A denúncia contra o bispo Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus não é a primeira da história da igreja. Em 1992, Edir Macedo foi preso e ficou 15 dias na cadeia. Em mais de 17 anos, membros da Universal são acusados de desvio de dinheiro, importação ilegal, sonegação fiscal e até discriminação religiosa.
Relembre os casos envolvendo a Universal:
Doação de fiel - em março de 2009, o STJ condenou a Igreja Universal a restituir doação de R$ 2 mil ao ex-fiel Luciano Rodrigo Spadacio, que vendeu um carro Del Rey. O veículo era a única propriedade que o fiel tinha, no valor de R$ 2,6 mil. Ele foi induzido pela Igreja a "abandonar o egoísmo". Spadacio passou os cheque para o pastor e, dias depois, arrependido, sustou uma das ordens de pagamento, de 600 reais, mas a primeira, de R$ 2 mil, já havia sido compensada.
Concessão de emissoras - em dezembro de 2008, reportagem publicada na Folha de S. Paulo apontava que Macedo era o maior detentor de concessões na mídia eletrônica brasileira, com 23 emissoras de TV, entre elas a geradora da Rede Record, e 40 de rádio. A extensão financeira do conglomerado, registrada no paraíso fiscal de Jersey, no Canal da Mancha, serviria para esquentar os dízimos recebidos pela Universal.
Falsidade ideológica - em fevereiro de 2008, a Polícia Federal indiciou Macedo por falsidade ideológica e uso de documentos falsos, suspeito de ter fraudado uma procuração de seu ex-sócio Marcelo Nascente Pires para assumir a emissora de TV Vale de Itajaí, repetidora da Record na região.
Sonegação fiscal - em outubro de 2007, com base em uma denúncia do ex-deputado estadual Afanasio Jazadji (DEM), a Polícia Federal abriu investigação sobre Macedo pela suposta prática de crimes de falsidade ideológica, contra a fé pública, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, o líder da Universal teria se apropriado de recursos da igreja para formar patrimônio pessoal em empresas de comunicação.
Importação fraudulenta - em fevereiro de 2006, a 4ª Vara da Justiça Federal de São Paulo aceitou denúncia contra Edir Macedo e outros seis diretores da emissora acusados de importação fraudulenta de equipamentos para a TV e uso de documentos falsos. O processo foi iniciado com uma fiscalização feita pela Receita Federal em 1998 em um lote de aparelhos para radiodifusão avaliado em R$ 4,4 milhões. Para a Receita, não havia comprovação de que o material tivesse sido comprado legalmente no Brasil ou no exterior.
Sonegação - em julho de 2005, João Batista Ramos, um dos principais dirigentes da Igreja, foi preso em Brasília antes de embarcar para São Paulo com sete malas de dinheiro, num valor total de R$ 10 milhões, e acusado de sonegação fiscal.
Discriminação religiosa - em abril de 2003, o bispo Sérgio Santos Correa e os pastores Gilberto Muniz Pereira e Marco Aurélio Trindade, da Igreja Universal, foram denunciados por discriminação religiosa pelo Ministério Público da Bahia, após realizarem ataques ao Cantomblé no programa "Ponto de Luz", exibido pela TV Record de Salvador. No programa, uma suposta ex-mãe-de-santo afirmou ter feito um "trabalho" de macumba para matar um desafeto e este, conforme a mulher, teria morrido. Vários praticantes do Candomblé declararam que tiveram terreiros atacados por evangélicos e acusaram a campanha da Igreja Universal de incitar esses atos.
Agressão à imagem da santa - Em 12 de outubro de 1997, data em que os católicos celebram Nossa Senhora Aparecida, o então bispo da Igreja Universal Sérgio Von Helde chutou e deu socos em uma imagem da santa, durante os programas Despertar da Fé e Palavra da Vida, da Record. Von Helde foi indiciado na Justiça por ofensa à fé alheia.
Estelionato - em 1992, o Ministério Público denunciou Edir Macedo por "delitos de charlatanismo, estelionato e lesão à crendice popular". Ele ficou preso por 15 dias, mas livrou-se das acusações e investiu na expansão da Record. A foto de Macedo na prisão virou capa de sua biografia autorizada "O Bispo: A História Revelada de Edir Macedo", editada em 2007.
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