SoftBank lidera aporte de R$ 70 mi na startup brasileira Volanty

Empresa oferece uma espécie de shopping digital de carros de segunda mão; trata-se do quarto grande investimento do grupo japonês SoftBank em projetos de tecnologia na América Latina

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Por Agências
Atualização:

A plataforma digital de compra e venda de veículos seminovos Volanty recebeu um investimento de R$ 70 milhões, rodada liderada pelo grupo japonês SoftBank e do fundo argentino Kaszek. O aporte, que também envolveu os fundos Monashees e Canary, revela a aposta de grandes investidores num setor que movimenta cerca de R$ 400 bilhões por ano no país.

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Criada em 2017, a Volanty oferece uma espécie de shopping digital de carros de segunda mão, que une vendedores e compradores de veículos usados. Mas, diferente da maioria dos marketplaces, o negócio também tem unidades físicas para além da internet, encarregadas de avaliar os veículos, precificar, fotografar, negociar propostas e providenciar a documentação necessária para a transferência.

Uma vez fechado o negócio, a Volanty oferece ao comprador um ano de garantia para o carro negociado. Pelos serviços, a companhia cobra uma taxa de 7% do valor da transação.

Antonio Avella e Mauricio Feldman, cofundadores da stratup Volanty Foto: NILTON FUKUDA/ESTADAO

É um desenho já usado com sucesso em outras regiões, como China, Estados Unidos e Europa, onde startups usam a tecnologia para conectar compradores e vendedores reduzindo ineficiências do mercado de carros usados.

Isso também não é uma novidade para os investidores. Ao contrário, o Softbank mais cedo neste ano desembolsou US$ 1,5 bilhão de investimento no grupo Chehaoduo, dona da Guazi, maior site chinês de intermediação de negócios de carros usados – após o investimento, a companhia foi avaliada em cerca de US$ 10 bilhões. Startups do mesmo tipo também estão em estágio mais avançado em outras regiões, caso da Shift e da Carvana, nos Estados Unidos, da europeia Auto1 e da Kavak, no México.

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O investimento na Volanty revela a aposta de que, diante do tamanho do mercado, o Brasil também desponte como um grande campo para expansão desse modelo. Em 2018, mais de 14 milhões de carros usados foram vendidos no país, de acordo com a Fenauto, federação das revendedoras no País. Trata-se de um mercado fragmentado, sobretudo em pequenas concessionárias e que movimenta mais de R$ 400 bilhões, segundo a startup.

A Volanty, tem nove centros físicos de avaliação de veículos e outros serviços em São Paulo e três no Rio de Janeiro. Outros duas dessas unidades devem ser abertas no mercado paulista ainda em agosto.

Com a nova captação, que é a terceira rodada da startup, o plano da Volanty é usar os recursos para acelerar a expansão, abrindo mais centros, contratando funcionários, inclusive executivos do mercado, e também desenvolvendo novas tecnologias. No ano passado, a startup recebeu aporte de  R$ 19 milhões dos fundos Monashees e Canary, depois de já terem aplicado R$ 2,5 milhões na empresa em 2017.

“Vamos ter centenas de centros espalhados pelo país nos próximos anos”, disse à agência de notícias Reuters o cofundador e presidente-executivo da Volanty, Mauricio Feldman.

Simultaneamente, a Volanty planeja ampliar o escopo do negócio. A companhia, que no início aceitava só carros com até seis anos de fabricação e até 100 mil quilômetros rodados, agora aceita carros produzidos a partir do ano 2000, com qualquer quilometragem. A startup também tem planos de começar a discutir parcerias com fintechs de crédito para intermediar também o financiamento das compras dos veículos.

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O aporte na Volanty vem na sequência de uma série de outros investimentos de maior porte feitos pelo grupo japonês Softbank após ter criado um fundo de US$ 5 bilhões focado em projetos de tecnologia na América Latina. Com esse montante liderou aportes de US$ 1 bilhão no aplicativo colombiano de entregas Rappi, de US$ 231 milhões na fintech de crédito Creditas, além de comprar uma fatia no Banco Inter.

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