Um juiz dos Estados Unidos rejeitou uma tentativa do Uber em encerrar um processo coletivo movido por seus motoristas, que pediam o reconhecimento de que são funcionários da empresa responsável pelo aplicativo de transportes, e por isso, mereciam o ressarcimento de despesas.
Em um caso que está sendo observado atentamente pelo Vale do Silício, no qual muitas empresas utilizam funcionários terceirizados e há a crescente aposta na economia do compartilhamento, o juiz distrital Edward Chen decidiu em San Francisco que o acordo que poderia até pagar US$ 100 milhões aos motoristas não seria justo ou adequado – apesar do acordo e do pagamento, os motoristas continuariam sendo considerados como terceirizados.
Na ação, os motoristas afirmam que são funcionários do Uber e por isso a empresa deveria ressarcir os custos com manutenção e combustível dos veículos. Essas despesas são pagas atualmente pelos motoristas. Vários motoristas que são parte no processo entraram com objeções ao tribunal, principalmente porque o valor proposto no acordo ficou bem abaixo das perdas potenciais no caso, que atingem US$ 850 milhões.
Em comunicado, o Uber disse que acredita que o acordo oferecido, avaliado em até US$ 100 milhões de dólares, era justo e razoável.
"Estamos decepcionados com esta decisão e avaliando nossas opções", afirmou a companhia, que também tem operações no Brasil.
O juiz Chen citou que um montante de US$ 16 milhões dentro do acordo proposto seria pago aos motoristas apenas se o valor de mercado da empresa crescesse em um certo nível dentro de um ano após uma eventual oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
Como o Uber não pode dar informações específicas sobre a viabilidade de um IPO, Chen disse que não poderia considerar o valor proposto como parte de um acordo. Os US$ 84 milhões restantes, afirmou o juiz, representam um desconto substancial sobre o valor de ressarcimento pedido pelos motoristas.