Americana Stagwell aumenta aposta no Brasil e compra agência de relações públicas Pros

Em novo movimento de expansão, gigante da publicidade fecha compra da companhia, que atua nas áreas de relações públicas e marketing

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Foto do author Wesley Gonsalves
Atualização:

Dois anos depois de iniciar sua operação na América Latina, o grupo americano de publicidade Stagwell aumenta sua aposta no mercado brasileiro ao fechar a compra da agência de relações públicas Pros.

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Pelo contrato assinado pelas empresas, os sócios fundadores da Pros, Alan Strozenberg deixa a operação e Daniela Graicar e continuará à frente da gestão da companhia, que será integrada à Stagwell, agora, respondendo ao CEO da multinacional no Brasil e na América Latina, Vinícius Reis. Na nova fase, a gestão da companhia ficará a cargo da co-CEO Fernanda Tchernobilsky, que dividirá a chefia da agência com Daniela.

A operação envolve um pagamento inicial em ações da companhia americana – que tem seu capital listado na Bolsa de Nova York – , e o restante a depender de desempenhos adicionais a serem feitos com base no cumprimento de metas financeiras nos próximos anos. O valor da aquisição não foi divulgado.

O movimento da gigante americana de publicidade – fundada em 2015 por Mark Penn, um ex-executivo da Microsoft – confirma o aumento do interesse de investidores estrangeiros por negócios no Brasil. Como adiantou o Estadão, um levantamento do escritório RGS Partners, especializado em fusões e aquisições (M&A na sigla em inglês), mostrou que a participação dos estrangeiros nas compras de empresas no País chegou a 47% das em 2023.

Após 15 meses de negociações, Grupo Stagwell fechou negócio e adquiriu 100% da operação a Pros Agency; À esquerda, Vinícius Reis, CEO da Stagwell no Brasil, e os fundadores da Pros, Daniela Graicar e Alan Strozenberg  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na avaliação do sócio da RGS Partners, Fábio Jamra, o mercado brasileiro ganhou relevância devido ao conturbado cenário macroeconômico global, principalmente na comparação com outros mercados emergentes. “Eu acredito que, comparativamente, o Brasil ainda está melhor, e vai seguir sendo assim”, diz o executivo. “O estrangeiro vem para o Brasil em busca de boas empresas. Nós esperamos que 2024 continue com essa tendência.”

Ainda segundo a análise de Jamra, a atratividade do País aos olhos do capital estrangeiro deve se manter enquanto a situação fiscal e econômica do País se mantiver de forma razoável na comparação aos problemas geopolíticos do mundo. “Nós vamos continuar sendo um endereço atrativo”, afirma.

‘Plano estratégico’

Assim como outros grupos internacionais ligados ao setor criativo – caso do Publicis Groupe, que trouxe uma nova marca ao Brasil com operações focadas em mídia e dados –, a Stagwell também olha para o potencial de crescimento no mercado doméstico em meio ao seu processo de globalização da companhia.

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“Estamos há dois anos desenhando esse plano estratégico. Nós estamos adquirindo empresas que complementem o nosso negócio, não estamos só comprando agências por comprar”, disse Reis, que acumula a presidência da Stagwell no País junto com a da Crispin Porter Bogusky (CP+B) – que já integra o portfólio da Stagwell mundial.

No início do ano, o grupo já havia concluído a compra das marcas Team Epiphany e Movers+Shakers, duas agências americanas de comunicação especializadas em relações públicas e marketing de influência, que possuem operações parecidas com o trabalho da Pros no Brasil.

Atualmente, a Pros atua com foco em “PR criativo”, que une disciplinas das relações públicas tradicionais com um viés criativo, se aproximando mais do universo das agências de publicidade e propaganda. Com 26 clientes na carteira, como as marcas do Grupo Boticário, Amazon e Mondelez a empresa possui hoje cerca de 130 profissionais, entre publicitários, designers, jornalistas e relações públicas.

Daniela Graicar conta que a empresa encerrou 2023 com um crescimento de 50% no faturamento e que, para 2024, as projeções são de novo aumento de dois dígitos – na casa dos 20%. “Sempre foi um sonho nosso, construir a empresa para vendê-la no futuro para um grande grupo de comunicação”, disse ela, ao Estadão.

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