O presidente executivo da Intel, Brian Krzanich, anunciou nesta quarta-feira, 8, um investimento de US$ 7 bilhões que gerará 3 mil novos empregos no estado do Arizona, logo após reunir-se com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. Krzanich afirmou, em breves declarações junto a Trump no Salão Oval, que este investimento tenta "expandir" e fazer "crescer o negócio". A ideia, disse o executivo, não é substituir postos de trabalho atualmente no exterior.
"A Intel está muito orgulhosa do fato que a maior parte dos nossos produtos são feitos aqui nos EUA, e a maioria da pesquisa e desenvolvimento é aqui nos EUA, enquanto 80% do que vendemos é exportado pra fora dos EUA", disse Krzanich.
O investimento de US$ 7 bilhões será realizado em Chandler, no estado do Arizona, onde serão produzidos "os microchips dos computadores mais poderosos do mundo".
Segundo a Intel, maior fabricante global de processadores, a fábrica empregará 3 mil trabalhadores do setor da alta tecnologia diretamente, além de gerar outros 10 mil indiretos.
Por sua parte, o presidente Trump qualificou este anúncio como "uma grande coisa para o Arizona". "Estamos muito contentes e posso dizer que o povo do Arizona está muito contente", acrescentou o presidente.
Produção doméstica. O anúncio da Intel coincide com outros semelhantes realizados por grandes empresas como General Motors e Ford, que revelaram planos para reforçar os investimentos nos EUA em resposta aos pedidos de Trump para potencializar a produção doméstica.
Trump defendeu como um dos eixos de sua agenda econômica o nacionalismo e o protecionismo comercial, e ameaçou impor elevadas taxas sobre aquelas empresas que busquem instalar-se fora dos EUA para aproveitar-se de menores custos trabalhistas e tributários.
Precisamente, Krzanich ressaltou que a decisão de comunicar este investimento após a reunião com Trump "é realmente um respaldo às políticas impositivas e de regulação que vemos que o novo governo está impulsionando".
No entanto, o anúncio da Intel coloca a empresa na contra-mão do setor de tecnologia, que tem sido uma das principais vozes de protesto no mundo corporativo contra o veto imigratório decidido por Trump há algumas semanas, proibindo viajantes de sete países de maioria islâmica de entrar nos Estados Unidos.
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