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Opinião | Varejo prepara versão ‘pop’ da geração distribuída

Estamos diante de uma mudança cultural e de um processo de reeducação dos consumidores

Por Arthur Sousa

O mercado livre de energia está se preparando para mudar o setor elétrico para sempre. Em 2028, se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não mudar de planos, o consumidor residencial poderá decidir livremente quem será o fornecedor da carga de que precisa mensalmente, sem intermediação das distribuidoras.

A geração solar será protagonista e base de fornecimento da eletricidade que fluirá pelo sistema de transmissão interligado Brasil afora. Isso já está ocorrendo, graças a uma mudança de cultura que o varejo de energia está promovendo. Novos modelos de negócios já estão transformando consumidores em sócios de projetos de geração distribuída (GD), o que vai criar nova onda da energia fotovoltaica.

Hoje, a geração distribuída responde por 31,9 mil megawatts (MW) de energia instalada no Brasil, mais do que duas Itaipus. Os investimentos em GD devem crescer mais, movimento viabilizado pelo varejo de energia, cujo papel tem sido o de sustentar a nova demanda dos consumidores livres em busca de energia limpa, sustentável e mais barata.

Estamos diante de uma mudança cultural e de um processo de reeducação dos consumidores. O atual cenário das renováveis é similar ao que que o brasileiro viveu na segunda metade dos anos 1990 com a abundância da oferta de linhas telefônicas.

A privatização do sistema Telebras abriu o mercado de telefonia no Brasil e transformou um item escasso e caro em um produto popular e de livre escolha. É mais ou menos o que vamos ver no mercado de energia.

Muitas empresas, não necessariamente do setor elétrico, estão percebendo o tamanho do mercado de energia que se avizinha. Instrumentos do varejo brasileiro estão dando um jeito de antecipar essa liberdade que viria apenas em 2028.

Modelos de adesão a consórcios de geração solar, conectados ou não a empresas de marketplace, já permitem que pequenos consumidores, inclusive os residenciais, adquiram cotas de usinas de geração solar e dessa forma passem a pagar menos pela energia, tendo mensalmente apenas um boleto. Mais: são modelos contratuais que possuem segurança jurídica e regulatória, estão amparados em um marco legal.

Estamos diante de uma mudança cultural que vai mobilizar bilhões de reais em investimentos e que colocará a geração distribuída em outro patamar. O varejo de energia já antecipou o movimento que só vai acelerar nos próximos anos. Com a popularização de GD, estamos prestes a ver e ouvir: “A geração distribuída é limpa. A geração distribuída é barata. A geração distribuída é ‘pop’”.

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CONSELHEIRO DO INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE (IEMA), MEMBRO DA MOBILIZAÇÃO EMPRESARIAL PELA INOVAÇÃO DA CNI, CONSELHEIRO DE EMPRESAS, FOI MEMBRO DO CONSELHO EMPRESARIAL DA ABGD, CEO DA GDSUN, SÓCIO-DIRETOR DA SERVTEC ENERGIA E VICE-PRESIDENTE DA CONCREMAT, EMPRESA DO GRUPO CHINÊS CCCC

Opinião por Arthur Sousa

Conselheiro do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), membro da Mobilização Empresarial pela Inovação da CNI, conselheiro de empresas, foi membro do Conselho Empresarial da ABGD, CEO da GDSUN, sócio-diretor da Servtec Energia e vice-presidente da Concremat, empresa do grupo chinês CCCC