Após abrir sua primeira loja física no Brasil na última semana, a Petlove quer espaço também no momento antes de os produtos estarem na casa dos pets. A empresa revelou com exclusividade ao Estadão que investiu cerca de R$ 50 milhões para abrir um novo centro de distribuição em Itapeva (MG) e quer quadruplicar a capacidade de armazenamento até o final de 2023.
O negócio faz parte de um plano de expansão da Petlove, que afirma estar em um momento sólido, ao contrário do cenário visto em startups por todo País, por conta da crise econômica. Por estar em um setor resiliente, Talita Lacerda, presidente da Petlove, afirma que as necessidades do pet ainda são atendidas pelos tutores — o que, para a empresa, significa volume de vendas.
A infraestrutura tem cerca de 47 mil metros quadrados e pode armazenar, por enquanto, aproximadamente 7 milhões de produtos. A inauguração é, também, uma substituição: com o novo prédio, a empresa migra de seu outro centro de distribuição, na mesma cidade mineira. A Petlove ainda investiu cerca de R$30 milhões em automação para otimizar os processos da cadeia de entrega e separação de produtos.
O novo galpão, porém, não deve aumentar significativamente as regiões atendidas pelo antigo posto de armazenamento, mas deve dar mais volume às entregas, afirma Talita. Atualmente, o prédio de Itapeva atende as regiões sudeste e sul e a intenção é tornar os processos de entrega até 40% mais eficientes.
“Esse centro atende, sobretudo, o Sudeste, mas é uma estrutura que espalha seus produtos para outros hubs no Brasil. A maior parte do nosso faturamento é de assinaturas, e isso permite que a gente tenha previsibilidade sobre quando o tutor vai precisar da entrega, então atende muito bem esse serviço”, afirma Talita, em entrevista ao Estadão.
Sem crise
De acordo com Talita, a Petlove tem visto alguma retração no interesse de tutores em alguns produtos para os seus pets. “Observamos que a inflação está pesando sim no bolso do tutor e a gente teve um aumento importante (dos preços) no segmento pet também. Tem uma queda nos produtos não essenciais, como acessórios e brinquedos, que estão em desaceleração”.
Mas, segundo ela, não é nada que coloque os números da operação em risco. O setor de alimentação animal ainda é um segmento forte nas vendas da empresa e, assim como nos supermercados, repassa os reajustes da inflação e dos juros altos para quem está do outro lado da prateleira.
“O mercado pet é um que continua aquecido. O pet precisa comer e a ração é o alimento mais balanceado para garantir uma boa qualidade de vida do bichinho. Como a gente tem bastante assinatura de ração, estamos posicionados em uma parte do setor muito resiliente”, afirma Talita.
Sobre a operação, a Petlove acredita que tem se beneficiado de um setor em crescimento, mas não deixou de ajustar as contas da casa. “Estamos conscientes desse momento do mercado e estamos fazendo um esforço interno para investir nas coisas certas, fazer mais com menos e não crescer o time onde a gente não precisa”.
O novo centro de distribuição começa a funcionar na segunda quinzena de julho e, em sua capacidade máxima, deve estocar até 9 milhões de produtos.
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