Startup Olist vale US$ 1,5 bi após aporte e é o novo 'unicórnio' brasileiro

Focada em comércio eletrônico, a empresa rompeu avaliação de mercado de US$ 1 bilhão

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Foto do author Bruno Romani

Curitiba virou um berçário de unicórnios, startups avaliadas a partir de US$ 1 bilhão. Depois de Ebanx e MadeiraMadeira, a capital paranaense tem mais uma empresa de tecnologia no seleto clube de startups gigantes do Brasil: a Olist, especializada em comércio eletrônico. A empresa revelou nesta quarta, 15, que recebeu um aporte de US$ 186 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), o que fez sua avaliação chegar em US$ 1,5 bilhão, conforme revelou ao Estadão Tiago Dalvi, fundador da startup. 

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A rodada acontece oito meses após a Olist levantar R$ 144 milhões, em um aporte adicional à rodada de novembro de 2020 de R$ 310 milhões. O investimento foi liderado pelo fundo Wellington Management. No portfólio da firma aparecem nomes como Airbnb, Uber e WeWork. Também participaram da rodada SoftBank, Corton Capital, Valor Capital, Goldman Sachs, Globo Ventures e o investidor Kevin Efrusy (que tem investimentos feitos em Nubank, Ebanx e Sami).

Fundada em 2015, a Olist ganhou mercado inicialmente ajudando lojas físicas a venderem em marketplaces como Mercado Livre e Amazon. Em 2021, porém, a empresa ganhou nova musculatura para criar ambiente que possa atender todas as necessidades de um lojista: logítica, serviços financeiros e gestão de empresa. A companhia comprou quatro empresas nos últimos 12 meses para dar gás ao crescimento de serviços, uma delas a PAX, especializada em logística.

Olist, de Tiago Dalvi,ultrapassa avaliaçãode US$ 1 bilhão Foto: Divulgação

Hoje, 80% dos pacotes dos 45 mil clientes da Olist circulam pela "malha interna" da empresa - o restante circula por meio de parceiros como Loggi, Jadlog e os Correios. A empresa conta com 4 mil motoristas autônomos e 20 centros de carga temporária (conhecidos como crossdocking).

Claro, ao crescer o escopo de atuação, a Olist precisou de capital - a empresa tinha, em dezembro de 2020, 500 funcionários e já conta com 1.400. É algo que deve se repetir com o novo aporte serão destinados a consolidar o novo leque de produtos e o crescimento - no primeiro trimestre de 2022, a empresa espera contratar outras 300 pessoas.  Além disso, vem aí uma extensão territorial da empresa. 

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"No nosso atual estágio, não temos mais espaço para escolher entre expansão de produtos ou expansão geográfica", diz ao Estadão Dalvi. "No Brasil, vamos investir mais em marketplace e mais na ferramenta de e-commerce. Vamos iniciar operações no México como nossa porta de entrada para o mundo. É o primeiro país, mas certamente não é o último", disse. 

Segundo ele, a escolha pelo México, uma tendência como primeiro passo de internacionalização entre startups brasileiras, veio após uma análise minuciosa. "Após olharmos para mais de uma dezena de países, o México foi nossa escolha por vários motivos: perfil do mercado, perfil do consumidor, perfil dos parceiros e maturidade do ecossistema de inovação", diz ele. 

Dalvi diz que a chegada no México deve ter mais complexidade de produtos do que aquilo que a empresa tinha quando deu os primeiros passos no Brasil. Ou seja, a estreia não será apenas como um facilitador para entrada no comércio eletrônico. "As regras daqui não se aplicam a outros mercados. A boa notícia é que o México acelera mais rápido que o Brasil acelerou no começo, então começamos com mais opções de serviços do que quando iniciamos aqui". 

Apesar das diferenças, a expansão mexicana deve ocorrer repetindo algumas fórmulas já testadas aqui. O executivo fala que isso pode ocorrer por meio de aquisições - a mira da empresa está não apenas nas startups mexicanas, como em outras empresas do mundo. "O comércio eletrônico permite que a gente olhe para vários lugares ", diz. 

Sobre ter virado 'unicórnio', Dalvi dá de ombros: "Minha esposa falou hoje: 'contemple aquilo que você conquistou'. Mas eu não consigo. Tenho a ansiedade do próximo passo. Ter virado unicórnio é apenas um risco na areia. Queremos ir bem mais longe". Estaria ele falando de uma abertura de capital? "Ainda é cedo para falar de IPO. Precisamos focar no plano atual". 

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