10 boas notícias: confira a seleção da semana para ler em tempos de coronavírus (até 9/5)

CONTEÚDO ABERTO PARA NÃO-ASSINANTES: Um casal dirigiu mais de 600 km só para comprar goiabada (e ajudar pequenos produtores); e um grupo de moradores do Copan se organizou para distribuir marmitas pelas ruas do centro de São Paulo

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Em tempos de crise, a população que vive nas ruas ganha cada vez mais atenção. E, nas empresas, funcionários se mobilizam em ações solidárias.

Moradores deSaint-Mandé, no subúrbio de Paris, estendem faixas e aplaudem os profissionais de saúde. Foto: Martin Bureau/AFP

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1. Pela vida. A semana na França começou com uma merecida homenagem aos profissionais de saúde que lidam diariamente com o novo vírus. Na última segunda-feira, como informou a agência AFP, moradores de todo o país saíram às janelas, às 20h, para aplaudir os que estão na linha de frente no combate à covid-19. Em Saint-Mandé, no subúrbio de Paris, faixas também foram estendidas, com dizeres como “Obrigado aos nossos heróis”.

2. Reunião de condomínio. Um grupo de moradores do Edifício Copan resolveu se organizar para distribuir refeições à população que vive nas ruas do centro de São Paulo. “Como a maioria dos apartamentos é quitinete, não teria como fazer comida em larga escala. Então, tive a ideia de ir atrás dos restaurantes, que já têm essa estrutura, aqui nas proximidades. A gente poderia fazer uma vaquinha e, com o dinheiro, comprar os marmitex”, contou ao Estado Murillo Bocardo, um dos organizadores da ação. O Copanzinho Restaurante Bar aceitou vender garrafinhas de água e produzir as refeições a preço de custo – ele, assim como o Eco Mercato, ainda doa algumas marmitas. Três vezes por semana, os próprios moradores saem às ruas distribuindo um kit que inclui ainda barrinhas de sabonete. A quantidade depende do valor arrecadado – na última semana, por exemplo, foram 219 marmitas.

3. Acolhimento. Para tentar conter a disseminação do coronavírus e dar abrigo a pessoas que estavam vivendo nas ruas, a prefeitura de Cuiabá alugou quartos de um hotel inteiro para receber uma população que se encontrava em situação de extrema vulnerabilidade social durante a pandemia. Atualmente, segundo o site oficial da cidade mato-grossense, cem pessoas dormem no chamado Hotel Albergue, com todas as refeições incluídas. Antes de serem encaminhados para lá, os novos hóspedes receberam cortes de cabelo e de barba, roupas, kits de higiene, consultas médicas e vacinação contra a H1N1.

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A sede da companhia de teatro Mungunzá virou ponto dedoaçãode marmitas. Foto: João Leoci

4. Nova cena. O Teatro de Contêiner Mungunzá, sede da companhia homônima que fica na região da Luz, tem usado suas instalações para dar apoio à população que vive nas ruas de São Paulo. Em uma ação conjunta, que envolve grupos ativistas e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, o local se transformou em ponto de coleta e entrega de doações e ainda distribuirá 500 refeições por dia, até o fim de julho. Durante a pandemia, o teatro também abriu suas portas para a organização Médicos Sem Fronteiras, que o utiliza para apoio logístico.

5. Avanço acadêmico. A Universidade Federal de São Carlos, num esforço conjunto entre diversos departamentos, conseguiu ampliar a produção de protetores faciais para escala industrial. A impressão em 3D foi substituída por um processo chamado moldagem por injeção. Antes, era necessário um dia inteiro para produzir cem tiaras que dão suporte à estrutura de plástico. Agora, essa mesma quantidade pode ser feita em menos de uma hora. O novo processo também elimina rugosidades no produto final, o que facilita a higienização. Desde o início da epidemia, a UFSCar já produziu mais de 1.000 equipamentos do tipo, que foram entregues a hospitais de cidades paulistas. As matérias-primas são doadas por empresas parceiras.

6. Planta adaptada. A fábrica da Electrolux em Curitiba tem produzido itens bem diferentes de seus habituais eletrodomésticos. De lá, saem, semanalmente, 4 mil protetores faciais para abastecer 35 hospitais, não só da capital paranaense, mas também de São Carlos (SP) e Manaus (AM). A iniciativa teve início com uma mobilização dos próprios colaboradores da empresa, tendo em vista a atual demanda por esse equipamento de proteção.

Marcello Lage eMirany Soares dirigiram de São Paulo a Ouro Preto para comprar goiabada e apoiar os pequenos produtores. Foto: Formaggio Mineiro

7. Parceiros fiéis. Um casal de empresários que vive em São Paulo alugou uma caminhonete e dirigiu por mais de 600 km até Ouro Preto, em Minas Gerais, para comprar toda a produção de goiabada de um pequeno produtor local. Por conta da crise, o doce artesanal corria o risco de ficar “encalhado” no sítio de Dona Leninha e seu marido, que trabalham no ramo há mais de 20 anos. Sabendo disso, Mirany Soares e Marcello Lage, que já vendiam o produto em suas lojas da Formaggio Mineiro, resolveram adquirir, desta vez, toda a produção deles. Assim, voltaram para a capital com 432 kg de goiabada na caçamba.

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8. Rede acionada. Com unidades fechadas por conta do isolamento, o Sesc São Paulo doou 37 toneladas de alimentos estocados em seus restaurantes. E o seu programa Mesa Brasil, que, há mais de 25 anos, busca combater a fome e o desperdício de alimentos, adaptou sua atuação durante a pandemia. Agora, o projeto, que faz a ponte entre empresas e entidades sociais, distribuindo doações, contempla também itens de higiene pessoal e limpeza. Desde o início de abril, já foram entregues 241 mil quilos de alimentos a 561 instituições sociais paulistas, além de 10 mil sabonetes em barra a 33 projetos. Para seguir ajudando, a campanha conta com doações de empresas e gestores, como indústrias, centrais de abastecimento, supermercados, padarias e feiras livres.

9. Meta solidária. O projeto Quentinha do Bem, parceria da Soul Kitchen com o Serviço Franciscano de Solidariedade, distribuiu, nas últimas semanas, cerca de 5.500 refeições por dia a moradores de rua e desempregados na região central de São Paulo. Agora, eles querem ampliar esse número para 8 mil marmitas diárias. Para tanto, a campanha aceita doações de alimentos, na Paróquia Santo Antônio do Pari, ou de qualquer valor em dinheiro.

10. Reparo. Funcionários da Volkswagen em São Caetano do Sul estão, voluntariamente, ajudando na manutenção de respiradores pulmonares para hospitais das redondezas. Sob coordenação do Senai, eles já entregaram seis aparelhos recuperados e calibrados, que ajudam a salvar vidas.

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