O que é Governo 2.0?

Iniciativas na web dão aos cidadãos uma forma de atuar em colaboração para influenciar políticas públicas

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Atualização:

Na semana passada, aconteceu em Washington a conferência Gov 2.0 Expo, que discutiu como a abertura de dados pode fazer com que os cidadãos se aproximem e participem efetivamente do governo de um País. O movimento ainda está engatinhando, mas já há boas iniciativas pintando por aí.

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O “Governo 2.0″ — por mais que alguns torçam o nariz contra a expressão ’2.0′ — é a maneira como os cidadãos podem, por meio de ferramentas abertas e livres, participar dos governos. Isso começa de um processo simples: a abertura de dados.

Quando os governos disponibilizam dados de forma aberta e legível, cidadãos comuns podem criar ferramentas que ajudam os cidadãos a participarem das decisões e terem acesso às informações que podem não ser divulgadas pelo Estado.

O Mashable listou alguns aplicativos bacanas que surgem a partir dessa lógica. Os governos ainda estão engatinhando no esforço de divulgar seus dados e se tornar mais transparentes — mas, do pouco que está disponível, algumas soluções bem criativas já estão aparecendo.

O Real Time Congress, por exemplo, é um aplicativo para iPhone que, como o nome sugere, permite que os cidadãos acessem informações sobre o congresso norte-americano em tempo real. O SeeClickFix também: o aplicativo recebe denúucias em tempo real dos problemas da cidade — depois, é possível acompanhar o que está acontecendo em vários pontos do mundo. Em São Francisco (EUA), outro exemplo: o Ecofinder ajuda a encontrar locais de descarte de lixo reciclável.

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Todos eles aproveitaram uma base de dados aberta — seja a localização das lixeiras recicláveis ou a movimentação dos parlamentares — e criaram sobre isso uma nova funcionalidade para os cidadãos. Afinal, porque isso deve ficar só nas mãos dos governos? A web reverte essa lógica.

Aqui no Brasil, quem vem batendo constantemente na tecla do “Governo 2.0″ é o pessoal do Transparência HackDay: eles tentam levar a lógica hacker de mudar e adaptar o sistema à outras esferas — nesse caso, a política.

Eles têm uma comunidade bem ativa que pega planilhas de dados do governo e criam aplicativos que facilitem o acesso e a transformação daquela informação. Um exemplo simples: o Sac SP é um aplicativo que reúne as reclamações feitas à prefeitura com o Google Maps, e cria uma visualização dos problemas da cidade por mapa.

Ou o recém-lançado Cruzalinhas, site que busca por todas as linhas de ônibus que passam próximas a um endereço (de maneira muito mais eficiente do que o sistema da própria SPTrans).

Mas há mais. O Vote na Web é um site que usa a base de dados da Câmara dos Deputados e a transforma em um site simples em que os cidadãos podem opinar diretamente sobre os projetos de lei. Eles, aliás, apresentaram esse projeto no Gov 2.0 Expo.

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Apresentação da WebCitizen, a empresa que criou o Vote na Web, em Washington

São exemplos simples de como os dados divulgados pelos governos podem ter um impacto imediato na vida dos cidadãos. O Brasil não tem nada parecido — mas vale acompanhar o PL 219/2003, que legisla sobre o acesso às informações públicas, que foi aprovado pela Câmara e segue para o Senado.

(reprodução/Webcitizen) Foto: Estadão

O governo de São Paulo chegou a apresentar no final do ano passado o projeto Governo Aberto, que disponibilizaria dados públicos para que desenvolvedores criassem aplicativos sobre eles, mas o site foi fechado. Eles, então, pegaram a base de dados liberada pelo próprio governo recriaram uma nova versão livre e aberta.

Os governos poderiam contribuir com sites mais abertos e divulgação de dados de uma maneira legível por máquinas. O Reino Unido, por exemplo, tem o Data.gov.uk. Os EUA têm o Data.gov (cujo slogan deixa claro o conceito: ‘empowering people’, ou ‘dando poder às pessoas’). Ainda falta um pouco para o Brasil chegar lá.

* Os gráficos que ilustram esse post foram feitos por Mark Drapeau. Ele fala sobre o conceito de Governo 2.0 aqui

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