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Unico recebe US$ 100 mi do Goldman Sachs e é avaliada em US$ 2,6 bi

Aporte liderado pelo banco americano, acompanhado pelos fundos SoftBank e General Atlantic, fez com que a Unico se tornasse a segunda empresa mais valiosa do segmento

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Atualização:

Conhecida pelo seu sistema de biometria e identidade digital, a Unico atraiu um dos maiores bancos do mundo para ser seu sócio. Oito meses depois de receber um aporte de R$ 625 milhões e conquistar o título de unicórnio brasileiro, a startup liderada por Diego Martins arrecadou mais US$ 100 milhões em investimentos liderados pelo Goldman Sachs Asset Management, braço de investimentos do banco americano. 

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De acordo com Martins, as conversas com o Goldman Sachs começaram no fim do ano passado e que o foco das conversas não foram nem a questão financeira ou do valor de mercado, mas de trazer o banco americano para a sua base de acionistas. “Eles trazem uma força para a nossa expansão, tanto pela experiência e grife no exterior quanto pela profunda diligência que fizeram”, afirma o executivo.

Não por acaso, o caminho da Unico será o de expandir os seus negócios para fora do Brasil. Os primeiros países que a companhia pretende entrar ainda em 2022 será o México e a Colômbia. Segundo Martins, a empresa está estudando os dois mercados desde o fim de 2021 e a entrada pode acontecer tanto por meio de aquisições quanto por clientes que a empresa já atende no Brasil – companhias como a varejista Mercado Livre, a companhia aérea Latam e o banco Santander são clientes da Unico.

Diego Martins, presidente da Unico, quer expandir negócios para países como Colômbia e México Foto: Marcelo Chello/Estadão

No caso do Goldman Sachs, trata-se da quarta investida no mercado brasileiro de startups. Em 2021, a empresa investiu na Olist, que oferece sistemas de e-commerce para pequenos negócios, e na fintech de crédito consignado MeuTudo. No ano anterior, a companhia fez um aportena fintech Iugu. Agora, parte para o mercado de biometria digital. “O mercado de soluções em identidade e segurança digital é um dos mais promissores globalmente e a Unico está muito bem posicionada para desenvolver”, afirmou Natan Reinig, vice-presidente de private equity do Goldman Sachs Asset Management, em nota. 

Além do banco americano, que terá um assento no conselho da empresa, os fundos SoftBank e General Atlantic também acompanharam o aporte e mantiveram as suas posições. 

Com o aporte, que foi o segundo maior em uma empresa brasileira do ano (atrás apenas dos US$ 300 milhões recebidos pela Neon Pagamentos e empatada com os US$ 100 milhões investidos na Flash Benefícios) o valor de mercado da companhia saltou para US$ 2,6 bilhões.

Esse montante a coloca como a segunda empresa mais valiosa do segmento de tecnologia e software como serviço (SaaS na sigla em inglês). Com a derrocada das ações das empresas de tecnologia nos últimos meses, a Unico fica atrás somente da Totvs, que tem valor de mercado de US$ 4,7 bilhões. Abaixo da startup, estão empresas como CI&T (US$ 1,5 bi), VTEX (US$ 1,1 bi) e Locaweb (US$ 1,1 bi).

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Crescimento e diversificação

A startup vem passando por algumas mudanças nos últimos meses. Apesar de boa parte da receita e do foco continuar com a área de segurança digital, a Unico estreou em novos segmentos. Em dezembro, comprou a startup de benefícios em educação SkillHub, especializada em cursos para clientes corporativos. Antes disso, a empresa tinha adquirido a ViaNuvem, empresa especializada em biometria digital para o mercado de compra e venda de veículos, e a CredDefense, que também atua no segmento, porém mais focada no segmento de locação de veículos.

Martins aponta que as aquisições em áreas complementares ao negócio devem continuar em 2022. Segundo o executivo, a ideia é continuar buscando empresas com o perfil das adquiridas, mas também com a missão de escalar dois produtos recém-lançados, como o token biométrico, que já está em operação em varejistas como Havan e Pernambucanas e permite o pagamento por biometria facial (sem a necessidade de cartão ou celular), e a assinatura eletrônica com biometria. 

Com isso, a meta da empresa é continuar com o crescimento acelerado em 2022. No ano passado, a empresa teve uma alta de 180% em sua receita e o número de funcionários mais do que triplicou e chegou a 1.000. As contratações devem continuar, de acordo com o executivo. 

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Mesmo com um novo fundo entrando para o time de sócios, Martins não está com pressa para realizar a abertura de capital da companhia. E dada a atual situação do mercado de renda variável, com grandes empresas de tecnologia vendo as suas ações despencarem, o IPO seria adiado mesmo se a empresa estivesse com planos. “A curto prazo não é uma hipótese (estrear na Bolsa). Tem mais coisas para fazer e o mercado infelizmente está essa loucura”, afirma o executivo.

A Unico foi fundada em 2007 por Diego Martins e Paulo Alencastro com o nome Acesso Digital. Na época, a empresa tinha o objetivo de ajudar as empresas a digitalizarem os seus documentos e terem acesso a eles na nuvem. Naquela época, vendo a quantidade de fraude que as empresas sofriam, enxergaram a oportunidade de crescer no mercado de identidadade digital. Em dezembro de 2020, depois de terem recebido o primeiro aporte dos fundos SoftBank e General Atlantic, decidiram mudar de nome para Unico, refletindo o novo momento da empresa. 

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