Spin-off do SoftBank mira games no Brasil após aporte na startup Tipspace

Com cheque de US$ 3 milhões, plataforma quer que usuários ganhem dinheiro com partidas de videogame sem utilizar criptomoedas

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Foto do author Bruna Arimathea
Atualização:

A startup Tipspace anunciou nesta terça-feira, 4, um aporte no valor de US$ 3 milhões, liderado pela Upload Ventures, spin-off do SoftBank voltado para companhias em estágio inicial. A rodada é a primeira do Upload no mundo gamer no País e marca também o primeiro cheque da companhia fundada por João Sobreira, 22.

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Segundo o executivo, o investimento já está sendo utilizado no crescimento do time e na divulgação da plataforma. Atualmente com 22 funcionários, a startup deve aumentar o quadro ainda neste ano, mas não detalhou qual é a meta de crescimento.

“Já estávamos no mercado de games e procuramos um modelo de negócio que realmente tivesse escala e fosse impactar o mercado. Agora, vamos usar o aporte principalmente para marketing e para terminar de montar o nosso time, que está crescendo bastante’” explica Sobreira ao Estadão.


Aos 22 anos, Sobreira é um CEO jovem no meio de um mercado mais maduro — e a proposta da empresa ganha corpo justamente com a faixa etária do presidente. A ideia da plataforma é que os usuários possam ganhar dinheiro enquanto jogam online. Para isso, cada participante deve “apostar” um valor em si próprio, como um pagamento para a partida (semelhante ao pôquer). Quem vencer a rodada leva o montante.

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O início das atividades será com o jogo League of Legends (LOL). A startup é responsável pelo software e pela paridade entre os jogadores. Ao se cadastrar na plataforma, os usuários são classificados por meio de um algoritmo que define níveis de habilidade. Assim, o sistema sugere, apenas, que adversários com expertises semelhantes possam se enfrentar - a ideia é evitar a clássica prática de adolescentes jogarem “bafo” com crianças na busca por figurinhas fáceis.

“A nossa plataforma é um software, então temos a experiência mais próxima de um jogo possível. A gente faz integração nativa com os jogos e também conseguimos pegar dados direto do usuário, o que permite que a gente não precise de uma API”, explica Sobreira.

“Vimos que os criptogames tinham começado, que as pessoas estavam ganhando dinheiro jogando e achamos que era uma mudança de consumo grande

João Sobreira, co-fundador e presidente da Tipspace

O modelo de negócio é simples: a Tipspace fica com 8% do total apostado e o ganhador fica com o restante do valor. Esse método, segundo Sobreira, é uma das coisas que diferencia a startup no mercado gamer, por não utilizar criptomoedas nas transações — o que se tornou popular nos jogos online.

“Vimos que os criptogames tinham começado, que as pessoas estavam ganhando dinheiro jogando e achamos que era uma mudança de consumo grande”, afirma Sobreira, que criou a empresa juntamente com Sávio Barra, Jean Carvalho, Djary Veiga e Henrique Oliveira.

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Para participar é preciso ter mais de 18 anos e jogar algum dos jogos oferecidos pela plataforma de forma online, no computador. Além do LOL, jogos como Counter-Strike (CS), Fortnite, Valorant também estarão disponíveis.

O valor do aporte também é suficiente para manter a operação da startup por cerca de dois anos, afirma Sobreira, mas a ideia é que uma captação Série A ocorra antes desse período. Por enquanto, porém, a plataforma tem apenas uma versão beta de testes, mas deve ficar disponível para usuários em 13 de outubro.

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