SpaceX, de Elon Musk, atua para garantir bilhões em novos contratos com o governo Trump

Papel de Elon Musk na Casa Branca lhe permite cancelar contratos e influenciar políticas, o que pode beneficiar suas empresas. Seus defensores afirmam que ele possui a melhor tecnologia.

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Por Eric Lipton (The New York Times)

Dentro do Departamento de Defesa da administração Trump, os foguetes da SpaceX, de Elon Musk, estão sendo anunciados como a nova solução engenhosa para que o Pentágono transporte cargas militares rapidamente ao redor do mundo.

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No Departamento de Comércio, o serviço de internet via satélite Starlink, da SpaceX, agora será totalmente elegível para o programa de expansão da banda larga rural do governo federal, de US$ 42 bilhões, após ter sido amplamente excluído durante a era Biden.

Na Nasa, depois de repetidas pressões de Musk, a agência está sendo forçada a direcionar seu foco para Marte, permitindo que a SpaceX busque contratos federais para levar os primeiros humanos ao planeta distante.

Na Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) e até mesmo na Casa Branca, antenas do Starlink foram recentemente instaladas para expandir o acesso à internet do governo federal.

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Musk, como arquiteto de um grupo que chamou de Departamento de Eficiência Governamental, tomou medidas drásticas contra a estrutura governamental, gerando caos e temor ao demitir cerca de 100 mil funcionários federais e fechar várias agências, embora o governo não tenha sido consistente em explicar a extensão de seu poder.

No entanto, em setores selecionados do governo, a SpaceX está se posicionando para garantir bilhões de dólares em novos contratos federais ou outros tipos de apoio, segundo uma dúzia de atuais e ex-funcionários federais entrevistados pelo The New York Times.

O aumento dos gastos federais com a SpaceX virá, em parte, como resultado de ações do presidente Trump e dos aliados e funcionários de Musk que agora ocupam cargos no governo. A empresa também se beneficiará de políticas da atual administração Trump, que priorizam a contratação de fornecedores comerciais para diversas áreas, desde sistemas de comunicação até a fabricação de satélites – setores nos quais a SpaceX agora domina.

Já há funcionários da SpaceX, temporariamente alocados na FAA, que receberam permissão oficial para tomar decisões que podem direcionar novos contratos para a empresa de Musk.

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Os novos contratos no governo se somarão aos bilhões de dólares que a SpaceX pode faturar ao obter permissão da administração Trump para expandir seu uso de propriedades federais.

A SpaceX tem pelo menos quatro solicitações pendentes junto à FAA e ao Pentágono para construir novas plataformas de lançamento de foguetes ou aumentar a frequência de seus lançamentos em portos espaciais federais na Flórida e na Califórnia. Neste mês, a FAA avançou na aprovação de um desses pedidos, mais do que dobrando o número anual de lançamentos permitidos do foguete Falcon 9 na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, para 120.

Elon Musk e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Foto: Matt Rourke/AP

E a SpaceX está pressionando a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) para obter mais espectro de rádio federal — o serviço de satélite Starlink depende desse espectro para enviar sinais de ida e volta à Terra, o que significa que, se conseguir mais, poderá aumentar seus lucros. - um movimento que seus rivais provedores de celular veem como uma tomada de poder. O primeiro desses prêmios foi aprovado este mês, depois que Trump substituiu o chefe da F.C.C. por um novo presidente, Brendan Carr, que tem apoiado Musk.

A nova potencial fonte de receita para a empresa de Musk surge após ele ter doado quase US$ 300 milhões para apoiar a campanha de Trump em 2024, quando o ex-presidente buscava retornar à Casa Branca.

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Musk então convenceu Trump a colocá-lo no comando do esforço de corte de custos. A partir daí, como funcionário e conselheiro da Casa Branca, ele pode influenciar políticas e eliminar contratos.

“As chances de Elon conseguir o que quiser são muito maiores hoje”, disse Blair Levin, ex-funcionário da FCC e agora analista de mercado. “Ele está na Casa Branca e em Mar-a-Lago. Ninguém jamais antecipou que um concorrente da indústria teria acesso a esses tipos de alavancas de poder.”

Executivos da SpaceX não responderam aos pedidos de comentário.

Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, afirmou em um comunicado que Musk, como um chamado funcionário especial do governo, recebeu instruções sobre os limites éticos, incluindo aqueles relacionados a conflitos de interesse, e cumpriria todas as leis federais aplicáveis.

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A SpaceX já havia se tornado uma das maiores contratadas do governo federal antes do início do segundo mandato de Trump, garantindo US$ 3,8 bilhões em compromissos para o ano fiscal de 2024, distribuídos em 344 contratos diferentes, de acordo com uma contagem do The Times com base em um banco de dados de contratos federais.

Mesmo que Trump nunca tivesse dado a Musk e seus funcionários um papel no governo — ou se o ex-presidente Joseph R. Biden Jr. tivesse sido reeleito para um segundo mandato — a SpaceX continuaria garantindo novos contratos governamentais. O que mudou foi o valor total do trabalho esperado para a empresa.

Douglas Loverro, ex-alto funcionário da Nasa e do Pentágono, que também atuou como assessor da equipe de transição de Trump para questões espaciais, disse que a SpaceX merecia conquistar muitos desses contratos adicionais.

“Ele realmente tem a melhor tecnologia”, disse Loverro sobre Musk. “Tudo isso impulsionará a indústria espacial como um todo, obviamente — mas certamente ajudará ainda mais a SpaceX.”

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Outros especialistas em contratos governamentais, no entanto, dizem estar preocupados com o fato de Musk estar em posição de garantir privilégios especiais, especialmente depois que Trump demitiu funcionários encarregados de investigar violações éticas e possíveis conflitos de interesse.

“Nunca saberemos se a SpaceX venceria essas concorrências de forma legítima, porque todos os escritórios do governo destinados a prevenir corrupção e conflitos de interesse foram desmantelados ou perderam financiamento”, disse Danielle Brian, diretora executiva do Project on Government Oversight, um grupo sem fins lucrativos que monitora contratos federais.

“O abuso de poder e a corrupção que estão se espalhando pelas agências federais por causa dos papéis duplos de Musk são assustadores”, acrescentou.

A Ascensão do Pentágono

Mesmo antes do retorno de Trump, a SpaceX já trabalhava nos bastidores há vários anos para expandir seus negócios com o Pentágono e as agências de inteligência.

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A empresa contratava ex-oficiais militares que, posteriormente, usavam suas conexões no Departamento de Defesa para persuadir antigos colegas e amigos a adquirir mais serviços da SpaceX.

Gary Henry, ex-supervisor do programa espacial e de mísseis da Força Aérea, foi um desses nomes. Ele ingressou na SpaceX enquanto a empresa desenvolvia a Starship, a maior e mais poderosa espaçonave já construída.

Durante o período de Henry na SpaceX, a empresa garantiu um contrato de US$ 102 milhões com a Força Aérea para estudar como a Starship poderia ser usada para transportar cargas militares para qualquer ponto do mundo em até 90 minutos. Atualmente, essa tarefa é realizada principalmente pelos cargueiros C-130 da Força Aérea, que levam quase um dia para cumprir a mesma missão.

A SpaceX ainda enfrenta dificuldades para tornar a Starship em operação. Os dois testes mais recentes terminaram em explosões, espalhando destroços pelo Caribe.

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Apesar disso, Henry — que agora voltou a trabalhar para o Pentágono como consultor — continua promovendo a Starship como uma opção viável para o uso militar.

No mês passado, falando em nome do Pentágono em uma conferência da indústria de satélites na Califórnia, ele descreveu como a Starship poderia ser utilizada durante o governo Trump para transportar rapidamente grandes equipamentos militares para qualquer ponto do planeta.

Algumas semanas depois, a Força Aérea revelou planos para construir uma plataforma de pouso de foguetes no Atol Johnston, uma pequena ilha no Oceano Pacífico, para testar esses pousos de naves de carga. O objetivo inicial do Pentágono: transportar 100 toneladas de carga por voo, um total que apenas a Starship, ao menos segundo seu projeto, tem o porte e a potência para suportar.

“É frustrante”, disse Erik Daehler, vice-presidente da Sierra Space, empresa que também busca vender serviços de transporte de carga para o Pentágono. “As coisas não podem simplesmente ir todas para a SpaceX.”

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O major-general Steve Butow, diretor do portfólio espacial da Unidade de Inovação em Defesa do Pentágono, quando questionado pelo The Times sobre os comentários públicos de Henry em nome da agência para um projeto no qual ele havia trabalhado como funcionário da SpaceX, afirmou: “A imagem não foi das melhores.”

Henry, em entrevista, disse que o país se beneficiaria das tecnologias oferecidas pela SpaceX e por outras empresas comerciais do setor espacial, como a Rocket Lab.

“O espaço comercial, de modo geral, é muito relevante para os problemas que precisamos resolver”, afirmou. “Acontece que a SpaceX está na vanguarda — é a ponta da lança.”

Mas um impulso ainda maior para a SpaceX pode vir, segundo atuais e ex-oficiais do Pentágono, de um projeto de defesa antimísseis chamado Golden Dome.

Para esse projeto, Trump ordenou que o Pentágono acelerasse o desenvolvimento de um sistema capaz de derrubar mísseis nucleares direcionados aos Estados Unidos, bem como ataques de mísseis de cruzeiro e hipersônicos de menor altitude — um esforço que pode custar US$ 100 bilhões por ano, segundo uma estimativa.

A SpaceX já está bem posicionada para lidar com grande parte dos lançamentos militares do Pentágono nos próximos anos, ao lado da Blue Origin, de Jeff Bezos, e da United Launch Alliance, um consórcio administrado pela Lockheed Martin e Boeing.

Um sistema de defesa antimísseis baseado no espaço impulsionaria ainda mais os gastos com lançamentos, pois o governo precisaria adquirir mais dispositivos para rastrear ameaças e transmitir dados para neutralizá-las — serviços que a SpaceX também fornece.

Ann Stefanek, porta-voz da Força Aérea, disse em comunicado que a Força Espacial seguiria todas as leis e regulamentos para garantir parcerias éticas e eficazes, o que normalmente exige concorrência para novos contratos.

Mas especialistas do setor acreditam que a SpaceX provavelmente garantirá uma grande fatia desse mercado bilionário.

Laura Grego, pesquisadora sênior da organização Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Preocupados, numa tradução literal), afirmou: “Golden Dome é um nome bastante apropriado, pois certamente vai custar uma fortuna.”

Rumo a Marte

O indicado de Trump para comandar a Nasa, Jared Isaacman, é um bilionário empresário e entusiasta do espaço. Ele pagou centenas de milhões de dólares à SpaceX para voar — duas vezes — em órbita a bordo de um foguete.

Mais importante ainda, sua empresa de processamento de pagamentos, Shift4 Payments, adquiriu uma participação na SpaceX há alguns anos, um investimento que gerou US$ 25 milhões em ganhos nos últimos anos, tornando-o, na prática, um parceiro de negócios de Elon Musk. Esse investimento na SpaceX foi recentemente vendido, segundo um executivo da Shift4. Em documentos de ética divulgados neste mês, Isaacman prometeu cortar quaisquer laços financeiros restantes com a empresa.

Se for confirmado no cargo, Isaacman se juntará a Michael Altenhofen, nomeado assessor sênior da NASA em fevereiro, após 15 anos trabalhando na SpaceX.

A Nasa já pagou à SpaceX mais dinheiro do que até mesmo o Pentágono — um total de US$ 13 bilhões em compromissos contratuais na última década. Esses contratos incluem serviços da SpaceX para transportar carga e astronautas para a órbita, além de lançar as maiores e mais caras sondas espaciais da agência no universo.

No mês passado, a Nasa concedeu à SpaceX um contrato estimado em US$ 100 milhões para lançar um novo telescópio espacial que buscará asteroides que possam ameaçar a Terra.

Mas esse valor é apenas uma pequena fração do quanto a SpaceX pode garantir da agência durante um segundo mandato de Trump.

Nasa já pagou à SpaceX mais dinheiro do que até mesmo o Pentágono  Foto: Gregg Newton / AFP

Ex-funcionários da Nasa preveem que Jared Isaacman pressionará rapidamente para reformular o projeto Artemis, que pretende levar astronautas americanos de volta à Lua. Essa mudança pode enfrentar resistência, já que o programa tem muitos aliados no Congresso.

Atualmente, a Boeing possui um dos principais contratos para construir os foguetes do Artemis. No entanto, Loverro e outros ex-funcionários da agência esperam que o governo elimine gradualmente esse foguete, já que ele está anos atrasado e bilhões de dólares acima do orçamento.

Isso abriria caminho para que a NASA recorresse a empresas espaciais comerciais, como SpaceX ou Blue Origin, para levar astronautas à órbita em futuras missões para a Lua — ou até mesmo para Marte.

Musk declarou neste mês que a SpaceX lançará uma Starship não tripulada para Marte até o final de 2026, e enviará os primeiros humanos até 2029 — um projeto para o qual ele provavelmente buscará financiamento da NASA. (As previsões de Musk sobre prazos já estiveram erradas no passado.)

Executivos da Boeing e da Blue Origin recusaram pedidos de comentário.

A SpaceX “quase certamente verá um crescimento massivo nos negócios”, afirmou Pamela Melroy, ex-astronauta e oficial da Força Aérea que atuou como vice-administradora da Nasa durante o governo Biden. “Todos os indicadores para a SpaceX estão tendendo positivamente.”

Levando a Banda Larga para o Interior dos EUA

Até recentemente, o Starlink estava, em grande parte, do lado de fora, sem conseguir acessar os incentivos federais para fornecer acesso à internet para áreas remotas.

Howard Lutnick, o secretário de Comércio, prometeu em sua audiência de confirmação em janeiro que isso mudaria.

Ele prometeu mudar a forma como o Departamento de Comércio gerencia os US$ 42 bilhões em fundos que estão sendo distribuídos aos estados para expandir o acesso à internet. A administração Biden optou por priorizar sistemas que conectam diretamente as casas às redes de internet, em vez de sistemas baseados em satélites, como o Starlink.

“Vamos usar satélites, vamos usar wireless e vamos usar fibra”, disse Lutnick durante a audiência. “E vamos fazer isso da maneira mais barata e eficiente possível.”

O senador Ted Cruz, republicano do Texas, que frequentemente defende Elon Musk em suas batalhas com Washington, já vinha pressionando o Departamento de Comércio para flexibilizar as regras de concessão e permitir a banda larga via satélite em áreas rurais, onde o custo de instalação de cabos pode ser elevado.

Agora, Arielle Roth, ex-assessora de Cruz no Senado, que ajudava com essa pressão, foi indicada por Trump para liderar a agência do Departamento de Comércio responsável pelo programa de concessões.

A Comissão Federal de Comunicações possui um programa menor de concessões que também fornece financiamento para levar banda larga a áreas carentes dos Estados Unidos. O Starlink havia inicialmente sido incluído em um financiamento de quase US$ 1 bilhão, antes que a FCC retirasse a oferta no final de 2023, alegando que o serviço não atendia aos requisitos da agência.

Agora, a presidência da comissão foi assumida por Brendan Carr, que havia protestado contra a decisão de negar esses fundos à SpaceX. Analistas do setor e dois ex-membros da FCC entrevistados pelo The Times afirmaram que agora esperam que a agência volte a oferecer parte desses fundos de concessão ao Starlink.

Além disso, a FCC aprovou um pedido da SpaceX neste mês, apesar das objeções de Verizon e AT&T, para aumentar a potência de seus satélites Starlink, de modo que possam oferecer serviço de telefone celular diretamente da órbita, eliminando zonas de falta de sinal para alguns clientes.

Uma vitória da SpaceX em cada uma dessas disputas “poderia ser enorme — na casa das dezenas de bilhões de dólares”, afirmou Drew Garner, pesquisador do Benton Institute for Broadband & Society.

Mas, ao mesmo tempo, isso poderia acarretar custos a longo prazo para os consumidores em todo o país.

Os custos mensais de assinatura de satélite para os consumidores são mais altos do que os da internet cabeada, na maioria dos casos. Sistemas baseados em satélites também tendem a ser mais lentos em comparação com os cabos instalados nas casas.

“Deixar toda ou parte da América rural com internet pior, para que possamos tornar o homem mais rico do mundo ainda mais rico, é mais uma das muitas traições de Washington”, escreveu Evan Feinman, que liderou o programa de banda larga rural do Departamento de Comércio durante a administração Biden, em um e-mail para seus colegas neste mês, no dia em que deixou a agência.

Modernizando a Aviação

Após uma colisão fatal no ar entre um helicóptero do Exército e um jato comercial em janeiro, o secretário de Transportes Sean Duffy pediu ajuda a Elon Musk.

A Administração Federal de Aviação, que está tentando modernizar seus sistemas de controle de tráfego aéreo e dados meteorológicos, precisava de um impulso em know-how técnico, disse Duffy.

Equipes da SpaceX foram levadas à agência para ajudar nesse trabalho.

Logo, Musk reclamou nas redes sociais que a Verizon estava se movendo muito devagar em um contrato de bilhões de dólares da agência, concedido em 2023, para entregar a nova tecnologia.

“O sistema da Verizon não está funcionando, colocando os viajantes aéreos em risco sério”, escreveu Musk no X no mês passado.

Theodore Malaska, um dos funcionários da SpaceX trabalhando na FAA, recebeu uma isenção especial de ética da administração Trump para participar de “questões específicas que podem ter um efeito direto e previsível” no interesse financeiro da SpaceX, de acordo com documentos obtidos pelo The Times.

Logo depois, Malaska se vangloriou no X sobre como a FAA estava agora integrando os satélites Starlink da SpaceX nos sistemas da agência que enviam dados meteorológicos para os pilotos. É um projeto que pode trazer negócios federais futuros para a SpaceX.

Um porta-voz da FAA disse que, em meados de março, apenas oito terminais Starlink estavam em uso, e Musk afirmou que haviam sido doados. No entanto, outros terminais Starlink foram recentemente instalados na Casa Branca e nos escritórios da Administração de Serviços Gerais.

“Estou trabalhando sem preconceitos pela segurança das pessoas que voam”, disse Malaska em uma postagem nas redes sociais.

A sobreposição dessas funções — os funcionários de Musk aconselhando agências enquanto a SpaceX instala seus dispositivos Starlink nas instalações das agências — apresenta uma situação ética que tem poucos precedentes na história americana moderna.

As regras federais geralmente proíbem a concessão de contratos a funcionários federais, incluindo empregados especiais do governo. Funcionários federais também são proibidos de tomar ações que possam beneficiar suas próprias famílias ou entidades externas com as quais tenham uma relação financeira.

Musk argumentou que ele não está pessoalmente envolvido na busca por contratos da SpaceX. Mas os sistemas de contratação federal exigem que o governo evite não apenas conflitos reais de interesse, mas até mesmo a aparência deles.

“De qualquer padrão objetivo, isso é inadequado”, disse Steven Schooner, um ex-advogado de contratos do governo que agora é professor de compras governamentais na Universidade George Washington.

“Considerando o poder que ele exerce e o acesso que ele tem”, acrescentou Schooner, “nós simplesmente nunca vimos nada parecido com isso.”

Mark Walker e Aaron Krolik contribuíram com a reportagem.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

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