O gigante japonês SoftBank está preparando novos anúncios de investimentos na América Latina. Com um ritmo acelerado de aportes desde o ano passado, quando anunciou o SoftBank Inovation Fund, megafundo de US$ 5 bilhões lançado para investimentos em tecnologia na América Latina, o conglomerado possui, neste momento, quatro empresas em fase de diligência comercial, que é a análise mais profunda que antecede o investimento, e mais cinco que estão em execução, ou seja, em fase de assinatura, disse o vice-presidente do Softbank Inovation Fund, Felipe Fujiwara, em evento em São Paulo na noite desta segunda-feira, 17.
Fujiwara disse que já foram analisadas na região 800 startups pelo Softbank, 250 delas ainda estão no pipeline e 25 em estudo. Desse megafundo, 18 já estão dentro do portfólio. A maior rodada de investimento na região foi em abril do ano passado, quando o SoftBank injetou US$ 1 bilhão na startup colombiana Rappi. Além dela, o grupo já aportou nas brasileiras Loggi, Creditas, QuintoAndar, Gympass, Buser, Olist, Vtex, MadeiraMadeira, Volanty e Banco Inter. Na região investiu ainda nas mexicanas Clippy e Konfío e na argentina Ualá.
O executivo disse que a estratégia do Softbank é de deter na companhia investida entre 20% e 40%, com investimentos entre US$ 50 milhões e US$ 1 bilhão.
Ele disse que a América Latina se mostrou de grande potencial para os investimentos em tecnologia, tendo em vista o tamanho da população e da economia da região. “As empresas de venture capital, mesmo com restrição de capital, se desenvolveram, apesar do pouco financiamento se comparado à Índia e China”, afirmou.
Além disso, Fujiwara destaca que a América Latina adota tecnologia de forma muito rápida, o que torna o investimento na região atrativo. Por aqui, por exemplo, estão os maiores mercados de Facebook, WhatsApp e Netflix. “O número de empresas novas só aumenta, apesar do pouco capital. A velocidade de geração de novas empresas só aumentará, e olhando essas oportunidades o SoftBank veio para a América Latina”, afirmou.
Segundo ele, hoje, globalmente, mais de dois bilhões de usuários transacionam todos os dias nos investimentos do SoftBank. Fujiwara disse que a estratégia do SoftBank é investir nos maiores setores da economia, visto que inovação nesses setores gera muito valor. Na América Latina, saúde foi o único grande setor em que o SoftBank não encontrou onde investir. “Não achamos nenhum investimento e saúde na América Latina está atrasada em tecnologia”, afirmou.
No mundo, o Softbank tem participação em empresas como a chinesa Alibaba, Uber e a chinesa Didi Chuxing, dona da 99.
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