Irã cria polícia dedicada ao controle da internet

"Ciberpolícia" deve ser usada para perseguir dissidentes e manifestantes anti-Ahmadinejad

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Por Agências
Atualização:

O Irã irá inagurar um departamento de polícia especialmente dedicado ao controle da internet. Assim anunciou o comandante chefe da polícia, o general Esmail Ahmadi Moqaddam, que revelou que a primeira dessas unidades será aberta na capital Teerã e, que até o final de ano persa (20 de março), elas devem estar espalhadas por todo o país.

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A “ciberpolícia” fará frente aos grupos dissidentes e “antirevolucionários” que causaram, em 2009, os protestos de rua contra a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad, que a oposição tinha como fraudulenta.

Moqaddam, citado hoje pela imprensa estatal, insistiu que esses grupos se aproveitaram das redes sociais para se comunicarem com organizações estrangeiras, conspirarem e organizarem ações de espionagem. ”Através das redes sociais, os antirevolucionários e os dissidentes se encontraram, falaram com estrangeiros e começaram os distúrbios”, disse.

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Durante os protestos, em que mais de trinta pessoas perderam a vida segundo as autoridades (ou setenta, segundo a oposição), o governo iraniano bloqueou o acesso a redes sociais (Twitter e Facebook) e a páginas opositoras, além de reduzir a velocidade das conexões para impedir a carga e descarga de arquivos. Calcula-se que o Irã tenha 20 milhões de usuários de internet.

A Polícia chegou a advertir que o uso da rede para a convocação de manifestações configurava um delito maior do que a participação nas mesmas.

Há alguns meses, um grupo autodenominado Exército Cibernético Iraniano vem atando a página de um dos principais líderes da oposição, o ex-primeiro ministro e principal candidato derrotado das eleições, Mir Mir Husein Musaví. Mesmo que não existam provar, muitas pessoas vem vinculando o citado grupo com a segurança governamental iraniana.

Na cerimônia de apresentação do novo departamento também tomou a palavra o chefe do mesmo, general Kamal Hadianfar, que explicou que seus agentes atuarão “contra todo tipo de crime que se utilize de uma conexão com a internet”. ”Atacaremos os crimes na rede, questões como a pirataria, a propriedade intelectual, a pornografia infatil ou o roubo de informação confidencial”.

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/EFE

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