela experiência do cliente usando uma moto representa muitos desafios para nós. 

Qual é o próximo passo da empresa?

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O que a gente está fazendo aqui no dia a dia é ter um time com pessoas boas e obstinadas, e conseguir oferecer o melhor produto e serviço para quem quer trabalhar fazendo entregas. É sempre oferecer o melhor serviço e o crescimento virá por consequência. Agora que passamos da fase de testar o modelo de negócio, queremos trazer os talentos certos para a companhia. Neste ano, queremos trazer gente muito boa, que entende nosso propósito. Escalar um time bom para continuar crescendo na mesma velocidade. 

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