O desafio de repensar e reaprender

Todas as novas vivências, situações e experiências contribuem para o desenvolvimento de novas capacidades

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colunista convidado
Foto do author Camila Farani

“Isso não vai dar certo”. “Não foi assim que aprendi”. “Sempre fizemos dessa forma, qual o motivo de mudar agora?”.

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Quantas vezes você já ouviu essas frases de alguém? Ou quantas vezes as repetiu diante de um problema que lhe desafiava a pensar diferente?

Por isso, eu te pergunto. Você tem coragem de repensar as suas certezas? As respostas que tradicionalmente dá quando se vê diante de um desafio ou de uma discussão?

Falamos tanto em lifelong learning, em cultura do aprendizado, em aprendizado intencional, mas muitas vezes esquecemos que a chave para avançarmos está na capacidade de aceitar que precisamos estar sempre reaprendendo. Mais do que pensar e aprender, estamos diante do desafio de repensar e reaprender.

Vamos para um exemplo clássico. Pense em uma prova na qual você precisa marcar as opções corretas. Se sobrasse um tempo para revisar, você trocaria a resposta dada originalmente? De uma forma geral, cerca de ¾ dos estudantes acham que, se alterarem, acabarão substituindo a resposta certa pela errada. É a chamada falácia do primeiro instinto, como conta o psicólogo organizacional Adam Grant no seu livro “Pense de novo”. Já estudos conduzidos por psicólogos, que analisaram 1.500 provas de estudantes em Illinois, nos Estados Unidos, mostraram que apenas ¼ das mudanças foram da resposta certa para a errada. Existem mais de 30 estudos comprovando essa mesma visão.

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Jornada de empreender é resultado da nossa capacidade de reaprender

A própria jornada de empreender e intraempreender é resultado da nossa capacidade de reaprender a considerar a nossa trajetória profissional de uma forma diferente da vista como certa até poucos anos.

Não é por acaso que, entre as 15 habilidades do futuro definidas pelo Fórum Econômico Mundial, estão o pensamento analítico, aprendizagem ativa, resolução de problemas, pensamento crítico.

Somos seres de hábitos e, de fato, não é fácil quebrar esses ciclos. É confortável aceitar que as nossas convicções são imutáveis. Estamos, supostamente, seguros nesse mundo que dominamos. Mas não é essa a visão que nos levará a evoluir na nossa vida pessoal e profissional.

Pode ser muito bom estar errado, mudar, redefinir rotas. O caminho é abrir a mente para novas ideias, novas linhas de pensamento, até para refinarmos nosso conhecimento. Todas as novas vivências, situações e experiências contribuem para o desenvolvimento de novas capacidades.

Como diria George Shaw, quem não consegue mudar a própria mente não consegue mudar nada.

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