O agronegócio brasileiro desempenha um papel fundamental na economia do País: representou cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura da USP (Esalq), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para manter a posição de um dos maiores exportadores mundiais de alimentos, o setor está investindo significativamente em tecnologia e modernização da produção agrícola, gerando um número alto de dados.
Nesse aspecto, a gestão eficaz dessas informações é fundamental na hora de otimizar a produção da área, melhorar a eficiência e atender às crescentes demandas dos consumidores e dos órgãos reguladores. Por esse motivo, existe no setor uma crescente adoção da governança de dados.
De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e pela KPMG, a governança corporativa no agronegócio é vista como essencial para garantir a continuidade dos negócios, e os principais aspectos destacados envolvem o plano de sucessão e a formalização de papéis nas organizações.
Dentro deste padrão, a governança de dados desempenha um papel crítico no setor, uma vez que envolve a fixação de normas, procedimentos e parâmetros para garantir o uso racional dos ativos da empresa. Isso ajuda a remover componentes emocionais da gestão e a estabelecer regras claras, promovendo transparência e eficiência nos negócios.
Além disso, uma das características do agronegócio é a diversidade de informações sobre cultivos, condições meteorológicas, solos e até dados financeiros, o que exige uma abordagem de governança de dados flexível e adaptável para lidar com esse cenário.
A agricultura moderna depende cada vez mais da coleta e do monitoramento de dados em tempo real, por meio de sensores, drones e diversos outros sistemas de IoT (Internet das Coisas). No entanto, manter esses dispositivos operacionais e garantir a qualidade e a segurança dos dados coletados representam desafios significativos. A interrupção na coleta de informações em tempo real, por exemplo, pode ter impacto na eficiência da produção e na tomada de decisões.
Outro ponto em que a governança é essencial é na segurança de dados. Essa é uma preocupação crítica no agronegócio, tendo em vista o valor dos dados e a crescente ameaça de ciberataques. Assim, a proteção de informações confidenciais, como dados de cultivos e estratégias de negócios, bem como a implementação de práticas de segurança robustas e atualizadas, são fundamentais para a sustentabilidade das operações e para mitigar riscos.
A governança de dados no agronegócio, portanto, é um passo fundamental na modernização e na sustentabilidade do setor. Em razão disso, a resistência à profissionalização está diminuindo, ao passo que as empresas reconhecem a necessidade de manter a competitividade global, uma vez que essas medidas ajudam a garantir a continuidade dos negócios e permitem uma gestão mais eficiente e sustentável dentro de um cenário que registra cada vez mais o aumento da demanda global por alimentos.
Os desafios no setor exigem, pois, investimento em tecnologia, treinamento de pessoal, conformidade regulatória e uma abordagem estratégica para a gestão de dados. À medida que o agronegócio evolui, a governança de dados desempenha um papel fundamental na maximização da produção de alimentos e na gestão de recursos de forma eficiente, sustentável e lucrativa, garantindo, assim, o papel essencial na economia global e na segurança alimentar da humanidade.
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É CONSULTORA E ESTRATEGISTA EM IA DA A3DATA, ESPECIALIZADA EM DADOS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL